Espaço de debate de temas de Economia Portuguesa e de outros que com esta se relacionam, numa perspectiva de desenvolvimento

domingo, fevereiro 28, 2010

Factores que influenciam o êxito económico de um território

Num contexto de economia aberta e em profunda transformação, é preciso ser capaz de tirar partido de vantagens competitivas existentes ou a construir, o que, em muitos casos, passa pelo melhor aproveitamento dos recursos e competências dos territórios. Conforme sublinhava Michael Porter já em 1993, neste mundo dominado pela competição à escala global, as diferenças de valores, cultura, estruturas económicas, instituições, infra-estruturas e a própria história são factores que influenciam decisivamente o êxito económico de um território.

J. Cadima Ribeiro

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Paris Region Key Economic Indicators - 3rd quarter 2009

«THE PARIS REGION: WAITING FOR LONG-TERM ECONOMIC RECOVERY
The deterioration in the employment rate has been more significant in the Paris region in recent months than in the rest of the country. Whilst for France as a whole, the unemployment rate remained exactly the same as in the previous quarter, in the Paris region it again increased by 0.2 point between the 2nd and 3rd quarters (to an average of 7.9% for the whole quarter). Although the increase was lower compared with the first two quarters of 2009 (+0.5 point and +0.4 point), this should not hide the fact that businesses are still facing ongoing problems and are waiting for signs of a long-term and above all a more sustained recovery across all sectors. This is clearly illustrated by business demographics: the number of business start-ups continued to benefit from the French government's "auto-entrepreneur" stimulus plan for small businesses but start-ups not covered by this scheme decreased by 20% compared with the 3rd quarter of 2008; similarly, after falling for two quarters, business failures increased slightly (+1.7%).»

(reprodução parcial de mensagem que me caiu entretanto na caixa de correio electrónico, proveniente da entidade identificada - prkei@paris-region.com)

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

"Trajectórias Quebradas. A vivência do desemprego de longa duração"


«Sinopse do livro
Sabe-se que ser desempregado não é simplesmente estar desocupado ou estar privado de um emprego. É também ser reconhecido como tal e vivenciar a experiência subjectiva do desemprego. Para as pessoas que vivem o desemprego, as suas causas podem alicerçar-se sobretudo na percepção de um fracasso pessoal, de uma degradação da qualidade de vida, de uma quebra das relações de amizade e de companheirismo. O desemprego, enquanto “tempo-espaço” diferente daquele que estrutura o do trabalho, simboliza uma ruptura nas trajectórias socioprofissionais, com impactos diversos na vida pessoal, colectiva e institucional dos indivíduos. Neste livro pretende-se reflectir sobre as consequências (in)visíveis do desemprego, reequacionando-se quer o papel da família, quer o papel do Estado-providência na manutenção da coesão social e sustentabilidade de políticas públicas na sociedade contemporânea.

Trajectórias Quebradas
A vivência do desemprego de longa duração


Ana Paula Marques
Universidade do Minho»




(reprodução de mensagem de distribuição universal na rede da UMinho que me caiu entretanto na caixa de correio electrónico, com origem em ICS - Projecto MeIntegra)

terça-feira, fevereiro 23, 2010

"Tal qual os agentes e empresas, também as cidades e as regiões se organizam em rede"

No balanço da competitividade, para ganhar escala ou projectar a respectiva imagem, tal qual os agentes e empresas, também as cidades e as regiões se organizam (podem organizar) em rede. Através do estabelecimento de redes de cooperação, as cidades conseguem criar sinergias capazes de elevar a sua competitividade a níveis que individualmente não conseguiriam. O funcionamento em rede constitui um dos elementos distintivos da sociedade em que vivemos. Este princípio não exclui, entretanto, a existência de competição entre os elementos da rede quando não esteja em causa a afirmação do grupo.
J. Cadima Ribeiro

domingo, fevereiro 21, 2010

3rd Conference of the EuroMed Academy of Business

«Call for Papers
The EuroMed Academy of Business announces the 3rd Annual EuroMed Conference in Business
November 4-5, 2010
(Please note that there is a date change)
Hosted by: University of Nicosia, Nicosia, Cyprus
Conference Venue: Hilton Park Nicosia

