Espaço de debate de temas de Economia Portuguesa e de outros que com esta se relacionam, numa perspectiva de desenvolvimento

quinta-feira, outubro 30, 2008

Eurostat regional yearbook

«Eurostat regional yearbook 2008
EU27 regions under the magnifying glass

In which EU region can you find the highest share of the labour force employed in high-tech sectors? Which region has the highest total number of nights spent in hotels? And which region has the lowest rate of road deaths?
The answers to these questions and many more are found in the 2008 edition of the Eurostat regional yearbook1 which is published by Eurostat, the Statistical Office of the European Communities. The publication gives an overview of the most recent economic, social and demographic developments in the 271 regions2 of the 27 Member States of the European Union as well as in regions in the three candidate countries (Croatia, the former Yugoslav Republic of Macedonia and Turkey) and the four EFTA countries (Iceland, Liechtenstein, Norway and Switzerland).
The Eurostat regional yearbook 2008 includes chapters on population, urban statistics, GDP, household accounts, structural business statistics, labour market, transport, tourism, science, technology & innovation, health and agriculture. The publication also contains two new subjects; labour costs and sectoral productivity. The latter was written by the European Commission Directorate-General for Regional Policy.
To illustrate the diversity of data found in the Eurostat regional yearbook, this News Release presents three indicators from different statistical fields.»
(excerto de EUROSTAT News Release 150/2008, de 30 de Outubro de 2008 - http://ec.europa.eu/eurostat)

terça-feira, outubro 28, 2008

There are free lunches!

There are NO free lunches” é uma expressão anglo-saxónica que significa: “não há almoços grátis”. Esta expressão é uma metáfora para o (ex)facto de nada ser de graça, coisa que se revelou ser mentira a partir do Plano Paulson, recentemente aprovado pelo congresso dos Estados Unidos da América.
Mas o que é preciso para se ter um almoço grátis? E quem foram os felizardos que, em tempo de vaca magras, o tiveram?
Nos últimos dois mandatos presidenciais dos Estados Unidos da América, o bem amado George W. Bush esteve um bocado desatento em relação ao andamento do sistema financeiro Norte-americano. Sem culpa, é claro! Quem, como a América do Norte, tem também que gerir o resto do mundo, em especial, o Iraque e o Afeganistão, e, também, de regular as regiões do Irão e Coreia do Norte não tem tempo para se importunar com os amigos e família, de modo a apurar se tudo corre bem nas respectivas gerências empresariais.
Apesar de todo o trabalho a que George W. Bush se tinha incumbido de fazer para lá do Pacifico e do Atlântico, a gestão e regulação dos mercados dos EUA não foi totalmente ignorada (deixou-a a cargo de um conselheiro). O ex-primeiro ministro Alemão, Gerhard Schröder, fez declarações em que referia que Deus aconselhava George W. Bush nas suas decisões politicas. Algo que se podia constatar pela forma como terminava todos os seus emblemáticos discursos. Pena que a omnisciência e a omnipotência não sejam o que já foram e o sistema financeiro esteja à beira de ruir.
