Espaço de debate de temas de Economia Portuguesa e de outros que com esta se relacionam, numa perspectiva de desenvolvimento

quinta-feira, abril 30, 2009

quarta-feira, abril 29, 2009

Solve the problem created by the error

"There is a certain degree of satisfaction in having the courage to admit one's errors. It not only clears up the air of guilt and defensiveness, but often helps solve the problem created by the error."

Dale Carnegie
(citação extraída de SBANC Newsletter, April 28 , 2009, Issue 565-2009, http://www.sbaer.uca.edu)

quarta-feira, abril 22, 2009

The extra mile

"Do more than is required. What is the distance between someone who achieves their goals consistently and those who spend their lives and careers merely following? The extra mile."

Gary Ryan Blair

(citação extraída de SBANC Newsletter, April 21 , 2009, Issue 564- 2009, http://www.sbaer.uca.edu/)

terça-feira, abril 21, 2009

A localização da empresa industrial: da história da teoria às questões da actualidade

O quadro conceptual que informa a teoria da localização da empresa começou a ser construído nos finais do século XVIII, suportado em estudos empíricos da organização espacial da sociedade e da distribuição das actividades. Johann H. VON THÜNEN foi o responsável pelo modelo que está na origem do corpo de teorias que respeitam à localização urbana das actividades económicas. Alfred WEBER, por sua vez, é considerado como o responsável pela elaboração da primeira teoria geral da localização industrial.
Após contributos marcantes de diversos autores, entre os quais August LÖSCH, que produziu uma síntese integradora dos contributos anteriores e alargou o problema da localização industrial a todo o sistema económico, a explicação do fenómeno da localização evoluiu por dois caminhos distintos. O primeiro continuou a procura do custo mínimo, na tradição de Alfred WEBER. O segundo investiga a interdependência locativa das empresas, na sequência de August LÖSCH.
O problema locativo desenvolvido da forma como foi progressivamente emergindo no contexto do debate teórico mantido tendeu a tornar complexo em demasia aquilo que para a empresa industrial é mais simples, e deixou de adiantar quaisquer “novos” factores de localização. A verdade é que os fluxos inter-regionais de factores de produção e mercadorias ou a localização, em simultâneo, de todas as actividades económicas no espaço transcendem os interesses imediatos do empresário. Para além disso, é duvidoso que as preocupações deste se centrem na procura da localização “ideal” ou óptima através da minimização dos custos ou da maximização dos lucros.
Aparte isso, os autores das teorias de localização só tardiamente se preocuparam com dimensões fundamentais da vida económica actual como são a localização da empresa estrangeira, as diferenças de comportamento locativo entre a empresa doméstica e a estrangeira ou a implantação de empresas de alta tecnologia, que normalmente se concretiza em áreas circunscritas geograficamente.
Se uma grande parte dos modelos de localização interpretam as escolhas de localização das empresas à luz dos dois grandes determinantes que são os custos de transporte, por uma lado, e as economias de aglomeração, por outro, obviamente que o respectivo valor interpretativo é ainda mais questionado quando, como na actualidade, por força de inovações várias, tecnológicas, organizacionais, os ditos custos assumem uma pequena incidência no valor final das mercadorias na indústria e o quadro territorial de operação da empresa deixou de ser o regional ou, mesmo, o nacional.
Para explicar os desenvolvimentos recentes em matéria de localização e organização das actividades têm vindo a emergir contributos centrados no conceito de operação em rede, sejam redes de empresas sejam redes de cidades. Estes contributos vêm fornecendo “interpretações mais convincentes e mais coerentes” da localização empresarial observada nalguns lugares e dos padrões territoriais emergentes. Esta operação em rede permite às empresas e aos centros parceiros desenvolverem especializações complementares que, por força da respectiva complementaridade de produtos/processos, lhes garante as economias de escala e de aglomeração próprias das empresas e de centros maiores e lhes permite servir mercados comuns de forma competitiva.
Mais fácil que fazer funcionar em rede organizações autónomas e territórios imbuídos de tradições e valores sociais diferenciados (importa não subestimar as diferenças culturais e as resistências às mudanças que podem emergir nesses contextos), é planear e coordenar operações no seio das próprias empresas multinacionais ou multi-estabelecimentos, o que as novas tecnologias de comunicação e informação vieram tornar relativamente banal. Na mesma dimensão em que essas tecnologias desvalorizam o peso dos factores de localização “externos”, fazem emergir uma lógica de inserção no espaço interna à organização, que lhes facilita a deslocalização de algumas das suas funções e a segmentação espacial das actividades. No novo quadro de ordenamento geo-económico, as unidades de produção territorialmente organizadas podem até ser substituídas, quando não se imponham exigências fortes de relações de proximidade física, pela formação de cadeias de valor globalizadas que geram concorrência entre “clusters” locais, cidades e regiões organizadas, para gerar espaços funcionais de aglomerados multinacionais.
Sendo assim, embora, eventuais exigências de relação face-a-face com fornecedores de serviços e com centros de investigação e desenvolvimento, e de acesso a bacias de emprego altamente qualificado ou a infra-estruturas e redes logísticas muito sofisticadas ditarão que haja também vencedores e perdedores nesse processo de reconfiguração produtiva dos territórios. Nesse contexto, o voluntarismo e capacidade que as autoridades públicas mantenham de posicionarem o respectivo território na disputa pela sedeação dos estabelecimentos, industriais ou de serviços avançados, pode ser essencial, sendo certo que nem tudo se resolve ou, melhor, muito pouco se resolve pela via das guerras de incentivos, fiscais ou financeiros.

