Espaço de debate de temas de Economia Portuguesa e de outros que com esta se relacionam, numa perspectiva de desenvolvimento
segunda-feira, outubro 01, 2018
sábado, julho 23, 2016
terça-feira, dezembro 17, 2013
“Internacionalização do Quadrilátero e Projeção de Estratégias Futuras de Promoção do Território”
http://foreigners.textovirtual.com/edit-value/58/88328/internacionalizacao-do-quadrilatero-e-projecao-de-estrategias-futuras-de-promocao-do-territorio.pdf
[Estudo realizado pela EDIT VALUE para a AIMinho e CITEVE, com envolvimento de investigadores do NIPE/EEG (Francisco Carballo Cruz e J. Cadima Ribeiro, na qualidade de consultores externos]
sexta-feira, outubro 28, 2011
Vale do Ave : "é possível dar a volta a esta situação de ruptura para a qual a maioria das empresas parece caminhar"
(título de mensagem, datada de Quarta-feira, 26 de Outubro de 2011, disponível em Planeamento Territorial)
sexta-feira, agosto 19, 2011
Competitividade e território
domingo, junho 05, 2011
Exposição do sector têxtil ao mercado internacional
terça-feira, abril 05, 2011
O sector dos vinhos em Portugal: alguns dados e notas de política
1. Em termos de produção de vinho, Portugal ocupava em 2008 o 5º lugar na Europa e o 10º em termos mundiais. No mesmo ano, a União Europeia a 15 (somatório dos países antes dos alargamentos mais recentes) representava 55% desse total global. 2008 ficou marcado por uma alteração histórica no posicionamento dos principais produtores de vinho, com a passagem da Itália para primeiro produtor mundial, em detrimento da França. De um modo geral, nos últimos anos tem-se verificado uma evolução decrescente da produção na Europa e um aumento nos novos produtores de vinho.
2. Em matéria de exportações dos cinco principais países exportadores de vinho da União Europeia, nas últimas décadas verificou-se uma evolução negativa. Esta evolução contrastou com a verificada nas exportações dos países emergentes (países do Novo Mundo). Em volume, os países emergentes poderão vir a superar os europeus a médio-prazo. Entre os países emergentes que vêm reforçando a sua posição no mercado mundial encontram-se o Chile, a África do Sul e a Argentina.
3. Portugal surge também na 5ª posição na Europa em termos de consumo e em 12º em termos mundiais, mantendo uma posição estável ao longo dos últimos anos. No que se refere à quota de mercado de Portugal no consumo global, esta tem vindo a oscilar, nos últimos trinta anos, entre os 3% e 4%. A Franca lidera o mercado mundial no consumo com 14% de quota, seguida pelos Estados Unidos da América e pela Itália. Nos principais países consumidores, especialmente em Franca e Itália, a tendência geral tem sido a do decréscimo (ligeiro) do consumo de vinho.
4. No consumo por habitante e ano, a Franca lidera novamente, com um consumo superior a 50 litros, logo seguida por Portugal e pela Itália. Nos 10 principais consumidores mundiais, 8 são europeus.
5. Como é geralmente sabido, em Portugal a vinha está presente em todo o país, mas as regiões que mais contribuem para a produção nacional são Trás-os-Montes, com 29%, e as Beiras com 22%. O peso do sector do vinho na produção agrícola tem vindo a aumentar ao longo da última década, em especial entre 2000-2007, altura em que atingiu valores em torno dos 15% do total do sector (dados do Instituto do Vinho e da Vinha).
6. Portugal é um país com invejáveis potencialidades para a produção de vinhos de qualidade, onde avultam as boas condições climáticas e geológicas e a detenção de castas únicas. No total, em 2008/2009, os vinhos com denominação de origem protegida representaram 74% da produção total. Em grande parte, este valor ficou a dever-se ao peso que os Vinhos do Porto detêm nesta categoria.
