Espaço de debate de temas de Economia Portuguesa e de outros que com esta se relacionam, numa perspectiva de desenvolvimento
domingo, dezembro 30, 2007
Leituras de fim-de-ano
sexta-feira, dezembro 28, 2007
A importância de uma universidade pode ser aferida pela capacidade de criar e transmitir conhecimento útil à sociedade
(título de mensagem, da autoria de Vasco Eiriz e datada de 07/12/28, disponível em Empreender)
quarta-feira, dezembro 26, 2007
Comportamento do sector turístico em 2005 e 2006
IDE e produtividade
domingo, dezembro 23, 2007
"O euro aprecia-se e estiola a competitividade da indústria europeia"
(título de mensagem, datada de Quinta-feira, 20 de Dezembro de 2007, disponível em Ladrões de Bicicletas)
quarta-feira, dezembro 19, 2007
"A lógica Ricardiana merece ser reabilitada pelos governantes"
terça-feira, dezembro 18, 2007
Os vinhos portugueses de qualidade e o efeito região de origem: a percepção de consumidores e retalhistas
A revisão da literatura permite tornar claro que o comportamento dos consumidores pode variar significativamente, quer em termos de motivação para a compra, quer nos critérios de escolha de um produto, quer em termos de comportamento. A cultura, o estatuto económico e os valores humanos podem ser fortes pistas para compreender as motivações de compra dos consumidores. Isso não permite concluir que o efeito país de origem e o etnocentrismo não estejam presentes, mas que esses fenómenos serão muito mais complexos do que tem sido assumido em muitos estudos. Contrariamente à desvalorização do efeito país de origem, alguma investigação dá suporte à noção de que existe uma hierarquia de países estrangeiros implícita na decisão do consumidor.
A mencionada evidência adquire a sua inteligibilidade a partir de algo que parece óbvio: quando os consumidores não estão familiarizados com os produtos de um país, a imagem do país pode servir como chave para a tomada de decisão sobre a aquisição. No sentido oposto, uma vez os consumidores familiarizados com os produtos de um país, a imagem do país perde importância em favor de outros atributos, como a marca e o preço.
O conceito de etnocentrismo é originado na realidade de, nas suas decisões de compra, os consumidores, amiúde, tenderem a dar preferência a produtos nacionais. As razões que subjazem a este comportamento foram resumidas como sendo: i) o receio dos consumidores de lesarem a economia do seu país “amado” ao adquirem produtos estrangeiros; ii) "a moralidade de comprar produtos importados"; e iii) a existência de preconceitos pessoais em relação a produtos estrangeiros. Inversamente, consumidores não-etnocentricos são aqueles que adquirem os produtos em função da avaliação que fazem dos seus méritos e, neste contexto, tendem a não valorizar a origem geográfica.
Entretanto, pode-se entender que, à medida que a familiaridade com a marca aumenta, os consumidores tendam a usar menos outros sinais extrínsecos, como o país de origem ou o preço. Por outro lado, falando da importância dos preços na decisão do consumidor, alguns investigadores concluíram que o preço é raramente o atributo ao qual os consumidores conferem o maior relevo.
Testando a relevância dos factores etnocentrismo ou patriotismo, qualidade, marca e preço do produto, a investigação empírica foi levada a concluir que, embora patriotas a ponto de fazerem sacrifícios em matéria de preço, é duvidoso que os consumidores aceitem desiludir-se optando por produtos que não se conformem com a qualidade que exigem.
Salvaguardadas algumas distâncias, o que é válido para analisar a preferência dada pelos consumidores aos produtos de um país pode também ser válido para os de uma região. Pelo menos, a cultura é certamente algo que dá singularidade aos territórios e, em muitos casos, a cultura e o clima são elementos chave para compreender os factores intrínsecos de diferenciação dos produtos.
Tendo presentes as ideias e conceitos antes enunciados, como forma dos testar, o autor deste texto desenvolveu há uns meses atrás dois questionários através dos quais retalhistas e consumidores finais foram inquiridos sobre as razões da escolha que faziam de vinhos de mesa portugueses, de qualidade. Uma das questões incluídas respeitava à região de origem desses vinhos. Era-lhes também solicitado que identificassem os três principais atributos considerados na decisão de aquisição, hierarquizando-os. Os inquéritos foram realizados entre Fevereiro e Abril de 2007, numa loja Makro (retalhistas) e no hipermercado Feira Nova (consumidores finais), ambos em Braga.
De forma breve, dos resultados que foram obtidos, sublinhamos o seguinte:
i) o factor de maior influência na aquisição de vinho foi identificado como sendo a região de origem, tanto no caso dos consumidores finais como no dos retalhistas;
ii) num distante segundo lugar, apareciam a marca, o preço e o tipo de vinho, no caso dos retalhistas, bem como o tipo, a marca e o preço, no outro inquérito;
iii) olhando para o segundo factor de escolha, as diferenças de abordagem entre retalhistas e consumidores finais ofereciam-se mais evidentes, com os retalhistas a enfatizarem a marca e a região de origem e os consumidores a darem mais importância aos preços e menos à região de origem.
Resumindo, dos resultados obtidos com a amostra dos consumidores conclui-se que o atributo mais valorizado foi, destacadamente, a região de origem, sendo o tipo de vinho decisivo na decisão de aquisição apenas em 13% dos casos. Como segundo factor de escolha, o preço foi assinalado por 25,6% dos respondentes como sendo considerado na sua decisão de aquisição. Dessa forma, os consumidores finais e os retalhistas revelam ter uma estratégia de escolha distinta, com a marca e não o preço a emergir como segundo factor de escolha no caso destes últimos.
domingo, dezembro 16, 2007
"Não é agradável para o poder político falar de emigração"
quarta-feira, dezembro 12, 2007
O novo Programa de Estabilidade e Crescimento
segunda-feira, dezembro 10, 2007
A evolução do mercado de trabalho em Portugal
No dia 25 de Outubro de 2007 o ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, admitiu que o desemprego é o mais sério problema que a economia portuguesa enfrenta.
O desemprego atingiu em 2007 a mais alta taxa dos últimos vinte anos dando origem a um novo surto de emigração.
Segundo a Eurostat, a taxa de desemprego aumentou para 8,2% em Outubro, sendo assim a maior na zona Euro.
Já alargando aos 27 Estados-Membros da União Europeia, os resultados não são expressivamente melhores. Portugal é ultrapassado apenas pela Polónia com 8,8% e pela Eslováquia com 11,2%.
Desta forma, a taxa de desemprego subiu 0,2% em Outubro, face aos mês anterior, comparando com o período homólogo, o aumento foi de 0,7%.
Fazendo distinção entre os sexos, na Zona Euro, a taxa das mulheres ficou nos 8,2%, contra 6,5% dos homens, na UE, 7,6% para as mulheres e de 6,4% para os homens.
A taxa de desemprego dos jovens com menos de 25 anos situou-se em Outubro em 14,3% na Zona Euro e 14,7% na UE.
Têm-se verificado importantes modificações na estrutura do emprego, com efeitos negativos quer na estabilidade quer na qualidade do emprego: a primeira é a substituição de emprego a tempo inteiro por emprego a tempo parcial com remuneração reduzida; a segunda é a substituição de contratos sem termo por contratos a termo; a terceira é a substituição de emprego mais qualificado por emprego menos qualificado.
O emprego a tempo parcial com salário reduzido, os contratos a prazo e o emprego menos qualificado estão a aumentar, enquanto o emprego permanente, o a tempo completo e o mais qualificado estão a diminuir.