A bolha especulativa do “subprime” rebentou no final de 2007, trazendo à luz do dia o ciclo de insustentabilidade em que o sistema financeiro Norte-americano se tornara. Mas, mesmo com a entrada no famoso “Bear Market”, ninguém tomou consciência daquilo que se aproximava: no dia 7 de Setembro de 2008, o país mais liberal do mundo nacionalizou o Fannie Mae e o Freddie Mac, que detinham metade dos empréstimos à habitação dos Estados Unidos. Uma semana depois, o Lehman Brothers, um dos maiores bancos americanos, que já contava com 150 anos de história, foi obrigado a declarar a bancarrota. E ainda nesse mesmo dia foi anunciada a compra do Merrill Lynch pelo Bank of America. Sucedeu-se o caos financeiro que levou a América e o Mundo a enfrentar uma segunda-feira “negra”. Mas a terça-feira não foi mais clara: as acções da AIG, 18ª maior empresa do mundo (Forbes Global 2000, 2008), caíram 95% do seu valor de mercado.
A resposta mundial foi coordenada: os maiores bancos centrais do mundo injectaram capital nos mercados. Em resposta, não ocorreu melhoria significativa. O Plano Paulson deu algum ânimo aos investidores, mas rapidamente foi rejeitado pelo contribuinte americano, sendo depois também rejeitado pelo congresso, a 29 de Setembro. Entretanto, pela Europa, a Bélgica, a Holanda e o Luxemburgo apressavam-se a salvar o Fortis, sendo que dois dias depois a Bélgica e o Luxemburgo voltavam à cena para, com a França, disponibilizar 9 mil milhões para salvar o Dexia.
Dia 3 de Outubro é aprovada uma nova versão do Plano Paulson. A Islândia afunda-se na crise com a obliteração do seu sistema financeiro e uma dívida igual a 12 vezes o seu PIB. Dá-se mais uma segunda-feira “negra”, seguida, nessa mesma semana, de um corte nos juros por parte dos maiores bancos centrais mundiais, que acaba por não fazer efeito nos mercados. Não há confiança dos investidores no poder instituído.
Enquanto as poupanças da classe média desaparecem, alguns encontram a oportunidade de almoçar de graça: R.Fuld, do Lehman Bros, e J.Cayne, da Bear Stearms, arrecadam, cada um, 40 milhões de $EUA em compensações. R.Syrona, da Freedie Mac, e Daniel Meal, da Fannie Mae, arrecadam 20 milhões e 12,2 milhões de $EUA, respectivamente. Já S.O’Neal, da Merril Lynch, acomoda-se a receber 46 milhões de $EUA.
Mas houve uma administração que levou à letra a expressão "there are no free lunches" como uma provocação! A título de celebração pela aprovação do Plano Paulson, a administração da AIG esbanjou 440 000 $EUA em tratamentos de SPA, jogos de golfe e almoços, tudo por cortesia dos contribuintes norte-americanos!
José Pedro Cadima
jpgcadima@gmail.com
(artigo de opinião publicado na edição de hoje do Suplemento de Economia do Diário do Minho)