7. Falando-se de Vinho do Porto, importa assinalar que no quinquénio
8. Pese a “multidão” de pequenos vitivinicultores presentes no Douro, cinco grandes grupos produtores (a Symington Family Estates, a Taylor Fladgate,
9. As dificuldades enfrentadas pelas empresas produtoras e exportadoras de vinhos, incluindo as de vinho do Porto, e a evolução registada nas estruturas de mercado são consequência da conjugação de vários factores, onde avultam: i) a concorrência de novos e importantes países produtores (Américas, Oceânia e África); ii) a concorrência aos vinhos provinda dos refrigerantes, cervejas e vinhos espirituosos; iii) a própria evolução dos gostos e tendências no mercado consumidor que, num certo momento, pelo menos, tenderam a penalizar o consumo do vinho. Nesse quadro competitivo, o sucesso das empresas não pôde deixar de considerar a internacionalização, a introdução de inovações no processo de produção e de transformação das uvas, e também o recurso a trabalho mais qualificado que, aparte dar resposta às exigências de inovação de processo, fosse capaz de encontrar soluções que atendessem à evolução dos gostos dos consumidores, à escala internacional.
10. Nessa trajectória e por referência à realidade nacional, os problemas que foram sendo sinalizados e os desafios que importava vencer eram/são, de um modo geral, aqueles que foram identificados em 2004 por uma equipa liderada por Michael Porter, num estudo realizado sob encomenda da ViniPortugal; a saber: i) o espartilhamento existente no sector; ii) a presença de uma mentalidade aversa ao risco; iii) a falta de saber-fazer técnico; iv) a inadequação da legislação exigente; e v) a insuficiente aposta na internacionalização. Felizmente, algo se foi fazendo nessas diversas dimensões, conforme o parecem evidenciar alguns resultados alcançados, quer em termos de preservação de quotas ou de penetração em novos mercados e segmentos de mercado, quer em termos de qualidade dos vinhos postos ao dispor dos consumidores nacionais e internacionais. Este é, entretanto, um esforço que jamais se poderá dar por encerrado.
(A fonte principal dos dados usados neste texto foi uma dissertação de mestrado entretanto apresentada na EEG/UMinho, de que é autor Filipe Antunes).
[artigo de opinião publicado na edição de hoje do Suplemento de Economia do Diário do Minho, no contexto de colaboração regular em coluna intitutulada "A Riqueza das Regiões"]
segunda-feira, novembro 01, 2010
"Presidente do Sporting de Braga, deve estar a sorrir com a estratégia de marketing"
(título de mensagem, datada de 1 de Novembro de 2010, disponível em Arsenal de Braga)
quarta-feira, fevereiro 17, 2010
Política Urbana em Portugal e a importância do Quadrilátero
No final da anterior legislatura o governo lançou uma iniciativa denominada Politica de Cidades POLIS XXI que visava “responder aos desafios crescentemente complexos que se colocam às cidades, superar as debilidades do sistema urbano nacional e transformar as nossas cidades em motores efectivos do desenvolvimento das regiões e do País” (MAOTDR, 2008). Na motivação desta iniciativa era expressamente reconhecido que a implementação de um modelo de desenvolvimento, baseado no conhecimento e na inovação, precisa de uma rede urbana sólida e de um conjunto de cidades de elevada qualificação funcional, com capacidade para atrair e fixar recursos humanos qualificados e criativos e actividades inovadoras.
No âmbito do POLIS XXI assumem-se os seguintes objectivos operativos para o período 2007-2013: i) qualificar e integrar os distintos espaços de cada cidade; ii) fortalecer e diferenciar o capital humano, institucional, cultural e económico de cada cidade; iii) qualificar e intensificar a integração da cidade na região envolvente; e, iv) inovar nas soluções para a qualificação urbana. Para dar resposta a estes objectivos foram definidos três eixos de intervenção, com diferentes perspectivas em termos de escalas territoriais: regeneração urbana, competitividade / diferenciação e integração regional.
O programa POLIS XXI apresenta, do ponto de vista da sua concepção teórica e do seu modelo de implementação, todas as condições para ser bastante bem sucedido. Os princípios nos que assenta são genericamente acertados, dado que propiciam a auto-organização dos agentes territoriais (iniciativa local), permitem a selecção dos melhores projectos e melhoram a afectação dos recursos disponíveis (procedimento concursal), obrigam à definição de opções e à concertação em matéria de desenvolvimento (programação estratégica), e garantem o compromisso dos agentes territoriais mediante o estabelecimento de parcerias (parceria e contratualização). O desenho do programa estimula a participação, transmite metodologias de trabalho e fomenta o diálogo entre agentes de desenvolvimento, permitindo a acumulação do necessário capital de confiança.