Esta evolução é consequência de políticas económicas, financeiras e sociais.
Elisabete Maciel
(artigo de análise/opinião produzido no âmbito da UC. Economia Portuguesa)
O Custo do Desemprego em Portugal
(em Milhões de Euros)
Em 1995 verificaram-se os seguintes valores: Contribuições: 6.120,60; Desemprego: 699,08 e Pensões: 4.776,97.
Em 2000: Contribuições: 8.769,26; Desemprego: 803,28 e Pensões: 7.008,66.
Em 2005: Contribuições: 10.955,29; Desemprego: 1.803,24 e Pensões: 10.648,75.
Finalmente em 2006, Contribuições: 11.029,61; Desemprego: 1.717,86 e Pensões: 11.191,99.
Analisando estes números, entendemos a preocupação do Governo em controlar o crescimento das Pensões, no entanto, não devemos desvalorizar o peso dos custos com o desemprego.
Verificamos que de 2000 a 2005 as prestações de desemprego aumentaram 124,5%, as pensões 51,9% e as contribuições somente 24,9%. Em 2000 as prestações de desemprego representaram 9,2% das contribuições e em 2006 15,6%.
Tendo em conta que os números de 2006 são o reflexo das necessárias medidas de controlo sobre as prestações de desemprego, a análise destes valores torna-se ainda mais dramática. Representam em grande medida as necessidades reais dos desempregados face ao aumento da precaridade e diminuição da quantidade de trabalho.
As perspectivas futuras também não são animadoras, se considerarmos o crescente aumento do desemprego e do fenónemo de emprego de curto-prazo, prevê-se que as prestações de desemprego tenderão a aumentar e as contribuições a diminuir, impulsionando não só o peso dos custos com o desemprego mas também o peso das pensões nas contas da Segurança Social.
Se bem que o Executivo tem concentrado os seus esforços na contenção do crescimento das pensões, o desemprego é actualmente uma questão emergente, não só porque são as contribuições que financiam a Segurança Social, mas também porque a problemática do desemprego, como é obvio, não se finda na análise destas contas, mas tem expressão na maioria dos indicadores económicos.
Emanue Malanza
(artigo de análise/opinião produzido no âmbito da U.C. Economia Portuguesa)
sábado, dezembro 08, 2007
Apoios do QREN
Todos as informações sobre Projectos de Investimento"
terça-feira, dezembro 04, 2007
Um novo modelo de transporte de mercadorias
No caso da região Norte, a situação das ligações a Espanha e à Europa por via rodoviária permaneceu estagnada durante muitos anos, condicionada tanto pelos planos de melhoria da rede de auto-estradas e autovias em Espanha como por um modelo rodoviário nacional que obrigava a que as mercadorias do Norte tivessem sempre que rumar a sul para sair do país. A conclusão da rede de autovias em Espanha e do troço da A3 Braga-Valença, juntamente com a construção das auto-estradas interiores que permitem a saída do país via Chaves, vieram demonstrar que um modelo virado a norte é o mais adequado para que as mercadorias da zona mais exportadora do país possam chegar à fronteira francesa em menos tempo e a um menor custo.
A melhoria da infra-estrutura rodoviária tem promovido a intensificação do transporte de mercadorias por esta via, roubando quota de mercado ao transporte marítimo. Este modelo de base rodoviária parece insustentável a médio prazo pelo impacto ambiental que se lhe associa. Neste sentido, a política da UE em matéria de transporte de mercadorias está cada vez mais vocacionada para a promoção da ferrovia como opção modal prioritária. Por esse motivo, existe um claro redireccionamento do financiamento comunitário para infra-estruturas de transporte, que privilegia nitidamente os projectos ferroviários em detrimento dos de carácter rodoviário. Ademais, é uma hipótese cada vez mais real que a prazo venham a ser introduzidas taxas sobre o transporte rodoviário de mercadorias, com a finalidade de penalizar esta opção modal de forma a mitigar as referidas externalidades ambientais.
A aposta no caminho-de-ferro está ser a aproveitada pelos países da UE de forma diversa. Uns estão a desenvolver amplas redes de alta velocidade que cobrem a totalidade do país, construídas na base das dinâmicas de passageiros, como é o caso de Espanha. Outros estão a utilizar os seus recursos de forma mais racional, destinando-os à melhoria e requalificação da rede existente, com a finalidade de que o novo material circulante possa operar a velocidades máximas de 220 km, e para a construção de novos troços que possam contribuir para eliminar a congestão e para promover os denominados efeitos de rede. Esta estratégia, adoptada maioritariamente pelos países nórdicos e do norte de Europa, tenciona promover a inter-conectividade de redes e a inter-modalidade, integrando o transporte de mercadorias no modelo ferroviário.
No caso Português o debate sobre o modelo ferroviário precisa de incorporar novas perspectivas e propostas e redimir-se de racionalidades ultrapassadas. Alguns dos planos da alta velocidade para o país incluem soluções maximalistas com linhas de alta velocidade internas e de ligação a Espanha nas quatro fronteiras mais importantes. Apesar da impossibilidade de levar a cabo na próxima década um plano com aquela dimensão e características técnicas, é obvio que algumas das soluções propostas poderiam ser postas no terreno com perfis técnicos notoriamente diferentes. Neste sentido, a recente decisão da Comissão Europeia de considerar prioritário, para efeitos de financiamento, o troço ferroviário transfronteiriço entre Portugal e a Galiza, que na parte Portuguesa abrange a secção da linha entre Ponte de Lima e Valença do Minho, contribuirá decisivamente para impulsionar a construção de uma infra-estrutura ferroviária mista de altas prestações entre Braga e a fronteira. A decisão comunitária de incluir o referido troço transfronteiriço entre os 30 projectos prioritários garante um financiamento para o projecto de 244 milhões de euros, ainda que os governos nacionais deverão contribuir com aproximadamente 70% dos fundos necessários, dado que a comparticipação comunitária neste tipo de projectos não pode ultrapassar 30% do orçamento total.
Esta infra-estrutura, que de acordo com o calendário estabelecido pelos governos Português e Galego deverá estar concluída em 2013, representa uma grande oportunidade para a região. Contribuirá para incrementar os níveis de integração com a Galiza e, ao mesmo tempo, permitirá mudar progressivamente o modelo de transporte de mercadorias de base rodoviária por um de base ferroviária, apoiado necessariamente na rede espanhola e nas infra-estruturas logísticas de suporte às actividades de transporte.
As infra-estruturas de transporte representam um factor fundamental na dinâmica de recomposição do território europeu. Os agentes regionais devem estar atentos aos desenvolvimentos referidos, dado que os modelos de transporte não devem continuar a reforçar centralidades nacionais, mas antes devem procurar promover as interconexões em função das próprias dinâmicas e inter-relações de cada território. Deve existir um claro compromisso dos agentes económicos e institucionais regionais para apoiar este tipo de projectos, que ao melhorar a acessibilidade em termos temporais, contribuem para a revalorização do espaço regional.
sexta-feira, novembro 30, 2007
"Portugal and the challenges of globalisation"
The presentations and the papers of the Workshop on "Portugal and the challenges of globalisation", are already available online at the GEE´s website.