The conference is under the auspices of the Mayor of Nicosia and the Cyprus Chamber of Commerce and Industry
All accepted full papers and abstracts will be published in the Book of proceedings with an ISBN number.
A selection of the best conference papers will also be considered for publication in the following Emerald journals:
· EuroMed Journal of Business - EMRBI’s official Journal
· Cross Cultural Management: An International Journal
· International Journal of Organizational Analysis
· European Journal of Innovation Management (SI on Innovation)
· International Journal of Bank Marketing (SI on Financial Services Marketing)
· Qualitative Marketing Research
· Journal of Global Responsibility (SI on Global Responsibility and Business Education)
· Journal of Hospitality and Tourism Technology

Further information for the conference is provided at the following links and below (in case the links do not open, please copy and paste the link into the browser):
CALL FOR PAPERS -
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(reprodução parcial de mensagem de correio electrónico recebia em 2010/02/19, proveniente da entidade identificada)

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

"Participação de capitais públicos no sector empresarial"

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(título de mensagem, datada de quinta-feira, 18 de Fevereiro de 2010, disponível em Suplementos de Economia)

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Política Urbana em Portugal e a importância do Quadrilátero

As políticas urbanas timidamente implementadas em Portugal nos últimos 35 anos têm produzido magros resultados do ponto de vista do ordenamento territorial. O sistema de cidades Português caracteriza-se, por um lado, pela existência de duas macrocefalias, uma de carácter nacional (Lisboa) e uma outra regional (Porto) que, devido à falta de políticas públicas efectivas, têm condicionado o desenvolvimento dos sistemas urbanos em diferentes escalas. O outro traço caracterizador do sistema urbano nacional é o policentrismo difuso dominante, que acentua os desequilíbrios territoriais e não contribui para o potenciamento da competitividade do tecido produtivo.
No final da anterior legislatura o governo lançou uma iniciativa denominada Politica de Cidades POLIS XXI que visava “responder aos desafios crescentemente complexos que se colocam às cidades, superar as debilidades do sistema urbano nacional e transformar as nossas cidades em motores efectivos do desenvolvimento das regiões e do País” (MAOTDR, 2008). Na motivação desta iniciativa era expressamente reconhecido que a implementação de um modelo de desenvolvimento, baseado no conhecimento e na inovação, precisa de uma rede urbana sólida e de um conjunto de cidades de elevada qualificação funcional, com capacidade para atrair e fixar recursos humanos qualificados e criativos e actividades inovadoras.
No âmbito do POLIS XXI assumem-se os seguintes objectivos operativos para o período 2007-2013: i) qualificar e integrar os distintos espaços de cada cidade; ii) fortalecer e diferenciar o capital humano, institucional, cultural e económico de cada cidade; iii) qualificar e intensificar a integração da cidade na região envolvente; e, iv) inovar nas soluções para a qualificação urbana. Para dar resposta a estes objectivos foram definidos três eixos de intervenção, com diferentes perspectivas em termos de escalas territoriais: regeneração urbana, competitividade / diferenciação e integração regional.
O programa POLIS XXI apresenta, do ponto de vista da sua concepção teórica e do seu modelo de implementação, todas as condições para ser bastante bem sucedido. Os princípios nos que assenta são genericamente acertados, dado que propiciam a auto-organização dos agentes territoriais (iniciativa local), permitem a selecção dos melhores projectos e melhoram a afectação dos recursos disponíveis (procedimento concursal), obrigam à definição de opções e à concertação em matéria de desenvolvimento (programação estratégica), e garantem o compromisso dos agentes territoriais mediante o estabelecimento de parcerias (parceria e contratualização). O desenho do programa estimula a participação, transmite metodologias de trabalho e fomenta o diálogo entre agentes de desenvolvimento, permitindo a acumulação do necessário capital de confiança.
Um dos instrumentos da Política de Cidades é o denominado Redes Urbanas para a Competitividade e a Inovação, que tem como finalidade articular processos de cooperação entre municípios, entidades públicas e entidades privadas, destinados a promover o desenvolvimento urbano, com base nos factores de competitividade territorial e na inovação. As Câmaras Municipais de Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos retomaram as iniciativas de cooperação estratégica territorial, iniciadas na década de noventa e que tiveram continuidade no Pacto de Desenvolvimento Regional, apresentando uma candidatura às denominadas Acções Preparatórias no âmbito do referido instrumento do Polis XXI. O projecto em questão, o Quadrilátero Urbano para a Competitividade, a Inovação e a Internacionalização, foi um dos cinco seleccionados para desenvolver as ditas acções e elaborar um documento estratégico, que evidenciasse a capacidade dos agentes para definir uma estratégia comum que desse resposta a objectivos partilhados. O contrato do projecto foi assinado pelas quatro Câmaras Municipais supracitadas, pela Universidade do Minho, pela Associação Industrial do Minho, pelo Centro Tecnológico das Indústrias Têxteis e do Vestuário de Portugal e pelo estado Português. A partir desse momento o projecto do Quadrilátero tem ganho momentum, com a elaboração do Programa de Cooperação Estratégica e com os desenvolvimentos posteriores: a obtenção de financiamento através do Programa Operacional Regional do Norte (ON.2) e a recente criação de uma Associação de Municípios para fins específicos.
O projecto do Quadrilátero Urbano deve ser entendido como um primeiro passo para consolidar uma rede urbana multidimensional, neste momento embrionária. Os próximos passos são fundamentais. A cooperação estratégica deve materializar-se em conteúdos (na forma de projectos), que mantenham a dinâmica da rede e evitem distorções em termos de objectivos. Convém por isso lembrar que as iniciativas de cooperação estratégica a nível regional, das últimas duas décadas, neste território, não vingaram por motivos de diversa natureza, entre eles, o excessivo protagonismo das entidades públicas e o localismo dos seus discursos e comportamentos, a existência de lideranças mal entendidas e deslegitimadas, a incapacidade de auto-organização dos agentes territoriais e, sobretudo, a sua falta de experiência e conhecimentos para articular uma rede dessa natureza. O POLIS XXI resolveu estas últimas lacunas, transferindo saber-fazer, através das acções preparatórias e do acompanhamento dos trabalhos. As restantes motivações que propiciaram os fracassos apenas poderão ser resolvidas se os agentes territoriais tiverem vontade de concertação e acordo e assumirem o projecto como próprio. O Quadrilátero é demasiado importante para o território para deixá-lo cair. A sua competitividade dependerá, em grande medida, dele. O seu sucesso será um sucesso de todos. A ver vamos.
FRANCISCO CARBALLO-CRUZ
(artigo de opinião publicado na edição de 2010/02/16 do Suplemento de Economia do Diário do Minho, no âmbito de coluna regular intitulada "Desde a Gallaecia")