Um dos instrumentos da Política de Cidades é o denominado Redes Urbanas para a Competitividade e a Inovação, que tem como finalidade articular processos de cooperação entre municípios, entidades públicas e entidades privadas, destinados a promover o desenvolvimento urbano, com base nos factores de competitividade territorial e na inovação. As Câmaras Municipais de Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos retomaram as iniciativas de cooperação estratégica territorial, iniciadas na década de noventa e que tiveram continuidade no Pacto de Desenvolvimento Regional, apresentando uma candidatura às denominadas Acções Preparatórias no âmbito do referido instrumento do Polis XXI. O projecto em questão, o Quadrilátero Urbano para a Competitividade, a Inovação e a Internacionalização, foi um dos cinco seleccionados para desenvolver as ditas acções e elaborar um documento estratégico, que evidenciasse a capacidade dos agentes para definir uma estratégia comum que desse resposta a objectivos partilhados. O contrato do projecto foi assinado pelas quatro Câmaras Municipais supracitadas, pela Universidade do Minho, pela Associação Industrial do Minho, pelo Centro Tecnológico das Indústrias Têxteis e do Vestuário de Portugal e pelo estado Português. A partir desse momento o projecto do Quadrilátero tem ganho momentum, com a elaboração do Programa de Cooperação Estratégica e com os desenvolvimentos posteriores: a obtenção de financiamento através do Programa Operacional Regional do Norte (ON.2) e a recente criação de uma Associação de Municípios para fins específicos.
O projecto do Quadrilátero Urbano deve ser entendido como um primeiro passo para consolidar uma rede urbana multidimensional, neste momento embrionária. Os próximos passos são fundamentais. A cooperação estratégica deve materializar-se em conteúdos (na forma de projectos), que mantenham a dinâmica da rede e evitem distorções em termos de objectivos. Convém por isso lembrar que as iniciativas de cooperação estratégica a nível regional, das últimas duas décadas, neste território, não vingaram por motivos de diversa natureza, entre eles, o excessivo protagonismo das entidades públicas e o localismo dos seus discursos e comportamentos, a existência de lideranças mal entendidas e deslegitimadas, a incapacidade de auto-organização dos agentes territoriais e, sobretudo, a sua falta de experiência e conhecimentos para articular uma rede dessa natureza. O POLIS XXI resolveu estas últimas lacunas, transferindo saber-fazer, através das acções preparatórias e do acompanhamento dos trabalhos. As restantes motivações que propiciaram os fracassos apenas poderão ser resolvidas se os agentes territoriais tiverem vontade de concertação e acordo e assumirem o projecto como próprio. O Quadrilátero é demasiado importante para o território para deixá-lo cair. A sua competitividade dependerá, em grande medida, dele. O seu sucesso será um sucesso de todos. A ver vamos.
sexta-feira, julho 10, 2009
Índice de Desenvolvimento Regional: a posição de Leiria
2. Leiria integra-se na NUT III denominada Pinhal Litoral e, para minha surpresa, este território era o que, no ano de 2006, apresentava melhor desempenho no índice identificado logo a seguir a Lisboa e à frente do Baixo Vouga (Aveiro). Para o referido ano, reduziam-se a 4 as NUTs III que apresentavam um ISDR superior à média do país. Como se entenderá, esta média é fortemente condicionada pelos resultados de Lisboa. A outra NUT III que integrava este “pelotão da frente” era a Beira Interior Sul, porventura uma situação ainda mais surpreendente se tivermos em conta a sua posição geográfica no interior do país, junto à fronteira. Neste caso, os dados só muito ligeiramente a distinguiam da média nacional. Por contrapartida, na base da escala encontravam-se o Tâmega, em último lugar, logo seguido pelos Açores, pelo Alto Trás-os-Montes e pelo Douro.
3. O ISDR foi construído a partir da consideração de 3 componentes; a saber: a competitividade, aproximada por uma carteira de indicadores que supostamente contribuem para ela ou a retratam; a coesão territorial, construída de idêntico modo; e a qualidade ambiental, que tenta captar a qualidade do crescimento urbano, a produção de resíduos diversos, a qualidade da água disponível para consumo humano, entre outros indicadores ambientais. Destes índices parciais, aquele em que o Pinhal Litoral aparece melhor classificado é o da coesão, onde surge na 3ª posição, e no que regista pior desempenho, talvez esperado, é o da qualidade ambiental, onde não vai além da 21ª posição entre as 30 unidades de análise retidas. Não sendo brilhante, na componente competitividade situa-se numa posição relativa melhor, a 10ª. Esta posição, até por configurar um desempenho abaixo da média nacional, denuncia alguns dos problemas com que se confronta o seu tecido produtivo. Mais uma vez, este dado é em grande medida marcado pelo desempenho de Lisboa, que se distingue de forma bem evidente do restante país. Disso fala o crescimento que a Área Metropolitana de Lisboa beneficiou no período pós-adesão à Comunidade Europeia, que a levou a ter tratamento diferenciado das restantes parcelas do território nacional em matéria de acesso a fundos estruturais já no QCA III.