segunda-feira, outubro 27, 2008

sexta-feira, outubro 24, 2008

Regras de mobilidade na Função Pública

Artigo JN
Sindicatos contra alteração das regras de mobilidade na Função Pública:
http://jn.sapo.pt/paginainicial/nacional/interior.aspx?content_id=1033052

(cortesia de Nuno Soares da Silva)

terça-feira, outubro 21, 2008

Estratégias marítimo-ferroviárias de futuro

A posição geográfica dos territórios pode actuar como um forte condicionamento em termos de competitividade. A globalização económica pode, por um lado, aprofundar esse condicionamento, ao reforçar a relevância dos territórios centrais e, por outro, contribuir para o seu esbatimento, em resultado da reconfiguração dos sistemas de transporte à escala global. O reposicionamento geográfico de um território deve basear-se no melhoramento da sua conectividade com as redes internacionais e na disponibilização de plataformas logísticas que favoreçam a sua interconexão externa.
O transporte marítimo mundial tem experimentado uma forte expansão nos últimos anos, caracterizada pelo intenso crescimento dos tráfegos de mercadorias, pela abertura de novas rotas comerciais e pela incorporação de novos países aos circuitos de intercâmbio de bens. As razões explicativas dessa expansão estão relacionadas com a crescente procura de fontes primárias de energia e de matérias-primas, assim como com o processo de descentralização produtiva à escala global, que concentra uma proporção crescente da produção mundial em economias emergentes do continente Asiático, enquanto que o consumo continua a estar concentrado maioritariamente em Europa e em América do Norte. Estas tendências dos mercados de produção e distribuição resultam, em termos organizativos, em cadeias logísticas progressivamente mais complexas, com implicações sobre as operações marítimas, a integração intermodal e o tipo de tráfegos.
As alterações dos padrões logísticos abrem novas oportunidades para os portos, ainda que o seu aproveitamento dependerá da sua capacidade para redefinir o seu posicionamento competitivo, através de estratégias que extravasem os seus limites e integrem outros operadores modais. Assim sendo, o incremento da sua dimensão afigura-se como um aspecto fundamental, dado que as economias de escala e de aglomeração passam a ser um factor competitivo de primeira ordem. O outro factor determinante é a capacidade para combinar eficientemente o transporte marítimo com outros modos complementares, com a finalidade de tornar o transporte porta-a-porta mais competitivo, tanto em termos de custo como em termos de tempo de viagem.
As conexões marítimo-ferroviárias devem contribuir, por um lado, para potenciar o hinterland portuário imediato, incrementando a competitividade dos territórios mais dinâmicos e promovendo o aparecimento de novas iniciativas empresariais e, por outro, ampliando esse hinterland, incentivando o desenvolvimento de localizações competitivas em áreas interiores, anteriormente excluídas dos mercados e das lógicas da globalização.
Portugal deve aproveitar as oportunidades de crescimento que oferecem os processos de desintegração das cadeias de valor e de reorganização dos sistemas de transporte e das cadeias logísticas. Os principais portos portugueses, Sines e Leixões, devem tentar posicionar-se como hubs (nós) de malhas mais vastas, com objectivos de redistribuição de mercadorias (transformando tráfegos de longa distância em tráfegos de curta distância e vice-versa) e de qualificação dos tráfegos de entrada e saída.
O porto de Sines deve continuar a sua estratégia de captação de tráfegos, de qualificação das infra-estruturas terrestres, de atracção de indústrias básicas de transformação e de alargamento do seu hinterland a áreas progressivamente mais amplas do centro da península Ibérica. No actual contexto, a contribuição do caminho-de-ferro para a expansão da sua área de influência é de extrema importância, sobretudo, atendendo às rápidas taxas de crescimento dos tráfegos que melhor se adaptam ao transporte ferroviário.
No caso de Leixões, as características da infra-estrutura e o rápido crescimento do tráfego contentorizado apontam para um tipo de especialização diferente. Este porto deve acelerar o seu ritmo de crescimento para poder usufruir das vantagens em custos associadas a uma maior dimensão. As áreas logísticas de apoio às actividades portuárias e de gestão intermodal são, consequentemente, um elemento central da estratégia de crescimento. O outro é a inter-conexão marítimo-portuária, a qual precisa de ser potenciada para evitar rupturas de carga e minimizar os custos de movimentação e transacção e os tempos de transferência.
A potenciação do eixo ferroviário Porto-Vigo cria, neste contexto, excelentes oportunidades para melhorar a inter-conexão entre o modo marítimo e o ferroviário na região Norte. Ademais, a ligação à rede ferroviária espanhola de altas prestações para mercadorias contribuirá para alargar o mercado potencial do porto de Leixões e irá favorecer o transporte de mercadorias com origem e destino na região Norte. Para que esta estratégia de integração modal seja bem sucedida devem ser cuidadosamente observados os seguintes aspectos:
a) A ligação da linha Porto-Vigo à área portuária: A construção integral da linha em bitola europeia obriga a que essa ligação seja construída na mesma bitola para evitar rupturas de carga e incrementos nos custos.
b) O faseamento na construção da linha: A construção integral deve avançar o mais rapidamente possível, evitando que uma solução por fases (Vigo-Braga e Braga-Porto) se perpetue no tempo, dado que não contribuirá para alterar significativamente o modelo de transportes da região Norte e para impulsionar o crescimento do porto de Leixões.
c) A integração nas redes envolventes: A ligação entre o eixo Tui-Porrinho e Ourense, na Galiza, deve ser objecto de especial atenção por parte das autoridades portuguesas, para evitar que o potencial de uma estratégia ferroviária em bitola Europeia no eixo Porto-Vigo seja neutralizado por uma incorrecta planificação do lado galego.
FRANCISCO CARBALLO-CRUZ
(artigo de opinião publicado na edição de hoje do Suplemento de Economia do Diário do Minho, em coluna regular intitulada "Desde a Gallaecia")

