Espaço de debate de temas de Economia Portuguesa e de outros que com esta se relacionam, numa perspectiva de desenvolvimento

terça-feira, setembro 26, 2006

"Shadow Economies and Corruption all over the World: What do we really know?"

«Estimations of the size and development of the shadow economy for 145 countries, including developing, transition and highly developed OECD economies over the period 1999 to 2003 are presented. The average size of the shadow economy (as a percent of "official" GDP) in 2002/03 in 96 developing countries is 38.7%, in 25 transition countries 40.1%, in 21 OECD countries 16.3% and in 3 Communist countries 22.3%. An increased burden of taxation and social security contributions, combined with a labor market regulation are the driving forces of the shadow economy. Furthermore, the results show that the shadow economy reduces corruption in high income countries, but increases corruption in low income countries. Finally, the various estimation methods are discussed and critically evaluated.»

Friedrich G. Schneider (Department of Economics, Johannes Kepler University Linz, Austria)
Keywords: shadow economy of 145 countries; tax burden; tax moral; quality of state institutions; regulation; DYMIMIC and other estimation methods
Date: 2006-09
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:jku:econwp:2006_17&r=pbe

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

1 comentário:

Anónimo disse...

A estimativa de um considerável tamanho da economia informal na generalidade das sociedades hodiernas é um facto consensual, mesmo tendo em conta que o cálculo do seu peso está longe de ser rigoroso, dada a impossibilidade de aceder à situação real, que é por si, clandestina. Na realidade, a abordagem adoptada (DYNIMIC) pelo autor do artigo, procura ligar variáveis não observadas a indicadores observados. Sendo assim, baseia-se na teoria económica, por um lado, para perceber as causas da economia informal, e por outro lado, para encontrar indicadores que a permitam detectar.
A utilização da mesma metodologia para a estimação da economia informal nos diferentes países, seria à partida uma garantia para que os resultados fossem fidedignos, de forma a que se pudesse proceder à sua comparação. Contudo, é evidente que a exactidão dos dados primordiais recolhidos para cada país, depende também das condições que em cada país existem para o seu alcance.
No que diz respeito ao patamar onde o nosso país se encontra inserido (OCDE), podemos concluir que existem diferenças substanciais entre os múltiplos Estados, destacando-se pela positiva, com um peso baixo da economia informal na % PIB, países como os Estados Unidos da América ou a Suíça, e pela negativa, com um peso relativamente elevado da economia informal na % PIB, os países do sul da Europa (incluindo Portugal).
Grosso modo, e focando-nos nos 21 países da OCDE estudados, os resultados encontrados parecem corroborar a teoria económica. Assim, países com cargas fiscais maiores, maior regulação da economia pelo Estado e menor “tax morality”, tendem a apresentar maiores níveis de economia informal. Do mesmo modo, e generalizando para os 145 países abordados, a corrupção parece ser complementar da economia informal nos países com baixos rendimentos per capita, mas substituta no países com elevados rendimentos per capita.
Em suma, o combate à economia informal apresenta-se como uma tarefa que exige, por parte dos governos do Estados, uma análise das relações complexas que existem entre a e economia oficial e a não oficial. Por um lado, a economia informal possibilita um aumento considerável na qualidade de vida aos seus interlocutores, mas por outro, parte significativa do rendimento angariado clandestinamente é gasto na economia oficial, permitindo moderar as perdas de bem estar social.
Atendendo aos múltiplos contextos, a atracção pela economia informal por parte das populações terá de ser combatida de diferentes modos. No caso português, não olvidando potenciais ganhos da alteração do papel do Estado na economia, bem como da moderação da carga fiscal, o trabalho terá que incidir no fomento do “tax morality”, mesmo sabendo que os resultados positivos possam demorar décadas a surgir.