Espaço de debate de temas de Economia Portuguesa e de outros que com esta se relacionam, numa perspectiva de desenvolvimento

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quinta-feira, fevereiro 01, 2024

31st APDR (2024) Congress

31ST APDR CONGRESS

The APDR invites regional scientists, economists, sociologists, geographers, urban planners, policy makers, and researchers of related disciplines to participate in the 31st APDR Congress with the theme "Regional Innovation Ecosystems and Sustainable Development" that will be held from 26th to 28th of June, 2024, at Polytechnic University of Leiria (School of Technology and Management), Leiria, Portugal.

In an era defined by dynamic global challenges, regional innovation ecosystems characterized by a strong collaboration between regional actors, both within and across regions, play a pivotal role in fostering sustainable development. As regions navigate the complex interplay between technological advancements, economic resilience, and environmental and digital transition, this congress provides a platform to discuss the diverse strategies employed across different regions to catalyze open and collaborative innovation, as a means to realize the full potential of the new opportunities available at the global level and to enhance societal well-being and sustainable development.


 

domingo, janeiro 07, 2024

ERSA 2024: proposta de sessão especial

 


Special Session (S84)

Navigating climate transitions: main challenges to communities towards sustainability 

Hélder Silva Lopes*, Lab2PT – Landscape, Heritage and Territory Laboratory/Department of Geography /ICS, University of Minho, Guimarães, Portugal; IdRA – Climatology Group/ Department of Geography/FGH, University of Barcelona, Barcelona, Spain/ Composing Worlds Network, Fernando Pessoa Fundation, Porto, Portugal, helderlopes@geografia.uminho.pt 

Paula C. Remoaldo, Lab2PT - Landscape, Heritage and Territory Laboratory, Department of Geography /ICS, University of Minho, Guimarães, Portugal, premoaldo@geografia.uminho.pt 

Vítor P. Ribeiro, Lab2PT – Landscape, Heritage and Territory Laboratory/CIPAF, Department of Geography /ICS, University of Minho, Guimarães, Portugal; ESE de Paula Frassinetti, Porto, Portugal, vitor.geografia@gmail.com 

José Cadima Ribeiro, NIPE – Centre for Research in Economics and Management and Lab2PT - Landscape, Heritage and Territory Laboratory, School of Economics and Management, Braga, Portugal, jcadimaribeiro0@gmail.com 

Javier Martín-Vide, IdRA – Climatology Group/ Department of Geography/FGH, University of Barcelona, Barcelona, Spain, jmartinvide@ub.edu 

*Corresponding convener

 

Abstract

In face of the unprecedented challenges posed by climate change, the urgency to address its impacts has never been more crucial. Recognizing the multifaceted nature of climate change, this special session aims to shed light on the intricate dynamics within vulnerable communities during climate transitions, with a particular focus on landscape and regional development. By intertwining the discourse of climate change with social justice and sustainability, the session attempts to uncover meaningful results, paving the way for a more inclusive and sustainable future.

The European Union's ambitious commitment on turning Europe the first climate-neutral continent underscores the global recognition of the need for a paradigm shift towards sustainability. Central to this commitment is the concept of a "just transition for all", emphasizing social inclusion and leaving no one behind. However, as time passes by, the visions of justice for vulnerable communities are often eclipsed in the broader global discourse on climate transitions.

Vulnerable communities bear a disproportionate burden of the impacts of climate transitions. Not only do these transitions affect their livelihoods, but they also exacerbate existing social exposures.

Public discourses on climate transitions predominantly echo the voices of global organizations, supranational institutions, and national governments. The visions of justice for vulnerable communities seldom find representation or understanding in these discourses. This misalignment emphasizes the necessity of a place-based perspective to inform policymaking, ensuring that the unique contexts of specific vulnerable groups are considered.