Best regards,
Elsa de Morais Sarmento
Av. República, 79
1050-243 Lisboa
Telef: 21 7998158
http://www.gee.min-economia.pt/"
quinta-feira, novembro 29, 2007
The measure of success
John Foster Dulles
(citação extraída de SBANC Newsletter, November 27, Issue 498-2007, http://www.sbaer.uca.edu)
quarta-feira, novembro 28, 2007
Conjuntura económica nacional
O consumo a travar
(títulos de mensagens, datadas de 07/11/24, disponíveis em Visto da Economia)
sábado, novembro 24, 2007
O crescimento económico no 3º trimestre de 2007
«O enquadramento económico internacional no 3º trimestre de 2007 ficou assinalado por factos com implicações contraditórias para a economia portuguesa. Por um lado, assistiu-se à continuação da apreciação do euro e ao agravamento dos preços do petróleo e de outras matérias primas, por outro, verificou-se ainda assim uma aceleração do actividade económica na área do euro e no conjunto da União Europeia. No plano interno, de acordo com a estimativa rápida do PIB, ter-se-á registado um ligeiro abrandamento entre o 2º e o 3º trimestre, passando de uma variação homóloga de 1,9% para 1,8%, reflectindo fundamentalmente o comportamento da procura externa. Os dados preliminares relativos ao 3º trimestre revelam uma redução de 4,0 pontos percentuais (p.p.) no crescimento homólogo das exportações em valor, face ao 2º trimestre; paralelamente, registou-se uma pequena aceleração das importações de 0,1 p.p. que, pela primeira vez desde o 3º trimestre de 2005, apresentaram um maior crescimento nominal do que as exportações (5,3% e 4,8%, respectivamente). A procura interna, tal como no trimestre anterior, acelerou no 3º trimestre, sobretudo em resultado do crescimento do investimento. Esta evolução reflectiu, desenvolvimentos positivos em todas as suas componentes, com destaque para a componente de material de transporte. O consumo privado terá apresentado um menor dinamismo devido à desaceleração do consumo de bens duradouros. No 3º trimestre, o emprego cresceu 0,2% em termos homólogos, após a diminuição observada no trimestre precedente. A taxa de desemprego situou-se em 7,9%, o mesmo valor do trimestre anterior e 0,5 p.p. mais elevada do que a de igual período de 2006. Em Outubro, a inflação acelerou, atingindo 2,6%, mais 0,5 p.p. do que no mês anterior.»
terça-feira, novembro 20, 2007
Estratégias de negócio e internacionalização das empresas: um caso da fileira têxtil
Com o fim da Guerra-fria, a abertura do Leste Europeu, o alargamento das regras da economia de mercado à generalidade dos países do mundo, a entrada da China na Organização Mundial de Comércio e a presença das multinacionais nas economias nacionais verificou-se uma forte intensificação da concorrência. Aparte ter aumentado, a concorrência deixou de basear-se nas dotações em factores produtivos básicos, para se centrar em vantagens baseadas na inovação, na tecnologia, na diferenciação dos produtos e na qualidade, orientadas para a satisfação das necessidades dos consumidores. Neste contexto, as “vantagens competitivas” resultam essencialmente de elementos qualitativos.
São múltiplos os factores que influenciam a competitividade das empresas, podendo sinteticamente referir-se as economias de custo e a diferenciação. Estas duas vantagens (preço e diferenciação) podem ainda ser focalizadas num nicho de mercado que, pela sua escassa dimensão económica, não se oferece aliciante para a maioria dos operadores.
Em relação à diversificação do produto, no ambiente tecnológico actual, as possibilidades apresentam-se quase ilimitadas. O potencial de diferenciação é determinado, em parte, pelos atributos do produto (características técnicas, embalagem, marca, garantia) e pelas características do mercado alvo (grupos de consumidores). Contudo, o sucesso da diferenciação está intimamente associado ao empenho que a empresa coloca na satisfação das necessidades e preferências que o consumidor valoriza e, por outro lado, às competências geradas no seio da própria empresa.
O nível de serviço disponibilizado pela empresa ao consumidor é outra fonte de diferenciação, assim como as actividades de marketing. A tecnologia adoptada e a qualidade dos factores de produção usados são, ainda, uma fonte mais de diferenciação, a que se podem acrescentar procedimentos de gestão inovadores, a experiência e qualificação dos empregados, entre outros factores.
Do que assinala nos parágrafos precedentes, resulta que, quando se considera, hoje em dia, a afirmação e competitividade das empresas ou o desenvolvimento dos territórios as questões da abertura da sua economia e da respectiva inserção na divisão internacional do trabalho não podem deixar de estar presentes. Não é por acaso que se considera que um consumidor remoto pode ser mais importante que o cliente próximo.
Tomando um caso da fileira têxtil, vejamos como as dificuldades e desafios colocados pela dinâmica actual dos mercados vêm sendo enfrentados. A empresa retida é a Irmãos Vila Nova/ Salsa.
A Irmãos Vila Nova (IVN) é uma empresa fundada em 1987. Criada por três irmãos e localizada em Vila Nova de Famalicão, iniciou a sua actividade na área dos acabamentos têxteis (lavandaria e tinturaria de artigos confeccionados).
Começou por ser apenas uma têxtil subcontratada por empresas estrangeiras mas, perante o reduzido valor acrescentado e a estreita margem de manobra decorrentes desse estatuto, os seus promotores decidiram avançar para a produção de vestuário e criar uma marca. Assim surge a Salsa. Escolheram também deixar de produzir para intermediários, passando a operar para clientes que detinham já uma carteira de clientes finais.
Com a finalidade de projectarem a marca no mercado e expandir o negócio, investiram numa Estação de Tratamento de Águas Residuais, automatizaram processos de acabamento e de confecção, e melhoraram a nível do equipamento e do design gráfico.
O ano de 1994 foi um ano chave para a empresa, que alargou o número de agentes para sete. Foi, também, o ano em que se operou a transformação dos agentes comerciais em vendedores comissionistas. Esta evolução permitiu criar uma maior proximidade aos clientes e conhecer como trabalhavam as lojas multimarca.
Os irmãos Vila Nova inauguraram em 1998 uma loja no centro comercial Norteshopping, no Porto, que marcou mais uma etapa na vida da IVN. Quanto à internacionalização, esse processo teve início em 2002, em Madrid e Barcelona. Foi igualmente em 2002 que foi adquirida em Espanha uma empresa industrial e se iniciou o processo de constituição da holding IVN.
Ao longo de 2004 e 2005, a Salsa expandiu-se para novos mercados, tendo elevado o número de lojas para 50, ficando presente em Portugal, Espanha, Luxemburgo e Médio Oriente (Dubai e Qatar). O recurso à subcontratação da produção atingiu nessa altura os 35% do total. Esta solução permitiu reduzir custos e obter maior flexibilidade na oferta.
Um passo mais recente foi a criação de um novo centro de logística, à luz do propósito de atingir uma mais eficaz gestão da cadeia de abastecimento.
J. Cadima Ribeiro
(artigo de opinião publicado na edição de hoje no Suplemento de Economia do Diário do Minho, em coluna regular intitulada "Desde a Gallaecia")
segunda-feira, novembro 19, 2007
Evolução do Desemprego em Portugal
Com base nas publicações mensais do INE, pretendemos analisar o número de desempregados à procura do primeiro e novo emprego, a duração da procura e o sector da última actividade dos desempregados.
Esta conjuntura só foi favoravel no 2º trimestre de 2005, pautado pelo início de mandato do actual Governo, no entanto, a partir do 3º trimestre de 2005 a situação tem vindo a degradar-se a um ritmo crescente. A variação homóloga destes números, desde o 4º trimestre de 2005 até ao 2º trimestre de 2007, é positiva e muito superior ao periodo anterior, com excepção ao número de desempregados num período de 12 a 36 meses.
