Espaço de debate de temas de Economia Portuguesa e de outros que com esta se relacionam, numa perspectiva de desenvolvimento

quarta-feira, dezembro 21, 2016

sexta-feira, outubro 07, 2016

Evolução de esperança de média de vida das populações e impactes económicos

(questões endereçadas em 2016/09/27 por Carolina Reis, jornalista do Expresso)

  1. Que impacto tem na economia este aumento da esperança média de vida?
Os impactes na economia do aumento da esperança média de vida são múltiplos, de natureza económica e social. Desde logo, há implicações em matéria da necessidade de provisão de novos bens e serviços comuns, no funcionamento do mercado de trabalho, de resposta a dar e encargos decorrentes para os sistemas de saúde e, obviamente, na sustentabilidade dos modelos tradicionais de Segurança Social.

  1. Que fatores têm contribuído para este aumento?
Basicamente, isso é resultado dos progressos registados em matéria de desenvolvimento e bem-estar das nossas sociedades. De forma mais concreta, isso é explicado pelos progressos registados na provisão de vários serviços públicos, com particular destaque para os serviços de saúde e de educação, que registaram melhorias significativas e se alargaram ao conjunto da população, e pelas políticas de segurança alimentar e evolução verificada em matéria de modelo de vida.

  1. Como se pode aliviar o peso de mais idosos na Segurança Social?
O peso de mais idosos na Segurança Social é, desde logo, um resultado do envelhecimento relativo da população ativa, fruto das quedas continuadas na taxa de natalidade e da dificuldade verificada mais recentemente de integração de grupos jovens no mercado de trabalho (muitos, encaminhados para a emigração uma vez completada a sua formação escolar). Obviamente, pode-se alargar a idade ativa, como vem sendo feito, e reduzir os valores das pensões de reforma, como também se vai fazendo nalguns casos. Entretanto, se não se conseguir a criação líquida de emprego e a integração de ativos mais jovens, a resposta que daí vem é temporária. Há também quem equacione respostas que passam pela alteração do modelo de constituição dos fundos que asseguram as pensões de reforma e sua gestão, com a instituição de modelos de capitalização, isoladamente ou em paralelo com os sistemas tradicionais, públicos. Mas aí põe-se o problema da confiança que possam inspirar esses modelos e quem os gere, aparte as dificuldades que sempre se levantarão no período transitório.

  1. Há benefícios económicos no aumento da esperança média de vida?
Certamente que os há. Desde logo, há novos mercados que se vêm gerando, de bens e serviços, destinados a este segmento da população: do vestuário aos fármacos e aos serviços de saúde; dos serviços diversos prestados ao domicílio aos lares de 3ª idade e centros de dia; às oportunidades no mercado de lazer e turismo, e algumas vezes também de saúde, isto é, turismo que concilie tratamentos de saúde com lazer, que tem vindo a crescer no nosso país. Para dar um exemplo de uma situação que tenho vivenciado, deixo aqui a indicação que se encontra muita gente com idades avançadas, incluindo setenta e mais anos, que vem fazendo o caminho português para Santiago, resultando daqui receita importante em matéria de alojamento e restauração, entre outra. Note-se que estes grupos etários estão libertos de restrições em matéria do período em que se podem deslocar, contribuindo para atenuar a sazonalidade turística dos lugares por onde passam e, em muitos casos, têm rendimentos elevados. Estou-me a referir a peregrinos (com motivação religiosa mas também cultural) que vêm das mais diversas origens, do mundo.