The session seeks to unpack the “best practices” of inclusion of communities in climate change policies, emphasizing the need for holistic and sustainable approaches based on citizen science. By delving into the critical questions posed, we aim to generate comprehensions that inform transdisciplinary research, foster social and territorial cohesion, and shape public policies that empower and sustain vulnerable communities.

Theoretical and empirical backgrounds are appreciated. The primary research areas of this Special Session include, but are not limited to, advances in the following topics.

1. Conceptualization of Marginalized and Vulnerable Communities to Climate Change.

2. Main present challenges of Climate Change and its impacts on population.

3. Inclusion in Social Transition Processes.

4. Consequences of Climate Transitions for Vulnerable Communities.

5. Engagement and Empowerment of Vulnerable Populations to Mitigate Climate Transitions.

6. Best Practices for Inclusion in Climate Change Policies.

7. Support Measures Implemented by Regional and Local Governments to Assist Communities during Climate Transition Processes.

8. Public Discourses on Climate Transitions.

9. Geographic Information Systems (GIS) Applications in Climate Change Research and Planning.

10.    Other Technology Applications in Climate Change Research and Planning.

11.    Transdisciplinary research on Climate Transition Processes.

12.    Community Involvement in Nature-Based Solutions and Participatory Methods.

13.    Main future challenges of Climate Change and its impacts on population.


https://ersa.eventsair.com/ersa2024/special-session-themes


sábado, julho 22, 2023

30º Congresso da APDR: apresentação de livros (Os Territórios na Era das Redes: Cultura digital, ação coletiva e bens comuns)

Título do livro: Os Territórios na Era das Redes: Cultura digital, ação coletiva e bens comuns

Autor: António Covas

Editora: Edições Sílabo (2023) 

Comunhão de visões entre o autor e o apresentador (J. Cadima Ribeiro)

Numa perspetivação de desenvolvimento e organização dos territórios, António Covas enuncia a necessidade da formação/materialização de um ator-rede, “que seja capaz de ouvir, interpretar, promover e realizar as aspirações de um território que é desejado”.

Na verdade, na perspetiva da mobilização dos agentes e organização para o desenvolvimento dos territórios, sobretudo dos mais frágeis, a necessidade da existência desse tipo de atores sempre existiu.

Chamei-lhes, lideres regionais, sendo que enunciei essa liderança como podendo ser protagonizada quer por um ator individual quer por um ator coletivo, uma entidade de desenvolvimento ou uma convergência de atores apostados na materialização de um projeto comum para um certo território.

Divergências de leitura entre o autor e o apresentador (J. Cadima Ribeiro)

Diz António Covas que “a grande inovação da economia dos bens comuns colaborativos”  (BCC) “é o acréscimo de eficácia e eficiência introduzido pela transformação digital nas áreas habitualmente institucionalizadas e burocratizadas, mas, também, a devolução da responsabilidade social aos cidadãos e à sociedade civil”.

A propósito, gostaria de sublinhar que, em muitas situações, a transformação digital, e a chamada desmaterialização, trouxe consigo um acréscimo infindável de rotinas burocráticas e o acréscimo de inteligibilidade do porquê de se realizarem uma multiplicidade de operações/gestos (cliques) para se aceder a um bem ou serviço ou formalizar uma decisão sobre algo.

Quem está familiarizada com a atual rotina burocrática/administrativa de algumas organizações sabe que o que, no passado, se resolvia com uma assinatura, hoje, implica, muitas vezes, uma dezena ou mesmo mais de “cliques” e/ou a introdução associada de informações codificadas numa plataforma eletrónica.

Isso resulta, frequentemente, de quem desenha essas rotinas digitais i) não ter ideia alguma de princípios de gestão de uma organização e ii) não ter nenhuma preocupação com o caráter “amigável” que as tecnologias de informação e comunicação devem ter para os utilizadores comuns.

