[Continuação]
Mas haja esperança: já se fala bastante de “Estado Social Sustentável” a propósito da actual Segurança Social insustentável por múltiplas razões: reformas precoces (há políticos que, dando péssimo exemplo, fazem para si leis para obterem reforma inteira com 8 ou 12 anos de serviço...). Péssima organização administrativa: burocracia interminável, desorganização no atendimento e funcionamento que leva à existência de mais funcionários que utentes, como pode ver-se no dia a dia dessas repartições públicas. Situação pior nas repartições de finanças, que apesar dos esforços para o uso de meios informáticos (internet, funcionamento em rede dos seus computadores, etc.) ainda se mantêm cheias. Mas é possível ter uma Segurança Social Sustentável, Empresas Públicas e/ou Parapúblicas Sustentáveis, Parcerias Público Privadas Sustentáveis, Grande Empresas Privadas Sustentáveis (que não se encostem ao Estado para poderem existir).
Note-se que ter todas essas Unidades de Produção “Sustentáveis” não obriga à existência de um Welfare State (Estado Social) do modelo nórdico clássico. Esse modelo até nesses países, com os quais Portugal em nada se pode comparar quanto a eficiência e nível dos sistemas Educativos, nível técnico cultural, nível organizacional das empresas e dos serviços públicos, instituições de todos os tipos independentes do governo em funções, etc., está em mudança. Alias, há hoje uma discussão pública em todos os países da Europa, e não só, sobre o que deve e pode ser um “Estado Social”, isto é, de um “Estado Social Sustentável” a médio e longo prazo. Para isso é preciso, para cada país, fazer cálculos baseados em “projecções” estatísticas e conjecturas sobre o Futuro de um Mundo em Ebulição, mas, quer se queira quer não, um Mundo a caminho da Globalização.
Se, posto em prática, todos esses estudos levarão a um “Ambiente Social Sustentável”, com aumento do emprego, aumento da produção e da produtividade, e consequente redução da Dívida Pública e das Dívidas das Empresas Públicas e das Parapúblicas. Mas não esquecer que na base de tudo tem de haver sistemas de Ensino (B+S, Profissional e Superior) ao nível dos melhores da Europa, dos EUA, do Japão e de outros países asiáticos.
Para tudo isso Portugal tem de ter Governantes competentes e clarividentes, com sentido de Serviço Público, desejo, coragem e força para o conseguir. A forma de os escolher começa a estar em causa. Talvez num futuro não muito longínquo as “redes sociais” venham nesse sentido a ultrapassar os partidos, cada vez mais em declínio por defeitos antigos de comunicação com os cidadãos.
[Continua]
JBM
(reprodução parcial de texto de opinião do autor identificado; as partes restantes serão divulgadas nos próximos dias)
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