Espaço de debate de temas de Economia Portuguesa e de outros que com esta se relacionam, numa perspectiva de desenvolvimento

domingo, outubro 15, 2006

Destaques noticiosos do fim-de-semana

Conselho de Ministros aprovou proposta que será apresentada na segunda-feira (06-10-13, in Jornal de Negócios)
"O Governo aprovou hoje, em Conselho de Ministros extraordinário, a proposta de Orçamento de Estado para 2007, que será entregue segunda-feira no Parlamento e que tem como objectivo central a redução do défice para 3,7%."
/.../
Nobel da Paz atribuído ao fundador do conceito. Número de microcréditos em Portugal mais do que duplicou em 2005 (06-10-13, in Público)
"O número de empréstimos concedidos a pessoas que não têm acesso a crédito para desenvolver negócios por falta de garantias mais do que duplicou em 2005 em Portugal, revelou a Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC)"

5 comentários:

Anónimo disse...

O microcrédito tem-se tornado cada uma forma de sair do desemprego e de afirmação profissional dos indivíduos. Esta ideia de financiar aqueles que mais precisam tem sido uma excelente resposta à pobreza.

Tradicionalmente, o Estado dá mensalmente um subsídio para a subsistência das famílias mais carenciadas. E isto não acontece em todos os países.

Aqueles que recorrem a este tipo de crédito são os que mais precisam e por isso não conseguem um emprestimo bancário normal. Assim conseguem financiar um projecto de auto emprego (e com taxas de juro mais baixas) e sair da situação desfavorável em que se encontram.

O microcrédito deve ser visto como uma forma de diminuir o desemprego e a pobreza por ele gerada. Assim sendo, o prémio nobel foi merecido. E é de salientar que tudo isto teve origem num país considerado menos desenvolvido...

Anónimo disse...

Antes de mais, acho que é uma honra para qualquer economista ver a sua área de estudo e actividade laureada por um prémio Nobel da Paz. É gratificante ver que a Economia, enquanto ciência social, consegue melhorar as condições de vida dos agentes e, principalmente, trabalhar para a maximização do bem-estar social.

Quanto ao microcrédito propriamente dito, arrisco-me a dizer que foi uma inovação fundamental para o desenvolvimento dos países em geral, mas principalmente dos países em vias de desenvolvimento.

De acordo com os novos objectivos do Banco Mundial, o importante não é ajudar directamente os países mais necessitados impondo-lhes estratégias, mas sim, dando os meios ou instrumentos necessários para eles próprios decidirem as estratégias. Seguindo estas orientações, o microcrédito dá oportunidades a esses países para poderem reverter a situação, a curto parzo, dos agentes económicos e, a longo prazo, da economia do país, visto que O microcrédito é concedido a pessoas que não têm acesso ao crédito normal mas têm condições e capacidades para desenvolver uma actividade concreta, aumentando o seu rendimento e, assim, contribuir para o próprio crescimento do país.

Nessa medida, o microcrédito é visto como "um meio de combater à pobreza e exclusão social, que valoriza a capacidade de iniciativa na criação de condições de desenvolvimento de pequenos negócios, permitindo a plena inserção no mundo do trabalho" PUBLICO (13-10-2006).

Anónimo disse...

Na minha opinião, este fenómeno dos microcréditos foi uma invenção muito bem conseguida por parte do seu fundador Muhammad Yunus, daí esta condecoração da academia Sueca ser de louvar.
Penso que este programa, com o objectivo de dar uma oportunidade ás pessoas mais desfavorecidas, ou seja, aquelas que em situações normais não tinham acesso ao crédito, veio diminuir os níveis de pobreza e exclusão social. Logo, o aumento consecutivo, em Portugal, do microcrédito Só traz vantagens, já que, o microcrédito é um fenómeno que se baseia na confiança em pessoas com menos possibilidades, mas com capacidades para contrair empréstimos e desenvolver o seu pequeno negócio. Outra das vantagens, é que apesar de aumentar o número de empresas, também vai aumentar os postos de trabalho.
Assim, verificámos que este é um dos meios que valoriza a capacidade de iniciativa e é também um método de inserção no mercado de trabalho.

João Santos Nº40343

Anónimo disse...

De facto, é gratificante assistir que a economia contribui, na prática, para a equidade e bem-estar social. Tal evidência foi marcada, neste caso, pelo contributo de Muhammad Yunus na invenção do microcrédito e na fundação do Banco Grameen no Bangladesh, ao permitir o acesso ao sistema bancário a pessoas mais desfavorecidas. Deste modo, teve a sua distinção pelo trabalho no desenvolvimento de oportunidades económicas e sociais entre os mais pobres.
Assim sendo, devido aos benefícios já também salientados nos comentários dos meus colegas, foi com grande mérito que recebeu tal Prémio Nobel.

Anónimo disse...

Não restam dúvidas que o ponto mais discutido neste OE para 2007 é o esforço que será imprimido no lado das despesas nos próximos anos.
José Sócrates, já à muito que anunciou que os ministérios iam continuar a ver os seus orçamentos “encolherem”, com excepção feita à Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
O objectivo é reduzir o problemático défice público de 4.6% do PIB para 3.7%.
Ora, existem duas maneiras de se atingir esse objectivo: reduzindo os gastos ou deixando o Produto crescer, sem que a despesa seja superior.
Na situação urgente em que Portugal se encontra, não existe qualquer hipótese de escolha, tem que se fazer mesmo um forte esforço de contenção orçamental.
Este OE irá fazer isso mesmo: já cortou as dotações da maioria dos ministérios; reduziu as despesas com o pessoal (que representam a maior fatia das despesas de funcionamento do Estado) e reduziu as despesas de investimento público.
Isto significa, na minha opinião, que este Governo tem os “pés assentes no chão” e não vive de ilusões. Fez o que deveria ser feito. Tomou medidas fortes de contenção em despesa.
No entanto, como a seguir aos prós vêm sempre os contras, este OE também não é perfeito e por isso é alvo de crítica por vários opositores.
Um dos aspectos que mais críticas tem merecido é o corte na despesa de investimento.
O certo é que, de facto, a situação de sucessivos cortes (principalmente o de investimento) não é sustentável a prazo. O investimento é essencial para manter o dinamismo e a criatividade da economia portuguesa e, por isso, é importante perceber a eficiência dos cortes antes deles serem implementados.
Mas este corte do investimento prende-se com a necessidade de continuar a consolidação das contas públicas. Haverá investimento previsto no Orçamento do Estado para 2007, ele será é mais selectivo e orientado para as áreas em que vale a pena investir (Ciência e Tecnologia).
Outro aspecto que é alvo de críticas, está relacionado com o aumento das despesas para os portugueses que vão ver os seus “cintos” mais apertados, o que vai reduzir-lhes o poder de compra.
Tanto a quebra de investimento público como a desvalorização real dos salários, apesar de empobrecer os orçamentos familiares dos portugueses, vão permitir ao Estado arrecadar mais algum dinheiro, e como estamos numa fase muito difícil de desenvolvimento económico e social do país, todos temos de fazer sacrifícios.
Em suma, penso que o importante e corajoso passo já foi dado. Só nos resta esperar para podermos avaliar, sem dúvidas, a qualidade deste OE.