Nos últimos anos, o fraco crescimento da economia, levou a que muitos portugueses optassem por refazer as suas vidas. Hoje em dia é cada vez mais claro que, para uma economia ser cada vez mais competitiva, não só num contexto nacional mas também internacional, tem de concentrar grande parte dos seus recursos no campo da inovação tecnológica e no desenvolvimento de novas indústrias. Com base nestas palavras surge a questão: O que é que tem feito a economia portuguesa de forma a incentivar as empresas a investirem em novas tecnologias? E qual o seu papel a nível mundial?
Nos dias que correm a inovação tecnológica abrange diversas áreas, desde a robótica há electrónica, passando pelo meio ambiente e acabando na indústria mecânica. No meu ponto de vista, o trabalho realizado pelo Governo português, no que diz respeito aos incentivos ao investimento das empresas portuguesas, tem sido, de algum modo, insuficiente. Visto que o endividamento afecta não só as empresas mas também as famílias (devido ao aumento das taxas de juro), e com um Estado tão atarefado para reduzir nos gastos públicos, pouco resta fazerem para contribuírem no crescimento económico. Novos projectos, como a Portucel, a Repsol, a Galp ou o IKEA, foram anunciados pelo Governo (num investimento de 12 mil milhões de euros), aumentando desde logo a confiança dos empresários e dos consumidores, mas só terão impacto nas contas do país no médio/longo prazo. Contudo, nem tudo são más notícias e assim sendo, os agentes económicos portugueses cansaram-se de esperar que cheguem as encomendas e não se acomodaram ao subsídio de desemprego passando a agirem de forma inovadora e competitiva. Assim vejamos os exemplos seguintes de empresas que decidiram mudar de atitude e sobreviver da tão falada crise.
Na área da tecnologia, a YDreams, sedeada no monte da Caparica em Almada, dedica-se ao desenvolvimento de aplicações multimédia, como jogos, para as telecomunicações móveis baseadas na localização geográfica, em instalações interactivas e em sistemas de visualização a três dimensões (3D). Tendo sido apenas fundada em 2000, tem dado lucros desde o seu ano de criação, mantendo um crescimento equilibrado, mesmo em épocas de crise económica. O seu trabalho realizado para se impor no sector, tanto nacional como internacional, é um bom exemplo para que outras empresas o façam sem recearem que o seu investimento seja anulado. No sector dos automóveis, a empresa da Volkswagen Autoeuropa, sedeada em Palmela, não deixa de surpreender. Após ter sido confirmada a produção de um desportivo de média gama (Eos) e mais tarde a de um modelo de topo de gama (Sirocco) com o intuito de substituir a Sharan, a empresa portuguesa irá abrir, em 2007, uma delegação do CEIIA (Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel), uma estrutura de 15 a 20 engenheiros preparados para cooperar em conjunto com a Autoeuropa de forma a aperfeiçoar os modelos já em produção e desenvolver estudos sobre novos produtos. Estas são boas notícias para a economia portuguesa, visto a fábrica de Palmela valer cinco por cento de todas as exportações nacionais. No campo da Biotecnologia, a empresa Biocant, com um ano de actividade já apresenta saldo positivo. Esta disponibiliza serviços inovadores de Biotecnologia com relevância para as Ciências da Vida e promove o desenvolvimento de I&D em consórcio com empresas nacionais e estrangeiras para a criação de novos produtos e serviços. O segredo para tamanho sucesso foi descoberto este Verão com a apresentação do Enochip, um produto que ajuda o enólogo, na fase de fermentação do vinho, isto é contribui para o aumento da qualidade do vinho. Trata-se desde já de um produto cobiçado no mercado externo.
São exemplos como estes que fazem renascer a nossa economia. Empresas audazes, com ideias inovadoras, não só aumentam a nossa competitividade no mercado externo como também as exportações, que por sua vez impulsionam a economia para um forte crescimento económico. É de também esperar que, os agentes económicos portugueses vejam estes casos como incentivo aos seus investimentos, para que todos possamos contribuir para um Portugal cada vez mais inovador e moderno.
