«Um dos factores que aumenta a probabilidade de recebermos imigração legalmente reconhecida é a redução dos denominados “custos de transacção”, isto é, a língua portuguesa em comum com o país de origem. Assim como no passado fomos emigrantes para países e espaços onde a língua oficial era o Português, também hoje tendemos a receber cidadãos de países de língua oficial portuguesa.
Outro factor promotor da imigração em Portugal é o histórico de imigração oriunda de um dado país. Países que enviaram mais imigração há 10 ou há 5 anos atrás para Portugal continuam a ser os países mais representativos das origens dos nossos imigrantes actuais.
Mas outros factores impõem-se como igualmente determinantes. Nomeadamente, o reduzido nível de rendimento per capita dos países de origem que tendem também a enviar, não só trabalhadores, mas também estudantes para Portugal (um fenómeno muito comum a nível mundial, nomeadamente nos Estados Unidos da América ou nos vários países europeus que tendem a acolher estudantes de países caracterizados por menores rendimentos per capita). O fenómeno de sentido reverso – o denominado “efeito Lord Byron” – também acontece, mas muito raramente e alimentado sobretudo por uma população mais rica ou caracterizada por trabalhos intelectuais (o efeito lord Byron identifica os casos em que os imigrantes são de países considerados mais ricos que os espaços de acolhimento).»
Paulo Reis Mourão
(excerto de artigo de opinião publicado na edição de hoje do Suplemento de Economia do Diário do Minho)
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