terça-feira, fevereiro 16, 2010

To be a good commander

"He who has never learned to obey cannot be a good commander."

Aristotle

(citação extraída de SBANC Newsletter, February 16, Issue 602-2010, http://www.sbaer.uca.edu/)

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

sábado, fevereiro 13, 2010

terça-feira, fevereiro 09, 2010

"Afinal, quem prende os polícias?"

(título de mensagem, datada de quinta-feira, 4 de Fevereiro de 2010, disponível em Suplementos de Economia)

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

"Publicação de rendimentos na Net"

Artigo DN
Publicação de rendimentos na Net divide constitucionalistas:
(cortesia de Nuno Soares da Silva)
Comentário de NSS: a mim, não que incomodava que isso acontecesse; talvez viesse até a ser beneficiado tendo em conta que, com os rendimentos que tenho, o meu filha não tem bolsa de estudo, ao contrário do que acontesse com os de filhos de grupos sociais das chamadas classes média e alta, que beneficiam dessas bolsas.

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

The most effective men and women in every area

"Your ability to negotiate, communicate, influence, and persuade others to do things is absolutely indispensable to everything you accomplish in life. The most effective men and women in every area are those who can quite competently organize the cooperation and assistance of other people toward the accomplishment of important goals and objectives."
Brian Tracy
(citação extraída de SBANC Newsletter, Fevruary 2, Issue 600 - 2010,
http://www.sbaer.uca.edu/)

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Política energética na U.E. e em Portugal

