Nos últimos anos, o défice nacional, tem sido o actor principal na longa metragem dos maiores problemas da nossa sociedade. A célebre frase do Ex-Presidente da Republica Jorge Sampaio, “há vida para além do défice”, remete-nos para o desemprego, uma personagem secundária neste debate, mas que tem afectado directamente milhares de Portugueses.
Com base nas publicações mensais do INE, pretendemos analisar o número de desempregados à procura do primeiro e novo emprego, a duração da procura e o sector da última actividade dos desempregados.
Esta conjuntura só foi favoravel no 2º trimestre de 2005, pautado pelo início de mandato do actual Governo, no entanto, a partir do 3º trimestre de 2005 a situação tem vindo a degradar-se a um ritmo crescente. A variação homóloga destes números, desde o 4º trimestre de 2005 até ao 2º trimestre de 2007, é positiva e muito superior ao periodo anterior, com excepção ao número de desempregados num período de 12 a 36 meses.
[Os numeros que se seguem são em milhares (10³) ]
Nestes dois anos, o número de desempregados à procura do 1º emprego é bastante flutuante, verificando-se: 47,8 - 2ºT/05; 50,6 - 2ºT/06 e 54,5 - 2ºT/07.
Apesar das oscilações da procura de novo emprego, verifica-se: 351,5 - 3ºT/05; 355,0 - 2ºT/06 e 386,1 - 2ºT/07.
A duração da procura de emprego inferior a 12 meses tem registado um crescente número de desempregados desde o 2ºT/06 até ao 2ºT/07 e uma preocupante varição homóloga de 16,3% desde o 4ºT/05 até ao 2ºT/07, onde se verificaram os seguintes numeros: 194,4 - 2ºT/05; 190,1 – 2ºT/06 e 221,0 – 2ºT/07.
O número de desempregados num periodo de 12 a 36 meses é de 143,2 – 2ºT/05; 141,5 – 2ºT/06 e 135,4 – 2ºT/07.
Numa situação de desemprego superior a 36 meses registou-se: 59,6 – 2ºT/05; 74,0 – 2ºT/06 e 81,0 – 2ºT/07.
Relativamente ao sector do último trabalho dos desempregados, na Agricultura, Silvicultura e Pesca: 8,7 2ºT/05; 10,8 – 2ºT/06 e 11,9 – 2ºT/07.
Para a Indust., Construção, Energia e Água: 160,6 – 2ºT/05; 160,5 – 2ºT/06 e 171,6 – 2ºT/07.
No sector dos Serviços: 182,1 – 2ºT/06; 183,7 – 2ºT/06 e 202,6 - 2ºT/07.
É comum o Governo justificar estes números pelo actual dinamismo do Mercado de Trabalho, consequência de uma Economia Dinâmica que existe actualmente. No entanto, e como os dados comprovam, este argumento não é válido. Não se verifica uma permuta entre os vários sectores do Mercado de Trabalho, mas sim, uma regressão do mesmo. O Mercado não só não está a criar emprego, como também, o emprego está a diminuir.
A evolução do número de desempregados à procura do primeiro emprego, bem como o número de desempregados à procura de novo emprego são o reflexo de uma Economia que é tudo menos dinâmica. Apesar de todos os incentivos, existem cada vez menos oportunidades para os jovens, bem como um aumento da precaridade do trabalho.
O número de desempregados há mais de 36 meses é mais um exemplo da incapacidade deste Governo para responder aos desafios actuais no mercado de trabalho, mas será interessante verificar a evolução destes números antes das próximas legislativas.
Emanuel Malanza
(artigo de análise/opinião produzido no âmbito da UC Economia Portuguesa)
Com base nas publicações mensais do INE, pretendemos analisar o número de desempregados à procura do primeiro e novo emprego, a duração da procura e o sector da última actividade dos desempregados.
Esta conjuntura só foi favoravel no 2º trimestre de 2005, pautado pelo início de mandato do actual Governo, no entanto, a partir do 3º trimestre de 2005 a situação tem vindo a degradar-se a um ritmo crescente. A variação homóloga destes números, desde o 4º trimestre de 2005 até ao 2º trimestre de 2007, é positiva e muito superior ao periodo anterior, com excepção ao número de desempregados num período de 12 a 36 meses.
[Os numeros que se seguem são em milhares (10³) ]
Nestes dois anos, o número de desempregados à procura do 1º emprego é bastante flutuante, verificando-se: 47,8 - 2ºT/05; 50,6 - 2ºT/06 e 54,5 - 2ºT/07.
Apesar das oscilações da procura de novo emprego, verifica-se: 351,5 - 3ºT/05; 355,0 - 2ºT/06 e 386,1 - 2ºT/07.
A duração da procura de emprego inferior a 12 meses tem registado um crescente número de desempregados desde o 2ºT/06 até ao 2ºT/07 e uma preocupante varição homóloga de 16,3% desde o 4ºT/05 até ao 2ºT/07, onde se verificaram os seguintes numeros: 194,4 - 2ºT/05; 190,1 – 2ºT/06 e 221,0 – 2ºT/07.
O número de desempregados num periodo de 12 a 36 meses é de 143,2 – 2ºT/05; 141,5 – 2ºT/06 e 135,4 – 2ºT/07.
Numa situação de desemprego superior a 36 meses registou-se: 59,6 – 2ºT/05; 74,0 – 2ºT/06 e 81,0 – 2ºT/07.
Relativamente ao sector do último trabalho dos desempregados, na Agricultura, Silvicultura e Pesca: 8,7 2ºT/05; 10,8 – 2ºT/06 e 11,9 – 2ºT/07.
Para a Indust., Construção, Energia e Água: 160,6 – 2ºT/05; 160,5 – 2ºT/06 e 171,6 – 2ºT/07.
No sector dos Serviços: 182,1 – 2ºT/06; 183,7 – 2ºT/06 e 202,6 - 2ºT/07.
É comum o Governo justificar estes números pelo actual dinamismo do Mercado de Trabalho, consequência de uma Economia Dinâmica que existe actualmente. No entanto, e como os dados comprovam, este argumento não é válido. Não se verifica uma permuta entre os vários sectores do Mercado de Trabalho, mas sim, uma regressão do mesmo. O Mercado não só não está a criar emprego, como também, o emprego está a diminuir.
A evolução do número de desempregados à procura do primeiro emprego, bem como o número de desempregados à procura de novo emprego são o reflexo de uma Economia que é tudo menos dinâmica. Apesar de todos os incentivos, existem cada vez menos oportunidades para os jovens, bem como um aumento da precaridade do trabalho.
O número de desempregados há mais de 36 meses é mais um exemplo da incapacidade deste Governo para responder aos desafios actuais no mercado de trabalho, mas será interessante verificar a evolução destes números antes das próximas legislativas.
Emanuel Malanza
(artigo de análise/opinião produzido no âmbito da UC Economia Portuguesa)
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