Por outro lado, a devolução da responsabilidade social aos cidadãos e à sociedade civil não decorre e não implica o multiplicar de rotinas informáticas mas, antes, um modelo de organização do Estado que aproxime o poder dos cidadãos, isto é, que aposte na devolução do poder aos cidadãos, o que quer dizer aprofundamento democrático e, logo, também regionalização e descentralização do poder político. 


sexta-feira, abril 28, 2023

30th APDR Congress: publication oportunities

Following the invitation addressed to the conference organizers by an international publisher, we are in the process of submitting a proposal to publish a collection of selected papers from the conference. 

As soon as the final book proposal is read and approved by the publisher, the information on it will be released.

Draft Table of Contents (This is just a list of potential topics identified by their potential to be included in the book proposed):

Introduction

1-     Territorial Sustainability Strategies and External Shocks

2-     Governance in the Contexts of Economic, Environmental and Social Crises

3-     New Technologies to Support Governance and Sustainable Development

4-     Climate Change Mitigation and Adaptation Strategies

5-     Big Data for Spatial Optimization and Regional Development in Adverse Contexts

6-     Innovation, Entrepreneurship and Regional and Local Development in Adverse Contexts

7-     Economic, Social and Environmental Behaviours in Adverse Health Contexts

8-    Sustainable Tourism Strategies

9-     Climate Change Resilient Tourism in Protected Areas

10-  Risk and Disaster Management: Vulnerability and Resilience in Adverse Contexts

11-   Active and Inclusive Mobility

12-  Energy Transition and Regional Development Policies

13-  Regionalization and Decentralization: the Necessary Reform of State Aiming at Deepening Democracy and Enhancing Territories Development

14-  Circular Economy in Regions and Cities

15-  Sustainability Development Challenges in Metropolitan Regions

16-  Agribusiness and Sustainability: Reality, Emergency or Utopia

17-  Regional Development in the Cerrado and the Brazilian Amazon

Please, consider to submit your chapter proposal.

The abstracts submission to the APDR 2023 Congress is on going.


J. Cadima Ribeiro


terça-feira, abril 11, 2023

30th APDR Congress: 19, 20 e 21 de julho de 2023, Campus de Gualtar, Universidade do Minho (Braga)

Caro colega

 

Tal como já foi divulgado anteriormente, o 30th APDR Congress da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Regional ocorrerá, entre 19, 20 e 21 de julho do corrente ano, no Campus de Gualtar da Universidade do Minho (Braga).

São 26 os temas previstos nas Regular Sessions podendo enviar sugestão de Special Session até 15 de abril (com possibilidade de formato on-line).

Neste momento temos a possibilidade de publicação de textos em três revistas:

 

1-Regional Science and Practice (SCOPUS and Web of Science);

2-Portuguese Review of Regional Studies (SCOPUS);

3-Regional Studies (SCOPUS and Web of Science).

 

Está também prevista a possibilidade de apresentação pública de livros.

 

Pode consultar mais informação em: http://www.apdr.pt/congresso/2023

Cumprimentos.

Paula Remoaldo

(Comissão Organizadora Local)]



quinta-feira, abril 06, 2023

I Conferência Internacional de Políticas Públicas e Ciência de Dados do Amazonas: apelo à submissão de comunicações

[A I Conferência Internacional de Políticas Públicas e Ciência de Dados do Amazonas e II Conferência de Ciência de Dados para as Ciências Sociais decorrerão de 19 a 23 de junho deste ano, nas cidades de Manaus e Itacoatiara.

É uma iniciativa conjunta da Universidade Federal do Amazonas e da Universidade de Aveiro (Portugal), a qual conta com o apoio do Governo do Estado do Amazonas (Brasil).

Informamos que os prazos de submissão dos trabalhos foram prorrogados até dia 17 de abril e que vão ser aceites apresentações de trabalhos online, passando a conferência a funcionar em regime híbrido.