[Os numeros que se seguem são em milhares (10³) ]
Nestes dois anos, o número de desempregados à procura do 1º emprego é bastante flutuante, verificando-se: 47,8 - 2ºT/05; 50,6 - 2ºT/06 e 54,5 - 2ºT/07.
Apesar das oscilações da procura de novo emprego, verifica-se: 351,5 - 3ºT/05; 355,0 - 2ºT/06 e 386,1 - 2ºT/07.
A duração da procura de emprego inferior a 12 meses tem registado um crescente número de desempregados desde o 2ºT/06 até ao 2ºT/07 e uma preocupante varição homóloga de 16,3% desde o 4ºT/05 até ao 2ºT/07, onde se verificaram os seguintes numeros: 194,4 - 2ºT/05; 190,1 – 2ºT/06 e 221,0 – 2ºT/07.
O número de desempregados num periodo de 12 a 36 meses é de 143,2 – 2ºT/05; 141,5 – 2ºT/06 e 135,4 – 2ºT/07.
Numa situação de desemprego superior a 36 meses registou-se: 59,6 – 2ºT/05; 74,0 – 2ºT/06 e 81,0 – 2ºT/07.
Relativamente ao sector do último trabalho dos desempregados, na Agricultura, Silvicultura e Pesca: 8,7 2ºT/05; 10,8 – 2ºT/06 e 11,9 – 2ºT/07.
Para a Indust., Construção, Energia e Água: 160,6 – 2ºT/05; 160,5 – 2ºT/06 e 171,6 – 2ºT/07.
No sector dos Serviços: 182,1 – 2ºT/06; 183,7 – 2ºT/06 e 202,6 - 2ºT/07.
É comum o Governo justificar estes números pelo actual dinamismo do Mercado de Trabalho, consequência de uma Economia Dinâmica que existe actualmente. No entanto, e como os dados comprovam, este argumento não é válido. Não se verifica uma permuta entre os vários sectores do Mercado de Trabalho, mas sim, uma regressão do mesmo. O Mercado não só não está a criar emprego, como também, o emprego está a diminuir.
A evolução do número de desempregados à procura do primeiro emprego, bem como o número de desempregados à procura de novo emprego são o reflexo de uma Economia que é tudo menos dinâmica. Apesar de todos os incentivos, existem cada vez menos oportunidades para os jovens, bem como um aumento da precaridade do trabalho.
O número de desempregados há mais de 36 meses é mais um exemplo da incapacidade deste Governo para responder aos desafios actuais no mercado de trabalho, mas será interessante verificar a evolução destes números antes das próximas legislativas.
Emanuel Malanza
(artigo de análise/opinião produzido no âmbito da UC Economia Portuguesa)
Evolução do Índice de Preços no Consumidor
"Em Outubro, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) situou-se em 2,6%, cinco décimas de ponto percentual superior ao valor registado em Setembro de 2007. A variação mensal foi 0,5% e a variação média nos últimos doze meses manteve-se em 2,4%. O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português registou uma variação de 2,5% face a Outubro do ano anterior. O IHPC apresentou uma variação de 0,5% entre Setembro e Outubro de 2007. A taxa de variação média dos últimos doze meses manteve-se em 2,4%."
-http://www.ine.pt/portal/page/portal/PORTAL_INE/Destaques?DESTAQUESdest_boui=351794&DESTAQUESmodo=2)
quinta-feira, novembro 15, 2007
Revista de imprensa
A evolução dos preços do petróleo
quarta-feira, novembro 14, 2007
“Foreign Direct Investment and Country-Specific Human Capital”
Jinyoung Kim (Department of Economics, Korea University)
Keywords: foreign direct investment, multinational firm, human capital, foreign education, students abroad.
Date: 2007
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:iek:wpaper:0705&r=edu
(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)
terça-feira, novembro 13, 2007
"Criação insuficiente de emprego qualificado gera desqualificação e desemprego crescente entre os de maior escolaridade"
sábado, novembro 10, 2007
Evolução do comércio externo
*
Comércio Extra-Comunitário - Janeiro a Setembro de 2007
(títulos de mensagens, datadas de 07/11/09, disponíveis em Economia & Finanças)
quarta-feira, novembro 07, 2007
A caminho de Espanha
terça-feira, novembro 06, 2007
"A variedade é a vida"
(título de mensagem, datada de 07/11/06, disponível em Sobre o tempo que passa)
Política de “clusters” e desenvolvimento regional
Em Portugal, a política de “clusters” foi timidamente introduzida no seu momento e actualmente vive um impasse preocupante, sobretudo porque as actuações em matéria de política produtiva são escassas e deficientemente dirigidas, e porque existem alguns sectores de futuro que devem ser decididamente apoiados, nomeadamente, através da intervenção nas dimensões intangíveis e nas organizativas com carácter de bem público. Em termos de desenho e implementação da política de “clusters” há alguns aspectos que merecem especial destaque: i) Os sectores escolhidos devem estar associados a actividades de valor acrescentado alto e médio-alto, com uma elevada componente de inovação; ii) A localização para o desenvolvimento do “cluster” deve alhear-se de considerações espúrias e decidir-se pelo potencial real em termos de recursos e de ligações aos centros e mercados internacionais; iii) A estrutura social de suporte deve promover uma atitude estratégica permanente e a sua intervenção deve dar resposta a estratégia previamente delineada; iv) A cultura de cooperação deve ser fortemente promovida, especialmente em actividades dificilmente financiáveis individualmente e onde os esforços isolados se têm revelado pouco eficazes.
O fomento duma política de “clusters” em Portugal, para além de ter em consideração os aspectos anteriormente enunciados, não deve avançar sem que a administração promova o diálogo com as empresas e com outros agentes que potencialmente podem induzir a mudança. A implementação deve ser rigorosa, rápida, dinâmica e flexível e deve reger-se por critérios técnicos, tentando minimizar as consequências negativas dos equilíbrios e tensões políticas que sempre surgem neste tipo de processos.
(artigo de opinião hoje publicado no Diário do Minho - Suplemento de Economia, em coluna intitulada "Desde a Gallaecia")
segunda-feira, novembro 05, 2007
Revista de imprensa
A maioria dos analistas inverteu a sua expectativa e, agora, já temem que o crude continue a subir. Estaremos a caminho dos 100 dólares?
quarta-feira, outubro 31, 2007
Retrato do sector da distribuição de vestuário em Portugal
"O sector português da distribuição atravessa uma fase de concentração. O grupo Inditex, o El Corte Inglés, o grupo Regojo, a C&A e o Continente são os principais operadores, com uma quota de mercado de 23% em 2006(31Out07). As cadeias especializadas e as grandes superfícies aumentaram a sua quota total de mercado em Portugal nos últimos anos, superando os 50% em 2006, enquanto que o comércio independente diminuiu cerca de 4,3% em igual período, de acordo com o estudo "Distribuição de Confecção" realizado pela consultora DBK.
Os resultados do estudo revelam que o volume de negócios do sector português da distribuição de vestuário registou um incremento de 3,4% em 2006, atingindo os 4,23 mil milhões de euros. Neste contexto, o comércio independente continua a perder quota de mercado a favor das cadeias especializadas, dos grandes armazéns e dos hipermercados.
Deste modo, as vendas das lojas independentes perderam uma quota de 6% desde 2004. Em contrapartida, a facturação total das cadeias especializadas e das grandes superfícies apresentaram, nos últimos exercícios, uma tendência de crescimento que atingiu os 40% e os 13%, respectivamente, em 2006.