4. Estes índices são medidas relativas; valem o que valem. A carteira de indicadores usada é uma peça essencial da qualidade do índice. Sendo um dado relativo, permite no entanto que nos situemos por referência aos demais e, a partir dessa comparação, inferir algumas das dimensões do que são os nossos pontes fortes e fracos, e partir daí para a definição de trajectórias de correcção de debilidades.
5. O bom desempenho global apresentado pelo Pinhal de Litoral, e, portanto, de Leiria, definida num sentido alargado, pode fazer-nos pensar que pouco há que corrigir. Não mantenho essa perspectiva, conhecido que é o mau desempenho global do país ao longo da presente década. Sabidos que são os défices existentes de concertação estratégica e de liderança, para os quais tenho chamado a atenção em variadas ocasiões, os dados do ISDR aqui reportados dizem-nos, pelo menos, que a prestação de Leiria e do território envolvente podiam ser significativamente melhores se tais lacunas fossem olhadas de outro maneira. Quero dizer, longe de olharmos com regozijo para os dados que o Pinhal Litoral apresenta neste índice, importaria que tomássemos consciência do potencial de oportunidade que, neste território, tem ficado por aproveitar em razão da incapacidade que tem persistido de pensar colectivamente a respectiva estratégia e de prosseguir caminhos concertados entre os seus principais actores económicos e políticos.
quarta-feira, novembro 12, 2008
Unidade de auto-rádios de Braga
(título de mensagem, datada de Quarta-feira, 12 de Novembro de 2008, disponível em Planeamento Territorial)
segunda-feira, julho 02, 2007
Casos de sucesso de produtos do território nos mercados externos - II
O saber fazer português, consubstanciado nas receitas caseiras tradicionais de culinária e doçaria, também parece oferecer algum potencial de exportação. A Chocolame está presente num segmento muito específico, o dos salames de chocolate, que respeitam integralmente as receitas e os métodos de fabrico tradicionais, sendo distribuídos em Portugal e nos Estados Unidos (SEMANÁRIO ECONÓMICO, 2005). Um empresário de Coimbra vende queijadas e pastéis de Tentúgal e de Santa Clara não só na sua rede de pastelarias Vasco da Gama, como numa loja em Salamanca (EXPRESSO, 2005a). Uma pequena empresa de Tavira produz flor do sal, um produto formado nas salinas e que tem características químicas e físicas muito diferentes do sal de cozinha, sendo usado na alta cozinha para dar um paladar requintado aos pratos, em peelings faciais e em tratamentos homeopáticos contra a malária. Os canais de distribuição preferenciais são os hotéis de luxo e as lojas de artigos gourmet de grandes superfícies em Portugal, França, Alemanha, Bélgica, Suécia, Estados Unidos e Canadá (EXPRESSO, 2005b).
J. Cadima Ribeiro
J. Freitas Santos
(extracto de comunicação intitulada "Produtos do Território e Internacionalização Empresarial", a apresentar no 13º Congresso da APDR, que decorre na Universidade dos Açores, Angra do Heroísmo, de 5 a 7 de Julho de 2007)
sexta-feira, junho 29, 2007
Casos de sucesso de produtos do território nos mercados externos
A questão que agora se coloca é a de saber se essa mais valia, empiricamente testada no plano nacional, é transferível para os mercados internacionais. Um caso particular é o das comunidades de emigrantes espalhadas pelo mundo, onde o efeito da região representa uma forte identificação com o seu país de origem (vinho do Porto, azeite, queijo, etc.). Porém, existem outros casos de sucesso onde a exploração dos mercados externos acontece pela procura de segmentos homogéneos de consumidores mundiais (nichos) que valorizam produtos de qualidade e com denominação de origem protegida.
(extracto de comunicação intitulada "Produtos do Território e Internacionalização Empresarial", a apresentar no 13º Congresso da APDR, que decorre na Universidade dos Açores, Angra do Heroísmo, de 5 a 7 de Julho de 2007)