Para mais informação sobre o evento, consultar:

Vídeo promocional do evento; https://www.facebook.com/search/top?q=cippcdam

§  Página da I CIPPCDAMhttps://eventos.galoa.com.br/cippcdam-2023/page/2354-inicio

§  Instagram: https://www.linkedin.com/in/ii-confer%C3%AAncia-de-ci%C3%AAncia-de-dados-para-as-ci%C3%AAncias-sociais-984092266/

§  Linkedin: http://linkedin.com/in/cippcd-am-984092266

§  Facebook: https://www.facebook.com/profile.php?id=100089274675605

A comissão organizadora da I CIPPCDAM]



sexta-feira, março 03, 2023

30th APDR Congress: 19th to 21st of July, 2023, University of Minho (Institute of Social Sciences and Lab2PT), Braga.


The APDR invites regional scientists, economists, sociologists, geographers, urban planners, policy makers, and researchers of related disciplines to participate in the 30th APDR Congress with the theme "Sustainability Development Challenges of Territories in Contexts of Uncertainties due to External Shocks and Risks" that will be held from 19th to 21st of July, 2023, at University of Minho (Institute of Social Sciences and Lab2PT), Braga, Portugal.

Deadline for Special Session proposals: April 15, 2023. Proposals should be sent by email to the secretariat of the Congress (apdr@apdr.pt).

Deadline for Abstracts submissions: May 15, 2023. Authors should submit their abstracts through online submission system by following the link https://cmt3.research.microsoft.com/APDR2023.

All information available at:

http://www.apdr.pt/congresso/2023

Looking forward to meeting you in Braga, Portugal!

The Organizing Committee and the Board of APDR 30th APDR Congress



segunda-feira, maio 09, 2022

A Fileira Portuguesa dos Têxteis e do Vestuário: das ameaças do início do séc. XXI aos desafios do presente

Com a entrada da China na Organização Mundial de Comércio (OMC), a Indústria dos Têxteis e do Vestuário (ITV) portuguesa enfrentou grandes dificuldades competitivas, acentuadas pelo alargamento da União Europeia a Leste. Na procura de futuro para a fileira, algumas entidades, entre as quais o Centro de Estudos Têxteis Aplicados, foram levadas a conduzir estudos de natureza estratégica. Em resposta a convite para participar em conferência sobre a fileira dos têxteis e do vestuário, achei interessante questionar em que medida os resultados do presente foram os que se antecipava que pudessem ser percorridos para assegurar a continuidade do setor. Para esse efeito, consultaram-se os estudos e a informação setorial que vai sendo divulgada sobre a sua evolução e, através de entrevistas semiestruturadas, inquiriu-se alguns protagonistas da fileira. Concluiu-se que a ITV portuguesa viveu na última década um momento de reposicionamento e afirmação, se bem que as razões do sucesso mereçam apreciações diversas, desde a avaliação de que “Não aconteceu nada daquilo que nós dissemos que ia acontecer” (Braz Costa) à de que “15 anos depois, [o que havia sido equacionado] foi concretizado com muito sucesso” (António Falcão). Em relação ao que possa ser o futuro, as perspetivas recolhidas são igualmente positivas, com sublinhados feitos para o tipo de produtos oferecidos, a atualização tecnológica e os avanços que se estão a dar em matéria de fibras e de economia circular, mas com chamada de atenção unanime para as dificuldades enfrentadas em matéria de recrutamento de recursos humanos dotados das competências que são requeridas.


