Alguns territórios procuram tirar partido da sua riqueza em recursos naturais, históricos e etnográficos para, por via do aproveitamento turístico, criarem rendimento e emprego. Contudo, sendo os recursos financeiros e humanos escassos, por norma, qualquer planeamento implica fazer apostas selectivas e, logo, proceder à avaliação de alternativas.
Estando em causa um projecto de desenvolvimento turístico, os recursos existentes podem servir como ponto de partida para a definição de alternativas e, conhecendo a opinião dos turistas sobre aqueles, é possível dispor de uma base sólida para a selecção da alternativa estratégica que melhor se adeqúe aos atributos do território e às preferências dos visitantes.
A análise dos gostos e preferências dos turistas está facilitada quando estão em causa destinos mais ou menos consolidados e recursos turísticos actuais, uma vez que estes apresentam uma procura a partir da qual se pode investigar gostos e preferências. Porém, no caso de destinos emergentes e de recursos potenciais, esta tarefa torna-se mais complicada. Para ultrapassar esse problema, podemos recorrer à análise das preferências declaradas, inquirindo os indivíduos sobre as respectivas escolhas (declaradas), face a situações hipotéticas de consumo.
Foi este tipo de abordagem que foi prosseguido há uns meses atrás, no quadro de uma investigação que, em última instância, visava avaliar até que ponto seria viável pensar a sub-região do Minho-Lima como um (novo) destino turístico. O potencial do território em causa resulta-lhe do valor inquestionável dos recursos que possui, que, entretanto, é sabido não bastarem para configurar um projecto sustentável de aproveitamento turístico.
O inquérito destinado a avaliar a estrutura de preferências dos turistas que visitam ou pretendem visitar o Minho-Lima (isto é, o Alto Minho) foi aplicado entre Maio e Dezembro de 2006. Obteve-se um total de 350 respostas, 74 de turistas estrangeiros e 276 de turistas nacionais.
Os recursos do território foram apresentados aos inquiridos sobre a forma de um conjunto de cartões que pretendiam representar os perfis de atributos/alternativas de escolha disponíveis, sendo-lhes pedido para ordenarem/hierarquizarem o(s) preferido(s). Os inquiridos podiam, assim, ter em conta combinações de níveis de atributos, onde cada possível combinação representava o perfil do destino turístico que poderiam ter em mente quando estabelecessem as suas preferências e seleccionassem o seu destino de férias. O desenho do questionário foi aperfeiçoado mediante a realização de um pré-teste.
De forma muito resumida, dos resultados foram obtidos, constatámos que os recursos a que os turistas atribuíam mais importância eram as Praias Oceânicas e os Parques Nacionais ou de Paisagem Protegida. A esta luz, numa perspectiva promocional, não estando os municípios do litoral inseridos no Parque Nacional da Peneda-Gêres, teriam toda a vantagem em referir que este se encontra enquadrado na sub-região a que pertencem. Do mesmo modo, os municípios que fazem parte deste Parque Nacional deveriam referir que se encontram a X km do litoral e, por essa via, de algum modo, incluir esse recurso na sua carteira de oferta.
Considerada a nacionalidade dos entrevistados, obtiveram-se percentagens de importância dos atributos relativamente semelhantes, salvaguardadas as diferenças que se assinalam de seguida:
i) os turistas nacionais preferem os Parques Nacionais ou de Paisagem Protegida, enquanto os turistas estrangeiros valorizam mais as Serras e Montes; e,
ii) no caso dos Recursos Etnográficos, os nacionais atribuem maior importância à Gastronomia, enquanto os estrangeiros valorizam mais as Festas.
Entre os elementos coincidentes, no que se reporta aos Recursos Naturais-Água, estão a preferência dada às Praias Oceânicas e, no que se refere aos Recursos Históricos, a preferência dada ao Património Arqueológico.
Já no caso do Património Religioso e do Artesanato, considerados os mesmos resultados, dada a pouca importância que lhes foi conferida pelos turistas nacionais e estrangeiros, seria de rever o destaque que lhes vem sendo dado nas estratégias de promoção. Partindo da perspectiva que será desejável que um destino turístico disponha de uma carteira de produtos alargada, parece fazer sentido que sejam tomados como recursos complementares, alternativamente à política actual dos apresentar como dois cartazes de visita do Minho-Lima.Conforme é bem explícito, o território que foi alvo de análise foi o Alto Minho. Posta, entretanto, a similitude de recursos turísticos e de perfil de visitantes que visitam o Alto e o Baixo Minho, crê-se que as ilações que se podem retirar deste estudo sejam em grande medida válidas para o Minho, no seu todo.