domingo, outubro 19, 2008

A independência estratégica

A actual situação vivida no Cáucaso vem fortalecer o clima de instabilidade política e económica que assistimos a nível mundial.
O conflito teve início a 7 de Agosto, quando o governo Georgiano decidiu pôr fim à autonomia das regiões separatistas da Abecásia e Ossétia do Sul através da força. Por outro lado, invocando o discurso tantas vezes proferido por Washington nos últimos anos, Moscovo rejeita a hipótese de ter invadido território da Geórgia, alegando estar a proteger os seus cidadãos (dado que a Rússia deu cidadania à esmagadora maioria da população dos dois territórios separatistas, em meados da década de 90) e a preservar os direitos daqueles povos, reconhecendo-lhes a independência relativamente à Geórgia. Deste modo, a Rússia posiciona-se internacionalmente como defensora da liberdade, da democracia e dos direitos das minorias.
Apesar das declarações de Moscovo relativamente às causas da sua intervenção no Cáucaso, continuam a surgir especulações de que o conflito do Cáucaso foi orquestrado pela Rússia por factores comerciais e geopolíticos, dado que a região é muito rica em combustíveis fosseis e é também uma das principais rotas de distribuição petrolífera da Europa.
No entanto, a intervenção Russa não é aceite pela comunidade internacional e o presidente Francês, Nicolas Sarkozy, que é também o actual presidente em exercício da União Europeia (UE), salientou a "urgente necessidade" de diminuir a tensão, sublinhando a importância da retirada dos contingentes militares Russos em zonas tampão à volta das regiões separatistas georgianas da Abecásia e da Ossétia do Sul.
A cimeira realizada no passado dia 1 de Setembro, em Bruxelas, ficou marcada pela incapacidade da União Europeia tomar uma posição firme e unificada quanto às possíveis sanções a aplicar a Moscovo. Este desfecho foi fortemente influenciado pela excessiva dependência petrolífera da UE relativamente a Moscovo. Mais propriamente, a Eslováquia, Hungria, Polónia e Letónia têm uma dependência petrolífera da Rússia superior a 90%. A Alemanha e a Suécia importam cerca de 35% do petróleo da Rússia. Portugal e a Dinamarca situam-se no fundo da tabela no que respeita à dependência petrolífera relativamente a Moscovo, com 1% e 0% respectivamente. Em matéria de gás natural, a situação é igualmente desmotivante, pois 25% do gás consumido pela União provém da Rússia.
Perante este cenário, é compreensível a divergência de opiniões no seio da UE bem como a posição prudente adoptada pelos seus dirigentes, pois uma tentativa de aplicar sanções a Moscovo teria um impacto brutal a nível da economia europeia, com a possibilidade de Moscovo suspender o fornecimento de petróleo e gás natural.
No entanto, após a reunião com Dmitry Medvedev, o presidente Francês Nicolas Sarkozy conseguiu obter de Moscovo o compromisso de retirada das tropas russas presentes em torno do porto de Poti, no prazo máximo de um mês. Contudo, o contingente militar russo em torno das regiões separatistas da Abecásia e Ossétia do Sul irá permanecer no local, dado que a Rússia reconheceu a independência dessas regiões.
Apesar do aparente sucesso das negociações, Moscovo teima em não abdicar de “proteger” as regiões da Abecásia e Ossétia do Sul pois esse avanço geoestratégico é fundamental para reforçar a sua influência nestas áreas política e economicamente importantes.
A Europa não tem conseguido construir uma relação de confiança com a Rússia e muito desse fracasso deve-se ao facto da atitude arrogante demonstrada por Moscovo nas relações comerciais. A política de crescimento conduzida por Vladimir Putin, direccionada para o incremento das exportações, e o seu distanciamento em relação à UE e o mundo revelam essa sede de imposição.
De facto, tudo indica que esta situação irá continuar, pois a Rússia, que parece não ter recuperado do golpe sofrido em 1989, vem, desde então, tentado recuperar a sua influência no panorama internacional.
(artigo de opinião publicado no Suplemento de Economia do Diário do Minho, em 08/09/16)