J. Cadima Ribeiro

NIPE e Escola de Economia e Gestão, Universidade do Minho, Braga, Portugal, jcadima@eeg.uminho.pt


(Resumo de comunicação a apresentar no Seminário A Têxtil e o Vestuário no Vale do Ave, organizado pela Fábrica de Santo Thyrso/Centro Interpretativo, que vai decorrer em Santo Tirso, em data a definir, em  2022)

sábado, fevereiro 19, 2022

Modern Trends in Business, Hospitality and Tourism (2nd Edition): Call for Papers

 Modern Trends in Business, Hospitality and Tourism (2nd Edition)

Remodelling Businesses for Sustainable Development

May 12th - 14th, 2022

Call for Papers



segunda-feira, setembro 13, 2021

"Factors Affecting Residents` Attitudes Toward Tourism in the Azores: looking to their level of interaction with tourists"

Abstract

This research aims to investigate the factors influencing residents’ perceptions and attitudes toward the tourism industry, focusing on the level of interaction between the destination residents and tourists. The study refers to the Atlantic Azores islands, Portugal. It makes use of data collected by the Regional Statistic Service of Azores (SREA), Portugal. The survey took place along the year 2018 and got, globally, 950 valid answers. The survey question inquiring the residents on usually keeping direct interaction with the visitors got 451 answers. The findings follow the assumptions of the Social Exchange Theory closely; namely, the respondents that used to keep closer contact with tourists and/or directly benefited from the tourism industry tended to express stronger support to the industry. This result has practical implications, and the regional and national authorities have to be aware of that in the design of their policies, namely for pursuing a sustainable development strategy for the Azores archipelago.

Keywords: Residents’ perceptions; social exchange theory; positive and negative perceptions toward tourism; personal economic benefits; Azores Islands (Portugal).

J. Cadima Ribeiro, NIPE and School of Economics and Management, University of Minho, Braga, Portugal, jcadima@eeg.uminho.pt

Laurentina Vareiro, UNIAG and Polytechnic Institute of Cávado and Ave, Barcelos, Portugal, lvareiro@ipca.pt

Isabel Cristina Monjardino, SREA-Regional Statistic Service of Azores, Angra do Heroísmo, Portugal, isabel.cristina@ine.pt

(Título e resumo de comunicação a apresentar no 28º Congresso da APDR, que vai ter lugar a16 e 17 de Setembro de 2021, na UTAD, Vila Real, Portugal. 

quinta-feira, maio 06, 2021

Congresso ´Comunidades Locais e Caminho de Santiago - Alianças e Ameaças`: 1ª Circular

              

                                                          Alianças e Ameaças

Congresso Internacional Comunidades Locais e Caminho de Santiago

International Conference Local Communities and Way of St. James. Alliances and threats

FACULDADE DE FILOLOGIA – UNIVERSIDADE DE SANTIAGO DE COMPOSTELA
27-30 OUTUBRO 2021 / OCTOBER 27-30, 2021

https://congressoclcs.org/

quinta-feira, abril 30, 2020

Fórum ´O Turismo no Minho no Pós-Coronavírus`

APROTURM - Associação dos Profissionais de Turismo do Minho

Fórum
O Turismo no Minho no Pós-Coronavírus

Tema
"O Impacto do Emprego e Profissões do Turismo"
(30 de abril de 2020)

0.                Agradeço à Associação dos Profissionais de Turismo do Minho o convite que foi endereçado à UMinho para indicar um seu representante para o debate.
Congratulo-me pelo seu sentido de oportunidade, por trazerem para o debate o tema que foi escolhido.
Saúdo os demais oradores e participantes no Fórum, formulando votos de que se encontrem de boa saúde.

1.                A minha intervenção será centrada em 5 tópicos, para destacar aquelas que me parecem ser as questões/preocupações centrais do momento, e fazer a gestão adequada do tempo me foi atribuído.
Esta intervenção é suportada em reflexão própria e nalguma literatura académica do âmbito do turismo (sobre o impacte da COVID-19), que começa a surgir.

2.                Tópicos selecionados:
i)              Incerteza;
ii)           Insegurança;
iii)         Assimetria;
iv)         Reconfiguração;
v)           Retorno ao caminho.