As alterações climáticas e o clima de incerteza associado ao abastecimento energético vêm impondo uma alteração drástica da política energética europeia. Concretamente, a União Europeia (U.E) tem vindo a pôr em prática uma série de programas que procuram diminuir a dependência face aos combustíveis fósseis, ao mesmo tempo que visam reduzir as suas emissões de carbono para a atmosfera e desenvolver tecnologias com menor impacto ambiental. A aposta nas energias renováveis sugere-se resposta adequada às preocupações enunciadas.
Em Portugal, estas preocupações também já se fazem sentir. Sinal disso é o investimento cada vez maior em energias renováveis, de diferentes fontes.
A U.E. encontra-se extremamente dependente da energia externa, nomeadamente do petróleo e gás natural da Rússia e do Médio Oriente. Este consumo representa cerca de 60% da sua factura energética. A U.E. estabeleceu vários objectivos em matéria de redução de dependência energética e de combate às alterações climáticas, de que se destacam os definidos para 2020 no âmbito da designada “proposta 20-20-20”: i) a redução do consumo de energia em 20%; ii) o aumento da percentagem de energias renováveis no consumo energético em 20%; e iii) a redução pelo menos em 20% das emissões de gás com efeito de estufa. Outra meta prosseguida no mesmo horizonte temporal é aumentar em 10% a percentagem dos biocombustíveis no consumo total de gasolina e de gasóleo.
A prazo mais curto, a U.E. comprometeu-se a: i) reforçar o mercado interno da energia; ii) melhorar a integração entre política energética, agrícola e comercial; iii) reforçar a cooperação internacional; e iv) sujeitar o sector dos transportes aéreos às restrições de emissão previstas pelo Protocolo de Quioto. Para um horizonte temporal mais longínquo (até 2050), foi fixado obter 50% da energia utilizada na produção de electricidade nos sectores industrial, transportes e doméstico a partir de fontes livres de carbono.
Apesar de ter sido redigido no âmbito da 3ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, em Dezembro de 1997, em Quioto, o tratado conhecido por este nome (Quioto), só entrou em vigor em Fevereiro de 2005, após ratificação pela Rússia. Em termos globais, o protocolo previa uma redução média das emissões de gases associados ao efeito de estufa de 5,2% no período entre 2008 e 2012, em relação aos níveis de 1990.
A cimeira das Nações Unidas sobre as alterações climáticas recentemente realizada em Copenhaga era encarada como um momento histórico na batalha contra as alterações climáticas. O objectivo era encontrar um acordo global para a redução das emissões de gases com efeito de estufa com maior alcance do que o que fora estabelecido em Quioto. No entanto, apesar da confiança em bons resultados que alguns líderes transpareciam antes da cimeira, o fosso económico entre países e as diferenças de empenho em matéria ambiental dos vários Estados acabaram por minar as ditas expectativas de obtenção de resultados palpáveis.
Portugal é um dos países da União Europeia com uma maior dependência energética (80%, em 2006 – dados do Eurostat), sendo apenas ultrapassado por 5 países: Chipre, Malta, Luxemburgo, Irlanda e Itália. A acrescentar ao cenário de grande dependência energética, sabe-se ainda que, no período de 2000 a 2008, o PIB Português cresceu a uma taxa média inferior à taxa de crescimento anual do consumo de energia. Isso quer dizer que, a acrescer à dependência, o país se depara com uma elevada ineficiência na utilização da energia de que faz uso. Daí que seja natural que Portugal sinta muitos problemas quando se dá uma subida do preço do crude. Aliás, este vem sendo um grande responsável pelo aumento da factura em combustíveis minerais nos últimos anos, contribuindo decisivamente para o agravar do desequilíbrio da Balança Comercial.
A resposta encontrada tem sido o aumento dos investimentos em energias renováveis. Desta forma, tem-se procurado fazer crescer a produção nacional de energia e reduzir as importações de combustíveis fósseis e, logo, a dependência energética. Os investimentos que vêm sendo realizados vão ao encontro do que se propunha no PNAC 2006 (Programa Nacional para as Alterações Climáticas), que no pacote de metas a atingir até 2010 incluía, entre outras, as seguintes: instalação de uma potência eólica de 4500 MW; aumento da eficiência energética nos edifícios até 40%; promoção da electricidade produzida a partir de fontes renováveis; e o realinhamento da carga fiscal sobre o gasóleo de aquecimento e sobre os combustíveis industriais.
De acordo com os dados disponíveis, prevê-se que até 2012 sejam investidos 12 mil milhões de euros no sector energético, investimento esse que será distribuído entre barragens, centrais de ciclo combinado, parques eólicos e solares e outros. Espera-se que a parte maioritária provenha de recursos privados, posto que o sector da energia e ambiente se vem relevando cada vez mais apelativo para os agentes privados. Disso é sinal o facto de, no ano de 2008, este ter sido o sector mais procurado para aplicações de capital de risco, que totalizou 204 milhões de euros.
No computo global, os passos dados têm surtido efeito na redução da factura respectiva e na diminuição da dependência energética do país. No entanto, são ainda um caminho, não a meta que importa alcançar. Importa, por outro lado, analisar criticamente a ideia difundida de que as energias renováveis são a solução para todos os problemas energéticos. A verdade é que estas energias apresentam também desvantagens ao nível de várias componentes ambientais. Assim, poder-se-á dizer que, “no limite, as energias renováveis são apenas inesgotáveis”.
J. Cadima Ribeiro
(artigo de opinião publicado na edição de 2010/02/02 do Suplemento de Economia do Diário do Minho, no âmbito de coluna regular intitulada "Desde a Gallaecia")