J. Cadima Ribeiro

(artigo de opinião publicado na edição de hoje do Suplemento de Economia do Diário do Minho, no âmbito de coluna regular intitulada "Desde a Gallaecia")

sexta-feira, abril 10, 2009

"Formas diferentes de se expandir e desenvolver"

Diversificar as estratégias

(título de artigo, datado de 9/04/2009, disponível na Newsletter Portugal Têxtil de hoje)

quarta-feira, abril 08, 2009

Sobre os resultados da Cimeira do G-20

As expectativas sobre a cimeira do G-20, celebrada na passada quinta-feira em Londres, eram à partida extremamente modestas, tendo em consideração o clima de tensão provocado pela dialéctica pouco diplomática de alguns dos líderes responsáveis pela geração de consensos. No evento evidenciaram-se duas posições contrapostas em matéria de política económica para a resolução da crise global, derivadas da diversidade de leituras e interpretações sobre o assunto. De um lado, os Estados Unidos defenderam a necessidade de promover um forte estímulo fiscal destinado a reactivar a economia e a recuperar o consumo e o investimento, através da recuperação da confiança. Do outro, outra corrente, liderada pelos países europeus da zona euro, sublinhou que as medidas de política fiscal deveriam ser complementadas com instrumentos de intervenção noutros âmbitos. Os estados europeus consideram que continuar injectando recursos públicos na economia supõe incrementar ainda mais um endividamento crescente, colocando em risco a recuperação no médio prazo, sobretudo à medida que as taxas de juro comecem a remontar. Os países europeus presentes na cimeira, liderados por França e Alemanha, puseram mais ênfase em questões regulatórias e de coordenação da política financeira à escala global.
Desta tensão entre perspectivas resultaram, de um lado, um novo pacote de 1,100 biliões de dólares (810 biliões de euros), com uma finalidade distinta à dos lançados pelos governos nacionais, e doutro, um conjunto de medidas de incremento da transparência e de melhoria da regulação dos mercados financeiros. Os recursos comprometidos no pacote financeiro referido destinam-se, fundamentalmente, a reforçar (sobretudo) o financiamento dos países em desenvolvimento e do comércio internacional.
Do total acordado, 500.000 milhões de dólares serão utilizados para reforçar os recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI). Outros 250.000 servirão para incrementar os Direitos Especiais de Saque (DES), os quais podem ser utilizados como um activo de intercâmbio para obter liquidez no mercado internacional. Ademais, os bancos multi-laterais de ajuda ao desenvolvimento receberão uma verba extra de 100.000 milhões de dólares. As medidas anteriores evidenciam que, neste momento, uma grande preocupação a nível internacional é canalizar capital desde os países desenvolvidos para os países em desenvolvimento. A experiência das décadas passadas demonstra que o défice de capital, em momentos de crise, causa graves desequilíbrios no mundo em desenvolvimento, afundando as suas economias e, condicionando, portanto, o crescimento mundial. Esta impossibilidade para canalizar capital fez com que, na década de oitenta, as economias latino-americanas tivessem grandes dificuldades em fazer face ao serviço da sua dívida externa, e na década de noventa, economias em desenvolvimento de América Latina, Ásia, África e do Leste de Europa experimentassem crises de taxa de câmbio, que afundaram o valor das suas moedas, provocando, deste modo, graves crises económicas.
A falta de capital está relacionada em muitos casos com a quebra do comércio internacional. Um dos factores mais importantes para explicar a quebra dos fluxos de comércio entre países é o rápido encarecimento do seu financiamento. Por esse motivo, o G-20 decidiu destinar ainda 250,000 milhões de dólares a financiar o comércio exterior. Contudo, convém referir a este respeito, que estes fundos terão um impacto muito limitado se as medidas proteccionistas continuam a generalizar-se. Desde o passado mês de Novembro, quando os líderes do G-20 reuniram em Washington e assinaram uma declaração na qual, entre outras questões, defendiam o livre comércio, foram postas em prática 47 medidas para proteger diferentes sectores em vários países. Entre eles, 17 dos 20 países que assinaram a declaração de Washington.
Em termos de regulação e incremento da transparência a medida mais destacada é a transformação do Foro de Estabilidade Financeira (FEF) num Conselho de Estabilidade, que funcionará como um órgão de coordenação financeira à escala mundial, com objectivos de supervisão e controlo dos riscos do sistema. Outros acordos de importância mais reduzida nesta matéria são o compromisso para regular os hedge funds e a publicação por parte da OCDE da listagem dos paraísos fiscais ou daqueles territórios que não contribuem na luta contra a fraude fiscal.
O aspecto no que a cimeira tem resultado mais inconclusiva é no saneamento dos balanços das instituições bancárias. Os países do G-20 estão dispostos a pôr em prática mecanismos para retirar os activos tóxicos dos balanços dos bancos, no entanto, o plano desenhado pela Administração Obama tem algumas fragilidades que não convencem os seus sócios internacionais. As medidas não podem continuar a centrar-se exclusivamente na re-capitalização do sistema financeiro. A experiência japonesa da década de noventa demonstra que injectar recursos no sistema sem sanear os balanços das instituições adia a solução dos problemas, evita o restabelecimento da confiança e, em última instância, lastra o crescimento económico.
Os resultados da cimeira podem considerar-se satisfatórios, sobretudo pela vontade política de atacar as causas da crise que nos afecta e pelo retorno à filosofia multilateral para ultrapassar problemas de carácter global. Os acordos adoptados vão todos na boa direcção. Os americanos perceberam que os fundos públicos não são ilimitados e que os impactos dos estímulos fiscais são limitados se não forem bem direccionados. Os europeus entenderam que a regulação tem que ser suficientemente apertada para poder intervir em situações de risco sistémico, e suficientemente laxa para não desincentivar a inovação financeira. Agora o esforço deve centrar-se em desmontar as barreiras proteccionistas erguidas nos últimos meses e em perfilar um plano de saneamento dos balanços das instituições bancárias, baseado em incentivos, que devolva a confiança ao sector e re-estabeleça as condições creditícias em todos os mercados.
FRANCISCO CARBALLO-CRUZ
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(artigo de opinião publicado na edição de hoje do Suplemento de Economia do Diário do Minho, em coluna regular intitulada "Desde a Gallaecia")