3.                 Desenvolvimento dos tópicos selecionados
i)                   Incerteza
A crise sanitária, na sua expressão no mundo e implicações de saúde, sociais e económicas, foi um evento absolutamente inesperado e esmagador, comparado nas suas repercussões a tragédias como as da 2ª guerra mundial. Ninguém, indivíduos/famílias, empresas e outras organizações, estado, estava preparado para lidar com tal fenómeno e ninguém sabe muito bem o que se vai passar a seguir, como e quando.
Daí resulta que estamos perante um cenário de gestão de um fenómeno num contexto de aprendizagem e adaptação/resposta. O planeamento, a decisão, o investimento devem acontecer mas guiados por esse ambiente de incerteza, o que recomenda muita prudência, e apostas “seguras”, quer dizer, estruturais.
Dado o contexto e implicações mundiais em que a doença decorre, muitas das respostas necessárias só são possíveis de ser dadas e ter alguma efetividade no contexto internacional global, da saúde, à economia e, obviamente, ao turismo, como é sublinhado por Hall, Scott e Gössling (2020). 

ii)                Insegurança;
A insegurança que se vive começa por ser sanitária, sentida por cada um e pelo coletivo, e conduz a insegurança geral, económica social e turística. Em razão disso, adia-se a retoma da vida económica e social e adiam-se decisões, como a aquisição de certos bens (bens duradouros), o planeamento de viagens e o agendamento de férias. Quando não se adiam, avança-se precariamente, ao sabor dos sentimentos e acontecimentos do dia-a-dia, isto é, por exemplo, fazem-se reservas de alojamento para o verão, mas também se cancelam, a seguir, ao menor sinal de incerteza.
Conforme noticiado nos jornais neste final do mês, depois de no dia 14 de abril António Costa ter dito que espera que, no verão, os portugueses tenham possibilidade de gozar férias, as reservas de casas e hotéis no Algarve têm aumentado. O jornal Observador, por exemplo, avançava que os hotéis algarvios estavam a receber cada vez mais reservas, para julho e agosto, de portugueses e turistas estrangeiros, nomeadamente britânicos (cf. ZAP aeiou, de 27 de abril). Entretanto, o diretor da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve adiantava que “É verdade que também tivemos e ainda temos muitos cancelamentos” (ZAP aeiou, de 27 de abril).
Nesse contexto, o mesmo ator associativo acrescentava nas declarações que fez à comunicação social que “O facto de o Algarve ser considerado um destino turístico Covid-Free pode potenciar o aumento da procura externa” (ZAP aeiou, de 27 de abril).

iii)              Assimetria
O que se refere antes sobre reservas e cancelamentos de férias no Algarve, percebe-se que se passa com outros territórios. Ponte de Lima, por exemplo, é uma das manifestações da assimetria como o fenómeno sanitário, nas suas implicações económicas, se exprime.
O Algarve, ao ser considerado um destino turístico Covid-Free, pode potenciar a procura externa, na medida em que os seus principais concorrentes se debatem com problemas sérios, a começar pelo sul de Espanha, que é um dos seus maiores concorrentes, segundo o diretor da AHETA (ZAP aeiou, de 27 de abril).
Outra manifestação de assimetria neste fenómeno é a do potencial reforço da procura turística interna, em detrimento da externa, não apenas por razões de confiança mas, igualmente, por determinações administrativas que possam existir (barreiras à circulação de pessoas no contexto internacional) e condicionamentos de transporte (operação das companhias áreas, entre outras, que tem sido um dos setores económicos mais atingidos pela crise económico/sanitária).
Conforme enunciado por Gössling, Scott e Hall (2020), a evidência inicial dos impactes nas viagens aéreas, cruzeiros e alojamento foram devastadores. Embora altamente incertas, as projeções iniciais da Organização Mundial do Turismo para 2020 sugerem que as chegadas internacionais podem diminuir de 20 a 30% face a 2019.

