O ensaio tratava a matéria pertinente da literacia financeira das famílias portuguesas, surgindo a questão de saber se o aluno pretendia estabelecer relação directa entre o comportamento das famílias e a situação macroeconómica, trágica, que o país vive. A ser assim, conforme poderia deduzir-se do texto, aquele estaria a retirar responsabilidade a sucessivos governos e ao próprio empresariado no que aos erros de estratégia e de gestão da economia sucessivamente cometidos se referia.
Não é que o aumento da literacia económica-financeira dos cidadãos não seja desejável. A questão é que, no caso desses agentes, não é tanto um problema de literacia financeira que estará em causa, embora alguns possam tê-la (insuficiência, digo), mas muito mais de compromisso com o bem-estar dos cidadãos e de competência técnica e política, que muitas vezes têm faltado e a que se tem atribuído importância menor (refiro-me, obviamente, à escolha feita de governantes e de responsáveis pela execução de políticas públicas insuficientemente qualificados).
J. Cadima Ribeiro
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