Estando em causa um projecto de desenvolvimento turístico, os recursos existentes podem servir como ponto de partida para a definição de alternativas e, conhecendo a opinião dos turistas sobre aqueles, é possível dispor de uma base sólida para a selecção da alternativa estratégica que melhor se adeqúe aos atributos do território e às preferências dos visitantes.
A análise dos gostos e preferências dos turistas está facilitada quando estão em causa destinos mais ou menos consolidados e recursos turísticos actuais, uma vez que estes apresentam uma procura a partir da qual se pode investigar gostos e preferências. Porém, no caso de destinos emergentes e de recursos potenciais, esta tarefa torna-se mais complicada. Para ultrapassar esse problema, podemos recorrer à análise das preferências declaradas, inquirindo os indivíduos sobre as respectivas escolhas (declaradas), face a situações hipotéticas de consumo.
Foi este tipo de abordagem que foi prosseguido há uns meses atrás, no quadro de uma investigação que, em última instância, visava avaliar até que ponto seria viável pensar a sub-região do Minho-Lima como um (novo) destino turístico. O potencial do território em causa resulta-lhe do valor inquestionável dos recursos que possui, que, entretanto, é sabido não bastarem para configurar um projecto sustentável de aproveitamento turístico.
O inquérito destinado a avaliar a estrutura de preferências dos turistas que visitam ou pretendem visitar o Minho-Lima (isto é, o Alto Minho) foi aplicado entre Maio e Dezembro de 2006. Obteve-se um total de 350 respostas, 74 de turistas estrangeiros e 276 de turistas nacionais.
Os recursos do território foram apresentados aos inquiridos sobre a forma de um conjunto de cartões que pretendiam representar os perfis de atributos/alternativas de escolha disponíveis, sendo-lhes pedido para ordenarem/hierarquizarem o(s) preferido(s). Os inquiridos podiam, assim, ter em conta combinações de níveis de atributos, onde cada possível combinação representava o perfil do destino turístico que poderiam ter em mente quando estabelecessem as suas preferências e seleccionassem o seu destino de férias. O desenho do questionário foi aperfeiçoado mediante a realização de um pré-teste.
De forma muito resumida, dos resultados foram obtidos, constatámos que os recursos a que os turistas atribuíam mais importância eram as Praias Oceânicas e os Parques Nacionais ou de Paisagem Protegida. A esta luz, numa perspectiva promocional, não estando os municípios do litoral inseridos no Parque Nacional da Peneda-Gêres, teriam toda a vantagem em referir que este se encontra enquadrado na sub-região a que pertencem. Do mesmo modo, os municípios que fazem parte deste Parque Nacional deveriam referir que se encontram a X km do litoral e, por essa via, de algum modo, incluir esse recurso na sua carteira de oferta.
Considerada a nacionalidade dos entrevistados, obtiveram-se percentagens de importância dos atributos relativamente semelhantes, salvaguardadas as diferenças que se assinalam de seguida:
i) os turistas nacionais preferem os Parques Nacionais ou de Paisagem Protegida, enquanto os turistas estrangeiros valorizam mais as Serras e Montes; e,
ii) no caso dos Recursos Etnográficos, os nacionais atribuem maior importância à Gastronomia, enquanto os estrangeiros valorizam mais as Festas.
Entre os elementos coincidentes, no que se reporta aos Recursos Naturais-Água, estão a preferência dada às Praias Oceânicas e, no que se refere aos Recursos Históricos, a preferência dada ao Património Arqueológico.
Já no caso do Património Religioso e do Artesanato, considerados os mesmos resultados, dada a pouca importância que lhes foi conferida pelos turistas nacionais e estrangeiros, seria de rever o destaque que lhes vem sendo dado nas estratégias de promoção. Partindo da perspectiva que será desejável que um destino turístico disponha de uma carteira de produtos alargada, parece fazer sentido que sejam tomados como recursos complementares, alternativamente à política actual dos apresentar como dois cartazes de visita do Minho-Lima.Conforme é bem explícito, o território que foi alvo de análise foi o Alto Minho. Posta, entretanto, a similitude de recursos turísticos e de perfil de visitantes que visitam o Alto e o Baixo Minho, crê-se que as ilações que se podem retirar deste estudo sejam em grande medida válidas para o Minho, no seu todo.
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J. Cadima Ribeiro
(reprodução integral de artigo publicado em 07/09/25 no Suplemento de Economia do Diário do Minho, em coluna genericamente intitulada "Desde a Gallaecia" - o texto integral da comunicação que trata a matéria em título está disponível, em inglês, no sítio do NIPE, na entrada publicações, actas de conferências, 2007 - http://www3.eeg.uminho.pt/economia/nipe/index_pt.htm)
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