terça-feira, abril 07, 2009

"Dicionário Internacional da Outra Economia"

«APRESENTAÇÂO DA OBRA DICIONÁRIO INTERNACIONAL DA OUTRA ECONOMIA
O CETRAD – Centro de Estudos Trandisciplinares para o Desenvolvimento e a Almedina têm o prazer de convidar V.ª Ex.ª para a apresentação da obra “Dicionário Internacional da Outra Economia” organizada por A.D. Cattani, J.-L. Laville, L. I. Gaiger e P. Hespanha.
A apresentação realizar-se-á na terça-feira, dia 14 de Abril, pelas 14h30, na UTAD - Universidade de Trás-os-Montes, em Vila Real.
A obra será apresentada pelo Dr. Pedro Ferrão (UTAD).

http://www.almedina.net/»
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(reprodução de mensagem que me caiu entretanto na caixa de correio electrónico, reenviada por Manuel Carlos Ferreira Silva)

segunda-feira, abril 06, 2009

sexta-feira, abril 03, 2009

" A Crise e a Recuperação"

«Caro Colega,

Os Representantes da Ordem dos Economistas, Ordem dos Advogados, Ordem dos Engenheiros e Ordem dos Médicos, em Viana do Castelo, com o apoio do IPVC/ESTG, vão organizar uma conferência subordinada ao tema "A Crise e a Recuperação" que será proferida pelo Prof. Doutor João Ferreira do Amaral, Economista e Professor da Escola Superior de Economia da Universidade Técnica de Lisboa, durante a qual será evidenciado um caso de sucesso pelo Sr. Nuno Ribeiro, Administrador da Suavecel.

A conferência será realizada no Auditório Principal da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, na Av. Atlântico em Viana do Castelo, no dia 3 de Abril (Sexta-feira.), às 21h30.

Como se trata de uma iniciativa de muito interesse na actual conjuntura económica, convidamos o/a Colega a estar presente na Conferência e a promover a sua divulgação para que seja elevada a participação na mesma.

Cordiais saudações.

Sintra Coelho»
Representante da Ordem dos Economistas em Viana do Castelo
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(reprodução parcial de mensagem entretanto recebida, com a origem identificada)