quinta-feira, outubro 16, 2008

Salários da função pública

Artigo SOL
Nova grelha remuneratória da FP vai até aos 6.350 euros:
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=113240
-
Artigo JN
Função pública vai perder poder de compra:
http://jn.sapo.pt/paginainicial/economia/interior.aspx?content_id=1029358

(cortesia de Nuno Soares da Silva)

terça-feira, outubro 14, 2008

Os malefícios da moeda única

Portugal, em conjunto com vários países do mundo, está a atravessar uma crise económica. No caso português, muitos especialistas na matéria atribuem a culpa desta crise à moeda única, isto é, o abrandamento económico português piorou com a adesão ao euro. Será isto verdade? Afinal o que é que o euro nos trouxe de bom e de mau?
Com a adesão ao euro, Portugal deixou de ter controlo sobre a política cambial e a política monetária. Ambas as políticas eram bastante importantes na manutenção da economia portuguesa.
Sem a política cambial os governos deixaram de poder desvalorizar o escudo (moeda portuguesa antes do euro) com o intuito de tornar a economia portuguesa mais competitiva nos mercados internacionais, isto é, ao desvalorizarem a moeda, as exportações tornavam-se mais baratas o que atraía mais clientes. Este aumento de competitividade era utópico uma vez que a produtividade mantinha-se a mesma. Actualmente se Portugal quer ter ganhos de competitividade terá de ser pela via da inovação e aumento de produtividade.
A política monetária foi outro dos instrumentos que Portugal perdeu com a sua adesão ao euro. Sem esta política Portugal ficou impossibilitado de decidir o seu futuro monetário, perdeu o poder de injectar ou não moeda na economia, e alterar as taxas de juro.
Além de termos perdido o controlo desta duas políticas, passamos a ter que prestar contas da nossa política fiscal, isto é, qualquer país da zona euro tem de controlar a sua dívida pública (não ultrapassar os 60% do PIB) e o défice (não ultrapassar os 3% do PIB). Caso não cumpram têm penalizações.
A partir de 1999 (ano de adesão às taxas de câmbio fixas) observa-se em Portugal um declínio acentuado nas exportações de têxteis. Entre 1995 e 2004 as exportações de têxteis passaram de 23,3% para 14,7%. Com estes dados podemos dizer que o euro teve um impacto no nosso abrandamento.
Como diz Álvaro Santos Pereira, economista português, “a nossa adesão ao euro impediu-nos de utilizar toda uma serie de aspirinas que tomávamos em tempos de crise”. Ou seja, pegando na ideia de Álvaro Santos Pereira, o problema conjuntural que Portugal tem deixou de ser “escondido” com injecções de moeda e diminuição de impostos, por isso o euro até nos trouxe uma coisa boa que foi “abrir os olhos” do português, isto é, acabaram se as “aspirinas” é preciso inovar, é preciso qualificar os nossos trabalhadores para que estes se tornem mais produtivos e desta forma aumentar a competitividade de Portugal lá fora. Basta de acharmos que somos o país que tem de estar sempre na cauda da Europa, que o nosso país não tem volta a dar, este pensamento é errado, temos que agir já.
Apesar dos males que o euro nos trouxe, como diz o ditado “há males que vêm por bem”.

