Espaço de debate de temas de Economia Portuguesa e de outros que com esta se relacionam, numa perspectiva de desenvolvimento

segunda-feira, dezembro 10, 2007

A evolução do mercado de trabalho em Portugal

Por definição, o desemprego é a medida da parcela da força de trabalho disponível que se encontra sem emprego.
No dia 25 de Outubro de 2007 o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, admitiu que o desemprego é o mais sério problema que a economia portuguesa enfrenta.
O desemprego atingiu em 2007 a mais alta taxa dos últimos vinte anos dando origem a um novo surto de emigração.
Segundo a Eurostat, a taxa de desemprego aumentou para 8,2% em Outubro, sendo assim a maior na zona Euro.
Já alargando aos 27 Estados-Membros da União Europeia, os resultados não são expressivamente melhores. Portugal é ultrapassado apenas pela Polónia com 8,8% e pela Eslováquia com 11,2%.
Desta forma, a taxa de desemprego subiu 0,2% em Outubro, face aos mês anterior, comparando com o período homólogo, o aumento foi de 0,7%.
Fazendo distinção entre os sexos, na Zona Euro, a taxa das mulheres ficou nos 8,2%, contra 6,5% dos homens, na UE, 7,6% para as mulheres e de 6,4% para os homens.
A taxa de desemprego dos jovens com menos de 25 anos situou-se em Outubro em 14,3% na Zona Euro e 14,7% na UE.
Têm-se verificado importantes modificações na estrutura do emprego, com efeitos negativos quer na estabilidade quer na qualidade do emprego: a primeira é a substituição de emprego a tempo inteiro por emprego a tempo parcial com remuneração reduzida; a segunda é a substituição de contratos sem termo por contratos a termo; a terceira é a substituição de emprego mais qualificado por emprego menos qualificado.
O emprego a tempo parcial com salário reduzido, os contratos a prazo e o emprego menos qualificado estão a aumentar, enquanto o emprego permanente, o a tempo completo e o mais qualificado estão a diminuir.
Esta evolução é consequência de políticas económicas, financeiras e sociais.

Elisabete Maciel

(artigo de análise/opinião produzido no âmbito da UC. Economia Portuguesa)

3 comentários:

Anónimo disse...

"a terceira é a substituição de emprego mais qualificado por emprego menos qualificado."

Isto significa um efeito de substituição no mercado de trabalho?
Se sim, então prevejo um aumento da produtividade em Portugal!! :)

Este fenómeno de emprego de curto-prazo é de todo vantajoso para as entidades empregadoras!
Contratar indivíduos com formação superior para desempenhar funções de baixa qualificação a uma remuneração reduzida! - que vantagens traz para os recém licenciados?!
Se é benéfico no sentido de ganhar experiência, não será somente numa função que exija formação superior?
Bem, mas esse tipo de emprego meus amigos... está a ser substituído!...

Anónimo disse...

Emanuel malanza,

Em resposta a sua previsão, segundo o PEC2007 (pacto de estabilidade), observei que verificou-se um aumento da produtividade aparente do trabalho. A razão deste aumento foi em grande parte devido à aceleração da actividade económica que houve em 2007. Houve assim, um aumento de 0,8 p.p. em relação a 2006, ou seja, em 2007 o indicador registou o valor de 1,4%.
Poderá encontrar estes valores no link abaixo, na página 10.

http://www.parlamento.pt/destaques/PEC2007-2011.pdf

Anónimo disse...

Rui Fernandes,

Antes de mais quero agradecer a sua resposta. Vou só esclarecer que a primeira parte do meu comentário tinha sido mais uma piada, porque não entendi completamente o significado da frase que referi. Ou seja, achei que a mesma carecia de mais algum desenvolvimento. Até porque eu estava a ser irónico, supondo que indivíduos com formação superior executando tarefas que não necessitam qualificação iriam ser mais produtivos.. enfim, na verdade não acho nada disso, mas sim que o caminho da produtividade reside na própria qualidade do investimento e estrutura de uma entidade.

Mas o que interessa é que estou contente por ter respondido ao meu comentário. Já tive oportunidade de ler o relatório que referiu, mas por se tratarem de projecções, tive curiosidade em reler o relatório enviado para Bruxelas no ano anterior(2006).
Sobre os mesmos dados a previsão era mais favorável em 2006, tendo sido agora corrigida em 2007.
Esperemos que a tendência se inverta e que a Economia Portuguesa exceda positivamente todas as nossas expectativas.