Espaço de debate de temas de Economia Portuguesa e de outros que com esta se relacionam, numa perspectiva de desenvolvimento

segunda-feira, outubro 08, 2012

"Artigo de Pacheco Pereira e o Museu da Chapelaria em S.João da Madeira"

«Vale a pena ler o artigo do Pacheco Pereira.
Claro que ele continua a defender o seu amigo de Belém quando ele era inquilino do palácio de S.Bento! E nem se lembra do ministro das finanças de Sá Carneiro que acabou por obrigar à 2ª vinda do FMI ao n/país...mas isso não interessa agora, de facto.
Um governo de iniciativa presidencial!  A proposta é um susto, mas eleições antecipadas tb afligem porque demora um tempo "colossal" até se formar novo governo e o panorama das alternativas não é animador por muito que me custe admitir!
Vejamos o que faz o nosso presidente que não fala cá dentro mas hoje dá entrevista a um jornal espanhol....tb tem muito medo!
Assim, como está, não pode continuar - este governo já não existe...embora ontem tenham passado um péssimo domingo (não sei como há pessoas que gostam e querem ir para o governo!) a tentar compor o ramalhete desta austeridade que nos está a matar *


Um abraço e boa semana
Dolores

* A propósito desta terrível palavra, lembrei-me da secção das "unhas negras"  do fabrico dos chapéus (uma analogia exagerada certamente, mas já há muitos muitos portugueses em desespero)
No sábado fui a S.João da Madeira visitar o Museu da Chapelaria. Tive a sorte de participar numa visita guiada por uma jovem muito interessante que nos contou a história do fabrico dos chapéus desde o pêlo do coelho ou da lã até ao seu acabamento.
A fábrica existiu até 1995, Impressionaram-me duas fases do processo de fabrico: a da tinturaria (unhas negras) que dava doença terrível e vida curta a quem lá tinha a pouca sorte de ir dar devido ao mercúrio que era usado (e foi-o até aos anos 50) e começavam miúdos com 10 anos a trabalhar lá.. e a secção dos "dedos mágicos" aonde os homens (desde pequenos)  com ferro em brasa e altas temperaturas moldavam com os dedos a forma final do chapéu. Quem nos falou desse trabalho foi um senhor (que não lembro o nome e que lá trabalhou até ao fim da fábrica, tem hoje 81 anos se não estou em erro) que começou a trabalhar aos 10 anos e que teve a sorte de passar escondido pela secção das unhas negras graças a seu pai que trabalhava na dos dedos mágicos. Depois do almoço numa sala do dito museu (um almoço excelente com 2 menús de 6 e 12€ - que aconselho a quem lá for) fui ver os chapéus para venda. Na actualidade, eles recebem encomendas e os chapéus feitos em diversas fábricas de S.João da Madeira e não só ( especializadas  por fase de fabrico) são acabados (forrados e ornamentados) ainda na fábrica inicial pela Sra Deolinda que começou a trabalhar lá  aos 11 anos- na secção das costureiras - "dedos mágicos" também embora com muito menos temperatura- e nos explicou o que começou por fazer - uns laçinhos que serviam para indicar a parte de trás do chapéu. Hoje é ela quem faz os acabamentos dos chapéus que são vendidos no Museu. O preço dum chapéu de senhora anda à volta dos 40€ e são lindos, e têm esta história que contada por mim não é tão bonita quanto aquela que eu ouvi e que me emocionou. Quanto aos chapéus de homem só agora sinto pena por não ter guardado os chapéus de meu Pai. Todos ou quase todos os homens da idade dele usavam chapéu desde novos - o meu pai talvez a partir dos anos 60 deixou de o usar. Os meus irmãos já não o usaram nunca... Depois desta visita concluí que gostava de gostar de usar chapéu!

Para uma melhor informação consultem o site do Museu


Ah, não comprei chapéus, mas comprei lápis lindos e baratos da Viarco que felizmente funciona ainda e que recebe visitas programadas durante a semana. Compre também lápis Viarco, eu sou fã e já os uso há algum tempo.»

(reprodução de mensagem que me caiu entretanto na caixa de correio electrónico, encaminhada pela sua autora, a quem agradeço a consideração e a informação proporcionada, que não resisti a passar aos eventuais leitores deste jornal de parede, pese a referência feita a Pacheco Pereira)

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