Caro [...],
Em anexo encontras o teu texto depois de uma revisão. O texto não continha erros técnicos. Dentro da tua estratégia de comunicação, é um texto muito comunicativo.
As questões que o texto não sublinha o suficiente, mas que talvez não tenha mesmo espaço para sublinhar são as seguintes:
i) aparte a errância e orientação para o curto-prazo das políticas conduzidas, há uma problema de fundo de estratégia ou de modelo de longo prazo que os governos não têm sabido equacionar; é daí que pode vir a resposta para as questões de curto prazo e para as limitações de competitividade que o país vive (tu falas neste último aspecto mas sem enunciar claramente o primeiro);
ii) na construção de uma estratégia de longo prazo é preciso reunir vontades, assegurar uma liderança credível, e saber comunicar com os agentes políticos e com os agentes económicos e a população em geral; nisso, os nossos políticos têm sido um desastre: acham-se os melhores, não são capazes de estabelecer pontes entre si e são completamente avessos ao estabelecimento de verdadeiras parcerias para o desenvolvimento com a "sociedade civil", mesmo que as enunciem no seu discurso quotidiano; por conveniência, já são receptivos ao diálogo com certos "lobbies", que "confundem" com a dita sociedade civil;
iii) a questão da liderança remete também para a questão da credibilidade dos actores políticos que, tendo a génese que têm e a cultura cívica que lhes foi incutida, não têm reunido os requisitos básicos para se constituírem nos lideres que o país precisa; o José Sócrates, por exemplo, padece gravemente destas limitações; acrescento que prefiro claramente lideranças colectivas que lideranças individuais, que facilmente escorregam para a arrogância e o autismo.
Muitos dos meus textos recentes, versem a temática económica ou a gestão do ensino superior, falam disto.
Um abraço,
J. Cadima Ribeiro
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