Juliana Narciso

(artigo de opinião publicado na edição de hoje do Suplemento de Economia do Diário do Minho)

"O transporte de alta velocidade entre Porto e Vigo não será semelhante ao que vai existir entre Lisboa e Porto"

BRAGA "À TOUTE LA VITESSE"

(título de mensagem, datada de Segunda-feira, 13 de Outubro de 2008, disponível em Município de Braga)

sábado, outubro 11, 2008

1º Congresso dos Profissionais de Turismo

«Exmo(a) Senhor(a),
É com enorme orgulho que vos informo da realização do 1º CONGRESSO DE PROFISSIONAIS DE TURISMO DE PORTUGAL, a realizar na Terceira – AÇORES, nas cidades de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, de 21 a 23 de Novembro de 2008, sob o TEMA:

“PROFISSIONAIS DE TURISMO – Novas visões, mais oportunidades”

Este congresso surge pela necessidade de debatermos o FUTURO profissões do Turismo, a valorização e promoção dos profissionais, as novas carreiras do turismo, as saídas profissionais, o futuro da formação académica e profissional em Turismo, e, a importância de nos reunirmos e discutirmos o PLANO DE DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO DO CAPITAL HUMANO DO TURISMO.
Neste contexto, conto com a presença de todos os profissionais do turismo e interessados na temática neste grande evento que marcará indelevelmente a actividade turística nacional como um dos mais importantes eventos do ano.
Recordo que nunca foi realizado em Portugal um congresso de pessoas para pessoas, de profissionais para profissionais, e neste sentido devemos cada um de nós dar o seu contributo participando e apresentando as respectivas opiniões. O espaço de debate de ideias será um dos pontos altos do congresso.
A escolha dos palestrantes e das entidades que constituirão o 3 painéis do congresso foi criteriosa e assentou nomeadamente na preocupação de poderem connosco discutir o futuro do sector tendo por base o CAPITAL HUMANO das Empresas e das organizações do Turismo. Sem falsas modéstias, estamos convictos que o conjunto de palestrantes altamente qualificados e com vasta experiência no sector farão deste evento uma referência para os próximos anos.
Junto envio o programa do congresso com os temas e as Instituições presentes.
O valor de congresso para todos os interessados é excelente e para os associados é quase simbólico. É oportunidade única de ir aos Açores nestas condições.
As inscrições devem ser formalizadas através do site da APTP -
http://www.profissionaisdeturismo.pt/
Conto com a vossa presença e AGRADEÇO A MELHOR DIVULGAÇÃO junto dos vossos contactos profissionais e pessoais.
Com os melhores cumprimentos,

Agostinho Peixoto
Presidente da Direcção
Associação de Profissionais de Turismo de Portugal
Rua do Janes, 15 – 1º
4700-318 Braga
Fax 253693733
Tlm 968052121»
(reprodução integral de mensagem que me caiu na caixa de correio electrónico entretanto, com a proveniência identificada)

sexta-feira, outubro 10, 2008

To do good

"Anyone who proposes to do good must not expect people to roll stones out of his way, but must accept his lot calmly, even if they roll a few stones upon it."

Albert Schweitzer


(citação extraída de SBANC Newsletter, October 7, Issue 540-2008, http://www.sbaer.uca.edu)

terça-feira, outubro 07, 2008

"É ingénuo assumir que todo o investimento estrangeiro é capaz de dar um contributo à economia portuguesa"

Verdades e mitos sobre o investimento directo estrangeiro

(artigo da opinião (re)publicado na edição de hoje do Suplemento de Economia, do Diário do Minho, no contexto de colaboração em coluna regular genericamente intitulada "Desde a Gallaecia")