Braga, 27 de setembro de 2016

J. Cadima Ribeiro

(Investigador. Professor do Departamento de Economia da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho)


quarta-feira, junho 29, 2016

terça-feira, junho 14, 2016

7th International ENTIME Conference 2017: call for papers

«7th International ENTIME Conference 2017


ENTREPRENEURSHIP IN MODERN ECONOMY - CHALLENGES AND RISKS

Gdańsk (Poland), 16-17 March 2017
Faculty of Management and Economics
Gdansk University of Technology

Faculty of Management and Economics of Gdańsk University of Technology (Poland) is proud to host the Seventh Entrepreneurship in Modern Economy (ENTIME) Conference. This entrepreneurship conference is designed to bring together leading-edge views of academic scholars and insightful practitioners from the fields of international business and small business/entrepreneurship, in order to examine challenges and risks that firms have to face and deal with in a modern economy. The event is a great opportunity to share knowledge and experience of entrepreneurial research and studies from all over the world. On this occasion we have a great pleasure to invite you to participate in the Seventh International Entrepreneurship Conference ENTIME held in the Faculty of Management and Economics.

quarta-feira, abril 27, 2016

“Discussing the posthosting evaluation of a mega sporting event: The perception of Warsaw Residents toward UEFA EURO 2012”

[Este artigo foi publicado na prestigiada Tourism and Hospitality Research. Nesta investigação, perguntámos aos habitantes de Varsóvia, no período entre 2013 e 2014, o que pensavam depois da festa que foi o Euro 2012]

(título e excerto de mensagem, datados de sábado, 23 de abril de 2016, disponível em Economia sem Gravata) 

quinta-feira, março 10, 2016

"A criação de um novo destino turístico em territórios de baixa densidade: o caso de Boticas"

"O fraco dinamismo demográfico das áreas mais ruralizadas do interior e a incapacidade de levar por diante iniciativas públicas que impliquem um processo participativo dos agentes locais (stakeholders), concorrem para a fragilidade do tecido socioeconómico de vastas áreas do território nacional. Neste contexto, para contrariar a respetiva desvitalização, é fundamental conceber estratégicas que, partindo dos recursos endógenos (recursos paisagístico-naturais e culturais, entre outros), potenciem o desenvolvimento desses territórios, sem questionar a preservação dos recursos. O turismo pode ser um dos instrumentos desse processo de desenvolvimento, o que, em todo o caso, implica uma atuação que previna possíveis efeitos de musealização de práticas e costumes das comunidades rurais. O propósito desta comunicação é contribuir para a identificação de recursos e produtos turísticos que possam concorrer para o desenvolvimento e sustentabilidade do turismo no município de Boticas, localizado no nordeste de Portugal, a curto e médio prazo. Neste sentido, a investigação de que se dá notícia na presente comunicação pretendeu: (i) fazer um primeiro diagnóstico do potencial turístico do município de Boticas; e (ii) identificar as perceções de vários intervenientes locais sobre o potencial turístico deste município. Para tal, recorreu-se à análise de conteúdo de entrevistas semiestruturadas preliminares realizadas (em 2014) a agentes locais e regionais e à realização de duas sessões de focus group (concretizadas em 2015), que tiveram como intervenientes os principais agentes locais de diversas áreas de atuação. Os resultados obtidos apontam para três factos basilares: primeiro, que existem recursos turísticos não explorados, passíveis de se ajustarem a certos nichos de procura turística; segundo, que o território tem vindo a apostar na diversificação da oferta de atividades de lazer e recreio, bem como das infraestruturas de apoio à atividade turística; por último, que continuam a persistir entraves à constituição de redes de agentes locais e de municípios da região que possam atuar ao nível da promoção articulada do território, o que perpetua a ausência de estratégias consequentes neste território. Daí se retiram diversas ilações de política não apenas para o município objeto de análise mas igualmente para outros territórios rurais com problemas semelhantes.»

Hélder LOPES 
Paula REMOALDO 
Vitor RIBEIRO 
José CADIMA RIBEIRO 
Sara SILVA 

(Resumo de comunicação a apresentar em TURHIST - II Conferência Internacional de Turismo & História, a decorrer na na Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve (Faro/Portugal) e na Universidade de Caxias do Sul (Caxias do Sul/Brasil), a 10 e 11 de março de 2016)

domingo, janeiro 31, 2016