As últimas décadas têm sido marcadas por profundas mudanças nos sistemas económicos e por um notável avanço no domínio das novas tecnologias que vem lançar um enorme desafio às empresas mais ambiciosas ao enfrentarem um mercado globalmente mais competitivo.
Recentemente, o ministro da Economia, Manuel Pinho, em declarações a uma rádio portuguesa, disse acreditar na competitividade das empresas portuguesas e na capacidade destas enfrentarem a pressão competitiva vinda da vizinha Espanha. “Acredito que as nossas empresas são suficientemente fortes para concorrer e para o fazerem cada vez melhor”, salientou.
É nos períodos de crise que as empresas se deparam com a necessidade de redução de custos e reestruturação do sistema produtivo de forma a fazer face às quebras do consumo. De facto, a actual conjuntura económica nacional e internacional coloca às empresas portuguesas um novo desafio, que deve ser encarado no contexto de competitividade, de concorrência e de definição de vantagens competitivas. Como tal as apostas devem ser construídas de uma forma sólida, com base nos seguintes aspectos:
- Inovação e capacidade de criação de valor;
- Crescimento sustentado da produtividade e na recomposição das actividades, de forma a tirar partido do custo relativo dos factores num mercado de moeda única;
- Exploração dos factores territoriais e definição de estratégias de internacionalização;
- Racionalização dos custos produtivos;
É necessário que as empresas, e o país, sejam capazes de criar uma estrutura interna de inovação. Essa estrutura deve contudo ter como base a criação de cadeias de valor em sectores específicos, que gerem vantagens competitivas. É também necessária a exaustiva exploração das reservas de capital humano e de I&D (investigação e desenvolvimento) que permitam aperfeiçoar processos produtivos, apostar na diferenciação e criar novos produtos com qualidade reconhecida. Contudo, tais medidas têm de estar associadas a uma reestruturação do sistema de financiamento das empresas Portuguesas, reduzindo o acesso ao financiamento externo, de forma a diminuir a vulnerabilidade a choques externos. È também fundamental apelar a uma maior flexibilidade das empresas e das condicionantes políticas da sua actividade, tentando estabelecer uma aproximação aos padrões de governação das democracias ocidentais mais desenvolvidas.
São muitas as reformas necessárias para agilizar o processo produtivo e nos tirarem dos lugares cimeiros no que toca à “incapacidade de criação de valor”, segundo dados divulgados pela OCDE (relatório sobre os níveis de competitividade), que terão necessariamente de ter início com uma aposta na educação, formando uma sociedade prática, consciente, ágil, ambiciosa, eficiente e produtiva!
Paulo Jorge Carvalho
(estudante de Economia da EEG/UMinho)
(artigo de opinião publicado na edição de hoje do Suplemento de Economia do Diário do Minho)
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