segunda-feira, outubro 06, 2008

quinta-feira, outubro 02, 2008

Verdades e mitos sobre o investimento directo estrangeiro

1. Em texto de opinião publicado recentemente neste jornal referi-me ao discurso que por aí vai sobre a reforma da economia e de outras estruturas. Nesse contexto, invoquei o deslumbramento que os nossos políticos, e não só, mantêm pelo investimento directo estrangeiro e respectiva eficácia de operação. Invoquei até casos que conheço de entidades multinacionais a operar no mercado português cujo exemplo merece a pena ser seguido, concluindo, entretanto, serem cada vez mais as situações em que os nacionais rivalizam com os demais, num quadro de competição económica que é crescentemente global.
2. Pois bem, o acaso do meu trabalho académico ditou que, pouco depois, me chegasse à mão um conjunto de textos de investigação científica sobre o investimento directo estrangeiro (IDE) presente em Portugal que dão substância ao que afirmo em termos da falta de razão de ser do deslumbramento mantido, e de quanto singulares são os casos que invoquei. São estudos que põem a claro que a empresa de capitais externos não é necessariamente nem mais rendível que a empresa nacional média nem é, por outro lado, factor inequívoco de dinamização do tecido empresarial nacional, por força da cadeia de cadeia de relações que desencadeie ou pela iniciativa empreendedora que estimule. Consciente que estava de que isso pudesse acontecer, surpreendeu-me, ainda assim, a frieza dos resultados que pude ler.
3. Os estudos a que me refiro intitulam-se, “Corporate Performance: Does Ownership Matter? A Comparison of Foreign- and Domestic-Owned Firms in Greece and Portugal” (2005), da autoria de Natália Barbosa e Helen Louri, e “The role of inward foreign direct investment on entrepreneurship” (2007), da autoria de Natália Barbosa e Vasco Eiriz. Trata-se de trabalhos que se encontram publicados em revistas científicas internacionais (Review of Industrial Organization e International Entrepreneurship and Management Journal, respectivamente), sendo que os autores portugueses são ambos professores na EEG/Universidade do Minho e Helen Louri é uma investigadora grega. É uma síntese dos resultados desses dois estudos que alinho nos parágrafos seguintes, deixando ao(à) leitor(a) a liberdade de ajuizar sobre a justeza das considerações que faço nos parágrafos precedentes.
4. Do artigo com o título que transcrevo em primeiro lugar (em tradução minha do original em língua inglesa), vale a pena sublinhar o seguinte: “No caso Português nós não encontrámos evidência que suportasse a hipótese apriori assumida no que se reporta à relação entre propriedade externa (controle externo do capital) e rendibilidade, o que leva a colocar a dúvida sobre a pressuposto de que as empresas multinacionais apresentam melhor desempenho que as empresas domésticas. Se há alguma diferença, ela parece favorecer as empresas nacionais, que se sugerem ter melhor desempenho que as filiais de multinacionais a operar em Portugal” (p. 89).
5. Similarmente, olhando para o segundo título, é interessante reter da respectiva “Discussão dos resultados” que os resultados agora conseguidos “confirmam a indicação que havíamos obtido em anteriores investigações, já que a relação com formato em U invertido indica que, inicialmente, as multinacionais promovem a inovação e o empreendorismo na economia portuguesa (expresso numa taxa positiva de entrada de empresas nacionais) mas, à medida que a importância das empresas multinacionais cresce na estrutura sectorial, o seu impacto positivo desaparece, levando à saída de certo número de firmas nacionais não inteiramente substituídas por outras recém-criadas”.
6. Antes que se tirem conclusões apressadas dos resultados que aqui trago, vale a pena, contudo, atentar numa passagem das “Conclusões” deste último estudo, em que se diz que “a fraca evidência de que haja um efeito positivo na iniciativa empresarial da presença de multinacionais […] pode esconder um impacto dos estabelecimentos multinacionais na reorganização industrial e na substituição de firmas ineficientes por outras mais eficientes”.
7. Trazendo para aqui estes resultados, porventura pouco conhecidos ou ignorados pelos decisores públicos nacionais, pretendo chamar a atenção para a necessidade da existência de um critério que presida às iniciativas de captação de investimento externo para a economia portuguesa e, obviamente, de afectação de apoios públicos à implantação desse tipo de operadores económicos no mercado nacional. É ingénuo assumir que todo o investimento estrangeiro é capaz de dar um contributo à economia portuguesa, nomeadamente na vertente eficiência de operação, dinâmica inovadora e efeito de arrasto de operadores nacionais.
J. Cadima Ribeiro
(artigo de opinião publicado na edição de hoje do Jornal de Leiria)