O vestuário de senhora representou cerca de 50% das vendas totais em 2006 e o de homem 40%, correspondendo os restantes 10% ao vestuário infantil. No sector operam mais de 6.700 empresas, com um efectivo total de 31.700 pessoas.
Em particular, este estudo aponta para o desaparecimento do comércio independente, assim como para um maior número de aberturas de pontos de venda integrados em cadeias especializadas.
Para 2007-2008, o estudo da DBK prevê uma ligeira aceleração do ritmo de crescimento das vendas, com taxas de variação anual situadas nos 4-5%. O comércio independente deverá, todavia, continuar a perder quota de mercado, num contexto de forte crescimento previsto para as cadeias especializadas, os hipermercados e os grandes armazéns.
A escassez de locais nos centros das cidades e os novos hábitos de consumo fomentaram o desenvolvimento de numerosos projectos de centros comerciais, os quais continuarão a ganhar protagonismo na criação de novos espaços nas cadeias especializadas.
A forte concorrência continuara a impulsionar as estratégias de diversificação dos operadores para novos segmentos de procura, assim como para o lançamento de novas linhas de produtos."
(reprodução integral de notícia recebida em 07/10/31, via Newsletter - Portugal Têxtil)
terça-feira, outubro 30, 2007
Portugal é um dos países da OCDE que menos investe em conhecimento
sexta-feira, outubro 26, 2007
"Portugal é o 31º país mais globalizado"
"Economia e investimento estrangeiro prejudicam pontuação final
Investimento Directo Estrangeiro
1.Alemanha
2.Espanha
3.Reino Unido
4.França
5.Estados Unidos
Inflação e desemprego
Conclusões:
-Existe uma relação entre inflação e variação do desemprego ( e não entre inflação e desemprego)
-Considerando a variação da taxa de desemprego no curto prazo, em vez da taxa de desemprego, a curva de Phillips verifica-se em Portugal.
(Joana Ferreira, Outubro de 2005)
terça-feira, outubro 23, 2007
A norte: o desastre em matéria de estratégia de desenvolvimento e de ordenamento do território
Quem rejeite a ideia de fatalidade na evolução dos fenómenos económicos não pode deixar de questionar porque é que isso acontece e a consistência das políticas públicas que ditaram tal resultado, muitas delas suportadas por fundos comunitários e nacionais vultuosos, aparte a equidade da distribuição destes pelas diferentes regiões. Na minha condição de observador da evolução da realidade desta parcela do território nacional e de técnico interveniente nalgumas operações de planeamento, não posso deixar de pensar que os resultados a que se chegou são, em grande medida, fruto de estratégias de desenvolvimento e de políticas de ordenamento do território erradas.
Avançando esta posição agora, mais não faço do que repetir o que venho afirmando desde há 25 anos, com o “conforto” que me dão nesta altura os números a que me reporto. Quero eu dizer: quem se atreve agora a classificar de bom o desempenho económico das últimas décadas do norte de Portugal e de acertadas as orientações de política prosseguidas?
Para não me ficar pelo enunciado de ordem geral, retenho do “Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio - 2005” alguns números. A esta recensão de números acrescentarei, a concluir, duas ou três orientações de estratégia, alternativas às que vêm sendo prosseguidas pela CC(D)R-N e pelos Governos, desde os anos 80 do século XX. Essas notas parecem-me ter particular pertinência na ocasião em que está em preparação o chamado Plano Regional de Ordenamento do Território e um estudo de impacte da construção de uma linha férrea de um comboio de velocidade alta entre Porto e Vigo.
Passemos aos números sobre o poder de compra concelhio, isto é, ao índice de poder de compra, como medida da posição relativa dos municípios em termos de capacidade aquisitiva média. Os dados sobre os municípios minhotos invocados são comparados com os das respectivas NUT III e NUT II e os de Porto e Lisboa. São eles os seguintes:
*
Portugal (território base) – 100
NUT II Norte – 85,45
NUT III Minho-Lima - 70,72
-Arcos de Valdevez – 52,49
-Valença – 74,11
-Viana do Castelo – 87,45
NUT III Cavado – 82,47
-Barcelos – 67,05
-Braga – 105,83
-Terras de Bouro – 47,36
NUT III Ave - 74,57
-Guimarães – 77,50
-Póvoa de Lanhoso – 59,38
-Vila Nova de Famalicão – 81,55
NUT III Tâmega - 61,57
-Cabeceiras de Basto – 52,88
-Celorico de Basto – 48,50
------
Lisboa – 216,04
Porto – 164,26
*
O contraste dos números diz bem das assimetrias de desenvolvimento que se configuram no território em análise.
Respostas consequentes à situação da NUT II norte têm que assumir as fragilidades de partida, e ser ousadas. Nessas respostas, tem que tomar papel estruturador a rede urbana, caracterizada na actualidade pelos seguintes tipos de áreas: i) a Área Metropolitana do Porto (AMP), que constitui um espaço maioritariamente urbano, com fortes relações de interdependência funcional interna; ii) uma mancha urbano-industrial descontinua, envolvente da AMP, integrada por cidades de pequena e média dimensão e por contínuos rururbanos; iii) uma área de consolidação urbana, que se consubstancia no quadrilátero constituído pelas cidades de Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos, que se vem progressivamente reforçando pela via da atracção que exerce sobre as áreas envolventes; iv) áreas de intermediação, onde prevalecem conflitos no uso dos solos, escassa dotação de infra-estruturas e espaços urbanos fragmentados; e, v) áreas rurais, caracterizadas por uma estrutura económica frágil e por baixos níveis de prestação de serviços.
A consolidação de espaços urbanos funcionalmente mais autónomos tem implicações para a área metropolitana do Porto, o que não deve inibir a sua potenciação, assumindo a polinucleação que o território já evidencia, o que implica a partilha da sua centralidade competencial com outras centralidades tendencialmente mais dinâmicas, com destaque para o quadrilátero urbano acima nomeado, mas, igualmente, com Viana do Castelo, que tem vindo a consolidar a sua especialização a nível turístico, ambiental e de lazer.
Neste quadro de superação de fragilidades do tecido produtivo, assume particular importância o investimento na qualificação das redes de transportes e comunicações, incluindo as de âmbito transfronteiriço, fazendo particular sentido explorar a capacidade de um equipamento como o comboio de altas prestações como instrumento de consolidação de uma estrutura urbana mais equilibrada e de abertura de novas vias para o desenvolvimento. Esclareça-se entretanto que o uso do conceito de rede quer significar, em simultâneo, inter-operacionalidade de canais e multi-modalidade, dimensões estas onde subsistem particulares estrangulamentos quer na operação interna quer na relação com o exterior.
Na falta de espaço para aprofundamento das ideias de política esboçadas, fica a promessa de um regresso ao tema.
domingo, outubro 21, 2007
O Nobel da Economia só devia ser atribuído de 4 em 4 anos
quinta-feira, outubro 18, 2007
Orçamento de Estado para 2008: um comentário pertinente
segunda-feira, outubro 15, 2007
Orçamento de Estado para 2008
Orçamento do Estado para 2008
(cortesia de Nuno Soares da Silva)
sábado, outubro 13, 2007
quinta-feira, outubro 11, 2007
"Norte Conjuntura"
«Nesta página são disponibilizados para download os Relatórios “Norte Conjuntura”.