iv)              Reconfiguração
Conforme já assinalado, as mudanças no turismo serão desiguais no espaço e no tempo. Nalguns destinos, este quadro económico/sanitário ditará que reconsiderem a natureza da sua indústria do turismo e se concentrem mais em formas locais e mais sustentáveis ​​de turismo (Hall, Scott e Gössling, 2020). Porventura, num primeiro momento, mais atentos ao turismo interno mas com espaço para a continuação da aposta no turismo internacional.
Em todo o caso, este parece ser o momento para questionar a sustentabilidade do percurso mantido, isto é, para equacionar pôr no terreno apostas turísticas menos massificados e que vão ao encontro de públicos mais exigentes em matéria de experiência turística. Trata-se de apostar em transformações menos centradas no crescimento do número de visitantes e, porventura, mais sustentáveis, nas diversas leituras do conceito, e mais ricas e diversas em matéria de fruição turística e de contributo para o desenvolvimento local. O desenvolvimento de nichos como o ecoturismo, o enoturismo, e o turismo criativo, entre outras, são apostas que fazem particular sentido serem feitas em Portugal.

v)                Retorno ao caminho.
Contrariamente ao que acontecia noutros destinos turísticos nacionais, por exemplo, Lisboa, Porto, Algarve e Madeira, o Minho pré-COVID-19 não se tinha ainda tornado num destino massificado. Aparte isso, muita da sua oferta potencial encaixa bem na estratégia que se reclama ser necessário implementar em Portugal no futuro mais próximo e mais longínquo.
As expressões culturais diversas, materiais e imateriais, a natureza, as manifestações particulares do rural, a gastronomia e vinhos, as rotas de peregrinação e de fruição da natureza, etc., são um pano de fundo suficientemente rico e diverso para sustentar um desenvolvimento turístico rico em experiência proporcionada aos visitantes e promotor de desenvolvimento local/regional. A reconfiguração da oferta não parece ser muito difícil de fazer, e as oportunidades económicas avultam.
Não se pense, no entanto, que mesmo no Minho não há custos. Na verdade, do que conheço no terreno, particularmente da vivência de Ponte de Lima, que tinha uma aposta bastante consistente em matéria de atuação no turismo (e era/é, um dos lugares atravessados pelo Caminho [Central)] de Santiago e de outras “peregrinações”, nomeadamente de natureza gastronómica e ambiental), Ponte de Lima, digo, é o exemplo de um local onde foram feitos investimentos que não vão ser rendibilizados e onde há empregos que não serão recuperados no curto e médio prazos.
Note-se a propósito que já antes da crise sanitária e pese o afluxo crescente de visitantes, era para mim óbvio que a oferta de unidades de alojamento local estava a crescer muito acima das necessidades. Criou-se a ilusão de que havia espaço para todos e a rendibilidade gerada era elevada, o que estava longe da realidade. Muitas dessas unidades não vão voltar a abrir, e outro tanto se passa com uma série de pequenos negócios que giravam em torno do turismo.
Esta é uma realidade que estou convencido que extravasa muito o caso de Ponte de Lima, mesmo no contexto do Minho. No caso de outros territórios que viveram mais intensamente o fenómeno da explosão do turismo em Portugal, a situação será muito mais grave.
Seja como for, acredito que há futuro para o turismo em Portugal, e também no Minho, em particular.

J. Cadima Ribeiro
(Professor do Departamento de Economia da EEG/UMinho; investigador do NIPE e do Lab2.PT)


Referências
Gössling, S., Scott, D. e Hall, M. (2020). “Pandemics, tourism and global change: a rapid assessment of COVID-19”. Journal of Sustainable Tourism,
Hall, M., Scott, D. e Gössling, S. (2020). “Pandemics, transformations and tourism: be careful what you wish for”. Tourism Geographies, DOI: 10.1080/14616688.2020.1759131.
ZAP aeiou (2020). “Covid-19 não trava férias de verão. Reservas de casas e hotéis no Algarve aumentam”. ZAP aeiou, edição de 27 de abril de 2020, http://www.aeiou.pt/.