Espaço de debate de temas de Economia Portuguesa e de outros que com esta se relacionam, numa perspectiva de desenvolvimento

domingo, maio 15, 2011

Incursão sobre as Causas Sociais internas, concretas, da Crise Financeira em Portugal (III)

[Continuação]
Os próprios livros de texto de Língua Portuguesa (agora já não se diz “Língua Pátria”. Os que se dizem “patriotas” aboliram a palavra “Pátria”...) contribuem para a situação. Desapareceram desses livros “Lições” para a Vida inteira sob forma de “fábulas”, tais como como a do “Lobo e do Cordeiro” à beira do ribeiro, a da Cegonha e da Raposa nos convites para jantarem juntas, etc.. Ou Lições para a Vida sob outras formas: A da “panela de barro e a de ferro” ao descerem juntas o ribeiro, a da honestidade do forjador ao construir a viga de ferro para a ponte; a dos filhos que levam o Pai para o monte para ser comido pelos lobos a quem dão uma manta para se abrigar do frio e da chuva e a resposta sábia do Pai, etc., etc.. Com toda esta falta de educação das últimas dezenas de anos e o destroçar da Economia, gerámos não só uma “Juventude à Rasca”, mas também gerámos alguma “Juventude Rasca”...
E há governantes actuais, que servindo-se da sua posição perante os órgãos da comunicação social, declaram, alto e bom som, para que se “entranhe” bem na “Opinião Pública”, que Instituições como a Ordem dos Médicos, a Ordem dos Engenheiros e a Ordem dos Advogados só porque exigem poder continuar a usar meios de aferir, quando necessário através de provas públicas, o nível de conhecimentos que os seus potenciais associados trazem do Ensino Superior, são consideradas “odiosas corporações” que põem entraves à entrada na profissão a profissionais “competentes”, gerando com isso desemprego. Contraditoriamente, os próprios órgãos do Estado, por exº., em concursos para recrutamento de juristas para cargos públicos que aparecem no Diário da República, exigem a prestação de provas por parte dos candidatos, além da licenciatura em Direito. Isto é, os próprios poderes constituídos não acreditam na validade dos diplomas que os licenciados em Direito apresentam, mas ao mesmo tempo o Governo critica e faz imposições contra a exigência da Ordem dos Advogados de provas por ela organizadas para dar a “carteira profissional de Advogado” aos recém licenciados pelas Faculdades de Direito do País…Caso semelhante acontece com a Ordem dos Engenheiros em relação aos “licenciados” de 3 anos pós-Bolonha por Faculdades ou Escolas Universitárias de Engenharia e Institutos Politécnicos e aos “licenciados” de 4 anos pré Bolonha dos Institutos Politécnicos, aos quais a Ordem exige provas para se inscreverem como “Engenheiros”, podendo, todavia, inscrever-se, no grau mais baixo, como o agradável nome de “Engenheiros Técnicos”.
Assim, as raízes da “convulsão social” gerada em Portugal pelo 25 de Abril continuam em muitos sectores da Sociedade Portuguesa, contribuindo notoriamente para a situação de Crise que se vive.
[Continua]

JBM

(reprodução parcial de texto de opinião do autor identificado; as partes restantes serão divulgadas nos próximos dias)

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