Com periocidade trimestral, o boletim "Norte Conjuntura" procura reunir e analisar a informação disponível mais relevante com vista à identificação precoce das tendências que marcam a evolução económica, a curto prazo, da Região Norte no contexto nacional.»:
http://www.ccr-norte.pt/regnorte/conjuntura/norteconjuntura_2trim2007.pdf
O economista e a sua formação
Trazendo para primeiro plano o contexto em que se vem desenvolvendo a actividade do economista e a complexidade daí decorrente, as reflexões que recupero servem também para pôr em evidência a urgência de respostas adequadas a nível de formação académica e profissional deste corpo técnico. A isso se referia, de forma preocupada e crítica, no mesmo boletim da OE, Carlos Pimenta, na passagem seguinte: “O maior reconhecimento da importância da economia e a ideologia economicista como ´religião` da globalização aumentam o valor social do economista e atribui a alguns a função de apaziguadores das consciências. Mas a massificação da formação de economistas ao longo de décadas e as características actuais do mercado de trabalho reforçam a precariedade do emprego de muitos e promovem a despromoção funcional”.
De uma forma mais terra à terra, João F. Proença, prolongando a sua reflexão, reportava-se aos reptos subsistentes em matéria de formação do seguinte modo: “Hoje, é muito difícil exercer a profissão de economista sem o domínio de competências específicas de áreas disciplinares próximas como a gestão (onde, naturalmente, insiro as contabilidades, o marketing ou a fiscalidade, conhecimentos sobre negociação, gestão de pessoas, etc.) e sem acesso a teorias, métodos e técnicas de outras áreas do conhecimento, particularmente da psicologia e da sociologia, do direito e da ciência política, da matemática e da informática, entre outras”. Ideias que eram reforçadas, ainda no dito boletim da OE, por estas outras de José Manuel Belbute: “a formação inicial (de 1º ciclo) não pode/deve ser encarada como definitiva e para o resto da vida”. Assim é já que, sublinha, “Os conhecimentos adquiridos […] arriscam-se a ficar rapidamente desactualizados. Por isso e contrariamente ao que sucedia há alguns anos atrás, a formação inicial deve ter um carácter mais flexível e generalista, que alie uma sólida formação económica de base (em macroeconomia, microeconomia e métodos quantitativos) à aquisição de competência, de capacidade e de atitudes (capacidade de trabalho em equipa, de tomada de decisões, de relacionamento e de iniciativa) que valorizem os estudantes e lhes facilitem a sua inserção no mercado de trabalho”.
A dificuldade, que José Manuel Belbute não endereça mas que seguramente terá presente, está em conjugar uma formação sólida em macroeconomia, microeconomia e métodos quantitativos com todas as exigências em termos de domínio de técnicas, teorias e comportamentos, que antes são enunciadas como sendo imprescindíveis para o sucesso profissional dos nossos tempos, com a redução das escolaridades totais e parciais a nível de formação do 1º ciclo dos cursos do ensino superior. É que, faça-se claro, o reforço da formação em macroeconomia, microeconomia e métodos quantitativos, em simultâneo com a redução das ditas escolaridades, acaba por reduzir os cursos do 1º ciclo a projectos de ensino que pouco mais oferecem em matéria de programas escolares que macroeconomia, microeconomia e métodos quantitativos. Obviamente, que esses programas podem ser transmitidos recorrendo a novos modelos de ensino-aprendizagem que impliquem e suscitem novos comportamentos nos formandos mas, nessa vertente, dão-se agora os primeiros passos em Portugal, e o processo tem sérias dificuldades, mesmo porque o ensino superior não existe isolado de toda a realidade do ensino e formação do país.
Que o 1º ciclo não responderá aos reptos da complexidade da gestão das economias modernas, disso não restarão dúvidas a ninguém, suponho. Saberão as instituições de ensino superior (e os interessados) encontrar uma resposta eficaz para a dificuldade enunciada? A seu tempo o veremos.
quarta-feira, outubro 10, 2007
Revista de imprensa
As diferenças entre o orçamento português e os europeus:
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/edicion_impresa/destaque/pt/desarrollo/1044236.html
(cortesia de Nuno Soares da Silva)
terça-feira, outubro 09, 2007
Uma perspectiva sobre as estratégias de desenvolvimento regional
Ao longo da década de oitenta foram sistematizados os factores de sucesso de alguns territórios que baseavam a sua competitividade no seu potencial endógeno. A reflexão e o debate sobre estas realidades permitiram delinear algumas aproximações agrupadas genericamente sobre o denominado desenvolvimento regional endógeno. Neste contexto, as políticas regionais, destinadas a reduzir as assimetrias regionais e a promover a convergência entre territórios, passaram a dominar a agenda da intervenção pública a nível microeconómico. Os instrumentos deste tipo de políticas dirigiram-se para a melhoria da qualidade institucional, para a promoção de um mercado de trabalho bem dimensionado, qualificado e vocacionado para a aprendizagem, para o fortalecimento e flexibilização das redes de empresas e para o impulsionamento das actividades de I&D e da capacidade de inovação. A implementação de políticas regionais deste tipo deu origem a resultados muito dispares, mas naqueles territórios onde a resposta institucional, do mercado de trabalho e das empresas foi positiva a competitividade empresarial viu-se amplamente reforçada.
Na última década as políticas de desenvolvimento regional continuaram centradas nas premissas do enfoque anterior, embora tenham sido introduzidos alguns elementos adicionais com intuito de ultrapassar várias das limitações e problemas dele decorrentes. Em primeiro lugar, adoptou-se uma perspectiva sistémica na compreensão das problemáticas regionais, evitando a excessiva concentração em aspectos parcelares ou muito específicos e assumindo um enfoque suficientemente amplo, a fim de abranger as dimensões mais relevantes das tendências globalizadoras. Em segundo lugar, deu-se um maior relevo às intervenções de carácter sectorial, as quais tinham sido parcialmente subalternizadas em favor de intervenções de carácter eminentemente transversal. Em terceiro lugar, promoveram-se acções destinadas a reduzir os custos de contexto, fundamentalmente, os de natureza infra-estrutural. Em quarto lugar, melhorou-se a fase de implementação das políticas mediante a introdução de programas realistas, tanto em termos de conteúdo como em termos de timings. E em último lugar, relançou-se a cooperação institucional e empresarial, tanto a nível formal, mediante a consolidação de estruturas de partenariado, como a nível informal, através do fomento de valores culturais de partilha, colaboração e associação.
As estratégias de desenvolvimento endógeno descritas surgem como uma alternativa a outras intervenções de carácter pontual de curto prazo, baseadas na concessão de subsídios directos, que fomentam a economia subsidiada e introduzem elementos de concorrência desleal entre empresas e territórios. A falta de eficácia destas ajudas directas evidencia a superioridade da opção baseada na adopção de uma estratégia de desenvolvimento endógeno consciente, não dependente, sustentável, e viável num horizonte temporal alargado. Ademais, à vista dos resultados em algumas das regiões mais competitivas das economias ocidentais, parece que as estratégias de desenvolvimento endógeno de segunda geração, onde o vínculo território-empresa é tendencialmente mais forte, conseguem ser extremamente eficazes para ultrapassar os desafios derivados do processo globalizador. Este facto é de uma importância extrema para a realização de escolhas e a definição de prioridades, dado que, no âmbito da globalização, as economias nacionais são progressivamente mais sensíveis às mudanças e à conjuntura económica internacional. Adicionalmente, a vulnerabilidade derivada do novo paradigma em consolidação amplifica-se significativamente quanto maiores são as assimetrias territoriais e mais fraca é a estrutura político-institucional a nível regional. Desta forma, intui-se que todas as políticas destinadas a melhorar a competitividade regional contribuem decididamente para reforçar a posição do país face às consequências indesejadas da globalização.
