PORTUGAL, UMA POESIA EM AZUL E BRANCO COM TEMPEROS EXÓTICOS - 09 Setembro
Com o perdão de meus afilhados de casamento J.C. e M., que passaram, recentemente, sua lua de mel em algum recanto paradisíaco do Caribe, não consigo entender o quê brasileiros vão fazer naquela parte do mundo quando têm, a seus pés, a mansidão de infindáveis praias do Nordeste, verdadeiras maravilhas no cerrado, particularmente em Bonito –MT , a pujança dos hotéis no meio da Amazônia e uma nação inteira para visitar no extremo sul, com sua variedade geográfica, étnica e cultural. Para não falar em Portugal... Aliás, a propósito, vou falar sim!
Já havia estado em Portugal por duas vezes.
A primeira, ao encontro de Leonel Brizola, em 1979, atendendo sua convocação para a reorganização do trabalhismo no Brasil que resultou na assinatura da histórica Carta de Lisboa, ao cabo de vários dias de reuniões na Sede do Partido Socialista, no Largo do Rato, graças ao apoio de Mario Soares. Na época varei Lisboa de ponta a ponta e, graças à generosidade de um velho político brasileiro, Hugo Borghi, lá presente, senhor de muitos prósperos negócios, que se fez meu amigo, conheci o que de melhor há na suculenta cozinha portuguesa.
Depois, no ano 2000, aqui estive a passeio, novamente e, no itinerário até Fátima, deliciei-me com a bela paisagem ao longo da estrada.
Agora venho com mais calma, para uma estada de dois anos. Cheguei à Lisboa na manhã do dia 30 de Agosto de forma a poder desfrutar, ainda, o último mês do verão europeu. Depois, sei que vou sofrer/ não sei a hora...Sou friorento. Saio rápido do Aeroporto, carregado de malas e procuro a Rota A-23. Meu destino é Covilhã, ao nordeste do país, fronteira com Espanha, a 220 km de Lisboa, onde chego um pouco cansado, perto do meio dia e me ponho a saborear o famoso queijo de ovelhas (aqui dizem ubelhas) da Serra da Estrela, com um bom vinho, ambos recomendados pelo meu amigo Paulo Roberto Pegas, de Torres, no Rio Grande do Sul. Aleluia!
Não me deterei, hoje, sobre a bela Covilhã serrana. Haverá tempo. E até quero conhecê-la mais para poder dizer-lhe melhor sobre encantos e propriedades. Registro, ainda, que não resisti à tentação (lembro-me sempre da máxima de Oscar Wilde: Só os fracos resistem à tentação) de conhecer logo Salamanca – velho sonho -, a 180 km de onde estou. Sobre este portentoso monumento da Idade Média também reservarei outro dia. Hoje é Portugal. Impressões, leituras, informações. E o apelo aos concidadãos brasileiros: Visitem a Mãe-Pátria! Aqui não encontrarão nenhuma resposta, que, de resto, soem ser vãs ilusões, mas ampliarão horizontes que lhes permitirão entender as origens culturais – Minha pátria é minha língua, como dizia o grande poeta Fernando Pessoa - , conhecer o passado comum mergulhado na romanização da Europa e no medievalismo da cristiana idade, e ainda saborear as delícias de uma das melhores cozinhas do mundo.
(Continua)
Paulo Timm
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