No caso Português as políticas de desenvolvimento regional não têm seguido um modelo claramente definido e continuam a utilizar referências ultrapassadas e a privilegiar propostas necessitadas de novos enfoques. As ditas políticas não têm conseguido obter, em geral, resultados positivos em termos de coesão territorial, agravando, em alguns casos, as assimetrias espaciais que, à partida, deveriam esbater. Ademais, têm sido utilizados critérios pouco transparentes em termos de distribuição de verbas, dado que parece existir uma escassa relação entre os diferenciais de investimento atribuído e as disparidades espaciais de rendimento. Desta forma, o modelo que tem sido empregue privilegia os territórios com maior capacidade de geração de riqueza e tem-se mostrado incapaz de ultrapassar os entraves que condicionam o desenvolvimento dos territórios com maior atraso relativo. Para atingir maiores níveis de eficácia, a política de desenvolvimento regional em Portugal deve, no futuro, atribuir uma maior preponderância à componente estratégica sem retirar importância aos aspectos de desenho e implementação de políticas, ainda que estes devam actualizar as propostas, incorporar novos instrumentos e complementar certas dimensões.
sábado, outubro 06, 2007
Ser economista hoje, em Portugal. O que mudou com a implementação da Declaração de Bolonha
Se se pode dizer que economistas “são aqueles que transportam para a vida social os modelos de racionalidade comportamental que estão na base de uma melhor combinação dos recursos existentes e, por conseguinte, na optimização do retorno que decorrerá da sua afectação” (Rebelo e Neves, 2007, p.10), não fica mal dizer, também, que “economista será todo o que, qualquer que seja o seu nível de intervenção profissional que possuir, for capaz de compatibilizar, no tempo e no espaço, soluções eficientes com soluções equitativas, processos competitivos com processos de inclusão” (Alves, 2007, p.13). É que a economia deve repousar, igualmente, em valores, acompanhando as referências e as preocupações com o bem-estar social e a sustentabilidade dos recursos naturais que se vão afirmando.
Definir o que é o economista não é o mesmo que explicitar os “actos” da profissão desse técnico. Pode-se mesmo questionar se o “acto” típico de economista existe. Se esta se oferece matéria susceptível de gerar controvérsia, outro tanto não sucede com o reconhecimento de que os economistas portugueses trabalham hoje “em ambientes multiculturais, em contexto internacional e europeu em particular, em ambientes de grande pressão que muitas vezes exigem capacidade de liderança, capacidade de aprender ou de se adaptar a situações novas e a ambientes ou meios culturais diversos” (Proença, 2007, p.10), o que, na medida do esforço e exigência profissional que lhes coloca, reclama uma formação geral e técnica adequada (adequada na solidez; adequada no perfil funcional que seja requerido), já que o economista que o presente momento reclama tem que saber, tem que saber fazer e tem que sabe ser. (Proença, 2007, p.11).
Neste contexto, se não se questiona nem que a formação inicial deva ter um carácter flexível e generalista, que alie uma sólida formação económica de base à aquisição de competências, de capacidades e de atitudes (Belbute, 2007, p.12), nem a necessidade da formação ao longo da vida, é mais problemático dizer se as respostas que estão a ser dadas no quadro da reforma dos cursos é a que se fazia necessária. Isto, na própria medida em, mesmo se uma melhor adequação das formações oferecidas às necessidades das empresas e da sociedade, em geral, fosse o grande argumento invocado pelo decisor político para precipitar a mudança, há que convir que o acolhimento das “novas” formações pelo mercado de trabalho, a problemática da empregabilidade, se se quiser, ficou arredada do processo que conduziu à reforma em cursos. Da reestruturação dos cursos, o que nesta altura é seguro é que se assistiu à redução das escolaridades totais e parciais das formações oferecidas a nível do 1º ciclo. Como, por um lado, uma sólida formação em macroeconomia, microeconomia e métodos quantitativos não basta para formar o economista capaz de responder aos reptos da gestão das economias modernas, fica daí, por outro lado, espaço para o reforço do papel do 2º ciclo na formação destes profissionais, mesmo que a implementação de novos modelos de ensino-aprendizagem vá fazendo o seu percurso, dando a sua componente de resposta em matéria de atitude à complexidade da realidade actual em matéria de funcionamento e organização das economias.»
(extracto de comunicação, intitulada "Ser economista hoje, em Portugal. O que mudou com a implementação da Declaração de Bolonha", a ser presente no 2º Congresso Nacional dos Economistas, Ordem dos Economistas, que decorrerá a 11 e 12 de Outubro de 2007, no Centro de Congressos de Lisboa)
quarta-feira, outubro 03, 2007
Revista de imprensa
segunda-feira, outubro 01, 2007
Relação universidade-empresa
sexta-feira, setembro 28, 2007
Consumer perception of Portuguese quality wine and the region-of-origin effect - VII
Region’s specificities such as history, geography and culture can be mobilised to qualify regions` products and confer a competitive advantage to certain products with origin in that region. The returns of a region’s resources depend upon the ability of local firms to appropriate the rents earned and whether consumers value the characteristics of the region that are associated with the product, being disposed to pay a price premium.
In a previous research, using a hedonic price function, which related the price of Portuguese regional wines to its various attributes, we found empirical support to the idea that region of origin matters to consumers, that is, the study showed that some regions of origin had a significant impact on products price. The approach taken was a supply side one, which means we collected prices from different Portuguese retail chains. In this empirical research, we intend to test the same issue questioning directly a certain kind of consumers: those who buy wine to sell it in their small retail shops, restaurants and bars (cafés). Besides the regional designation of origin, other product attributes to be tested are colour, age and special attributes, which all have shown positive effects on price in the previous research.
The main motivation for conducting this research was to bring some more light on the impact of territory information on buyers’ behaviour; in this case, Portuguese wine consumers.
Based on empirical evidence collected through a questionnaire directly implemented in a wholesaler, we could conclude that the dominant factor of influence in the acquisition of wine is the region of origin. Product intrinsic characteristics like colour, age, special references and grape, all have shown not having relevant influence in the decision of the wine consumer, in this case. Also noticeable is that, both, wine specialists and consumers use region of origin as a strong clue to their decision of purchasing or not a certain wine, while the non specialist consumer deposits more interest in the brand.
This way, the empirical research undertaken gives support to the hypothesis that the use of territorial references is a promising strategy to increase the market value of products and sustain differentiation towards competitors.
The regions of Alentejo, Douro and Verde have shown to be the most preferred by the Portuguese consumers. The results obtained through this survey are in line with those of a previous research (FREITAS SANTOS and CADIMA RIBEIRO, 2003). The differences to underline have to do with the inclusion of Verde wine region in the questionnaire, which we didn’t consider in the first study due to not being an ordinary Portuguese table wine, and with Dão, not valued as hypothesized by the survey respondents. Anyway, to better understand the results we got in this last study, we should keep in mind that respondents were people living in the Verde wine region itself.
The fact just mentioned can be taken as a major limitation of this empirical research, as it doesn’t allows us to generalise the results to the country, as a whole. Another limitation comes from the fact that we collected the answers in a single wholesaler. That means that supplier marketing strategy could, at least at certain level, to have influenced costumers’ choices.
A last comment we would like to add as to do with the option we took of approaching consumers’ preferences through the ones stated by the small retailers. Even if a close relationship between retailers and final consumers exists, we are aware that it is not the same thing.
terça-feira, setembro 25, 2007
As preferências dos turistas que visitam o Minho-Lima
Estando em causa um projecto de desenvolvimento turístico, os recursos existentes podem servir como ponto de partida para a definição de alternativas e, conhecendo a opinião dos turistas sobre aqueles, é possível dispor de uma base sólida para a selecção da alternativa estratégica que melhor se adeqúe aos atributos do território e às preferências dos visitantes.
A análise dos gostos e preferências dos turistas está facilitada quando estão em causa destinos mais ou menos consolidados e recursos turísticos actuais, uma vez que estes apresentam uma procura a partir da qual se pode investigar gostos e preferências. Porém, no caso de destinos emergentes e de recursos potenciais, esta tarefa torna-se mais complicada. Para ultrapassar esse problema, podemos recorrer à análise das preferências declaradas, inquirindo os indivíduos sobre as respectivas escolhas (declaradas), face a situações hipotéticas de consumo.
Foi este tipo de abordagem que foi prosseguido há uns meses atrás, no quadro de uma investigação que, em última instância, visava avaliar até que ponto seria viável pensar a sub-região do Minho-Lima como um (novo) destino turístico. O potencial do território em causa resulta-lhe do valor inquestionável dos recursos que possui, que, entretanto, é sabido não bastarem para configurar um projecto sustentável de aproveitamento turístico.
O inquérito destinado a avaliar a estrutura de preferências dos turistas que visitam ou pretendem visitar o Minho-Lima (isto é, o Alto Minho) foi aplicado entre Maio e Dezembro de 2006. Obteve-se um total de 350 respostas, 74 de turistas estrangeiros e 276 de turistas nacionais.
Os recursos do território foram apresentados aos inquiridos sobre a forma de um conjunto de cartões que pretendiam representar os perfis de atributos/alternativas de escolha disponíveis, sendo-lhes pedido para ordenarem/hierarquizarem o(s) preferido(s). Os inquiridos podiam, assim, ter em conta combinações de níveis de atributos, onde cada possível combinação representava o perfil do destino turístico que poderiam ter em mente quando estabelecessem as suas preferências e seleccionassem o seu destino de férias. O desenho do questionário foi aperfeiçoado mediante a realização de um pré-teste.
De forma muito resumida, dos resultados foram obtidos, constatámos que os recursos a que os turistas atribuíam mais importância eram as Praias Oceânicas e os Parques Nacionais ou de Paisagem Protegida. A esta luz, numa perspectiva promocional, não estando os municípios do litoral inseridos no Parque Nacional da Peneda-Gêres, teriam toda a vantagem em referir que este se encontra enquadrado na sub-região a que pertencem. Do mesmo modo, os municípios que fazem parte deste Parque Nacional deveriam referir que se encontram a X km do litoral e, por essa via, de algum modo, incluir esse recurso na sua carteira de oferta.
Considerada a nacionalidade dos entrevistados, obtiveram-se percentagens de importância dos atributos relativamente semelhantes, salvaguardadas as diferenças que se assinalam de seguida:
i) os turistas nacionais preferem os Parques Nacionais ou de Paisagem Protegida, enquanto os turistas estrangeiros valorizam mais as Serras e Montes; e,
ii) no caso dos Recursos Etnográficos, os nacionais atribuem maior importância à Gastronomia, enquanto os estrangeiros valorizam mais as Festas.
Entre os elementos coincidentes, no que se reporta aos Recursos Naturais-Água, estão a preferência dada às Praias Oceânicas e, no que se refere aos Recursos Históricos, a preferência dada ao Património Arqueológico.
Já no caso do Património Religioso e do Artesanato, considerados os mesmos resultados, dada a pouca importância que lhes foi conferida pelos turistas nacionais e estrangeiros, seria de rever o destaque que lhes vem sendo dado nas estratégias de promoção. Partindo da perspectiva que será desejável que um destino turístico disponha de uma carteira de produtos alargada, parece fazer sentido que sejam tomados como recursos complementares, alternativamente à política actual dos apresentar como dois cartazes de visita do Minho-Lima.Conforme é bem explícito, o território que foi alvo de análise foi o Alto Minho. Posta, entretanto, a similitude de recursos turísticos e de perfil de visitantes que visitam o Alto e o Baixo Minho, crê-se que as ilações que se podem retirar deste estudo sejam em grande medida válidas para o Minho, no seu todo.
sábado, setembro 22, 2007
Da falta de arrojo à substituição de Paulo Macedo
José Azevedo Pereira é o sucessor de Paulo Macedo nos Impostos
O Governo já dispensou 14 mil funcionários públicos:
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/edicion_impresa/economia/pt/desarrollo/1038201.html
Comentário: há quem ache que o Ministro das Finanças está a fazer um bom trabalho; há mesmo quem ache que o Governo está a fazer um razoável trabalho em matéria de gestão económica. Lamento, mas não é o meu caso. Aliás, fazer de despedimentos feitos ou programados uma coroa de glória só pode ser fruto de uma enorme confusão de valores e confissão implícita de falta de arrojo e ambição.
Um grande trabalho fê-lo Paulo Macedo!
sexta-feira, setembro 21, 2007
"National Progress Report on eGovernment in the EU27+"
National Progress Report on eGovernment in the EU27+ :
http://ec.europa.eu/information_society/newsroom/cf/itemdetail.cfm?item_id=3635
(cortesia de Irene Rodrigues - CDEUMINHO)
terça-feira, setembro 18, 2007
OCDE: "Education at a Glance 2007"
É uma das maiores diferenças encontradas entre os 25 Estados-membros da organização, só superada na Hungria e na República Checa, de acordo com um relatório da OCDE citado pelo Público e que é divulgado hoje.
Outro dado que comprova que estudar compensa: em nenhum outro país um trabalhador que apenas completou o ensino básico é tão penalizado em termos de rendimentos. Em média, recebe 57% do salário de quem tem o 12.º ano. E em ambos os casos as diferenças têm-se acentuado ao longo dos anos. O que se tem mantido é a diferença salarial entre homens e mulheres, com prejuízo para elas.
Mais um recorde: em Portugal quase 60% das pessoas que recebem duas vezes mais do que a média nacional são licenciadas. Entre os que apenas completaram o 9.º ano, só 7,5 por cento podem dizer o mesmo. As baixas qualificações da população portuguesa podem ajudar a explicar esta valorização.
Estes são alguns dos dados apresentados no relatório da OCDE Education at a Glance 2007, que é hoje divulgado.
Ao longo de mais de 450 páginas, apresentam-se milhares de indicadores relativos aos sistemas de ensino de cada um dos Estados-membros e que permitem constatar algumas características, avança o Público.
Se a valorização das qualificações em Portugal fica demonstrada - igualmente ao nível das taxas de emprego, ainda que de forma muito menos acentuada -, para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico também ficou claro algo de negativo.
"A maior selectividade no acesso ao ensino superior encontra-se em Portugal", lê-se no relatório, que analisou (para os dez países para os quais havia dados) em que medida o estatuto sócio-económico dos pais condiciona o prosseguimento de estudos dos filhos.
O relatório concluiu que em Portugal essa relação é determinante. Há uma sobrepresentação de filhos de licenciados no superior e estes jovens têm 3,2 vezes mais probabilidade de vir a tirar um curso do que seria normal.»
(reprodução integral de artigo, com o título identificado, publicado na edição de 07/09/18 do Jornal de Negócios)
[cortesia de Nuno silva]
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Ps: Education at a Glance 2007 - OECD Indicators
[a ligação activa ao original e o indíce do texto são disponibilizados por MJMatos (Que Universidade ?) em mensagem, com o título da obra, datada de 07/09/19]
"Poder de compra concelhio - 2005"
Disparidades da riqueza face à média nacional caíram nas maiores cidades do país