João Pedro Baptista
Nos dias que correm a inovação tecnológica abrange diversas áreas, desde a robótica há electrónica, passando pelo meio ambiente e acabando na indústria mecânica. No meu ponto de vista, o trabalho realizado pelo Governo português, no que diz respeito aos incentivos ao investimento das empresas portuguesas, tem sido, de algum modo, insuficiente. Visto que o endividamento afecta não só as empresas mas também as famílias (devido ao aumento das taxas de juro), e com um Estado tão atarefado para reduzir nos gastos públicos, pouco resta fazerem para contribuírem no crescimento económico. Novos projectos, como a Portucel, a Repsol, a Galp ou o IKEA, foram anunciados pelo Governo (num investimento de 12 mil milhões de euros), aumentando desde logo a confiança dos empresários e dos consumidores, mas só terão impacto nas contas do país no médio/longo prazo. Contudo, nem tudo são más notícias e assim sendo, os agentes económicos portugueses cansaram-se de esperar que cheguem as encomendas e não se acomodaram ao subsídio de desemprego passando a agirem de forma inovadora e competitiva. Assim vejamos os exemplos seguintes de empresas que decidiram mudar de atitude e sobreviver da tão falada crise.
Na área da tecnologia, a YDreams, sedeada no monte da Caparica em Almada, dedica-se ao desenvolvimento de aplicações multimédia, como jogos, para as telecomunicações móveis baseadas na localização geográfica, em instalações interactivas e em sistemas de visualização a três dimensões (3D). Tendo sido apenas fundada em 2000, tem dado lucros desde o seu ano de criação, mantendo um crescimento equilibrado, mesmo em épocas de crise económica. O seu trabalho realizado para se impor no sector, tanto nacional como internacional, é um bom exemplo para que outras empresas o façam sem recearem que o seu investimento seja anulado. No sector dos automóveis, a empresa da Volkswagen Autoeuropa, sedeada em Palmela, não deixa de surpreender. Após ter sido confirmada a produção de um desportivo de média gama (Eos) e mais tarde a de um modelo de topo de gama (Sirocco) com o intuito de substituir a Sharan, a empresa portuguesa irá abrir, em 2007, uma delegação do CEIIA (Centro para a Excelência e Inovação na Indústria Automóvel), uma estrutura de 15 a 20 engenheiros preparados para cooperar em conjunto com a Autoeuropa de forma a aperfeiçoar os modelos já em produção e desenvolver estudos sobre novos produtos. Estas são boas notícias para a economia portuguesa, visto a fábrica de Palmela valer cinco por cento de todas as exportações nacionais. No campo da Biotecnologia, a empresa Biocant, com um ano de actividade já apresenta saldo positivo. Esta disponibiliza serviços inovadores de Biotecnologia com relevância para as Ciências da Vida e promove o desenvolvimento de I&D em consórcio com empresas nacionais e estrangeiras para a criação de novos produtos e serviços. O segredo para tamanho sucesso foi descoberto este Verão com a apresentação do Enochip, um produto que ajuda o enólogo, na fase de fermentação do vinho, isto é contribui para o aumento da qualidade do vinho. Trata-se desde já de um produto cobiçado no mercado externo.
São exemplos como estes que fazem renascer a nossa economia. Empresas audazes, com ideias inovadoras, não só aumentam a nossa competitividade no mercado externo como também as exportações, que por sua vez impulsionam a economia para um forte crescimento económico. É de também esperar que, os agentes económicos portugueses vejam estes casos como incentivo aos seus investimentos, para que todos possamos contribuir para um Portugal cada vez mais inovador e moderno.
João Pedro Baptista
(doc. da série artigos de análise/opinião)
4 comentários:
Vivemos numa era de Globalização, em que a concorrência interna e sobretudo externa é enorme. Para fazer face a esta concorrência, o mercado precisa de dar resposta eficiente, pois é importante manter os niveis de competitividade elevados sobe o risco de sair do mercado.
Em Portugal concretamente, esta questão da competitivade e sobrevivência das empresas tem sido problemática, sobretudo em sectores como por exemplo o têxtil. Na minha opinião a melhor maneira de "lidar" com a concorrência e de certa forma manter as empresas nacionais competitivas, é apostando nas novas tecnologias,no I&D e também não menos importante na educação. Num mundo cada vez mais global, cada vez mais consumidor e cada vez mais exigente é importante criar mecanismos que permitem dar resposta a estas necessidades. O papel do Estado é importante neste processo.É importante criar incentivos que motivem as pessoas e as empresas a permanecerem no nosso pais.
O investimento nas novas tecnologias é como que o motor de arranque para o progresso, para o desenvolvimento e crescimento das nossas empresas e da nossa economia.
Infelizmente a maioria dos agentes não adopta essa estratégia inovadora. É certo que os incentivos não são elevados, especialmente as taxas de juro, que não param de aumentar. Mas ainda assim a culpa é especialmente do cidadão português, que tem por norma acomodar-se ao que tem e não procurar mais e melhor. É muito raro um desempregado que esteja a receber subsídio de desemprego esforçar-se por encontrar um novo emprego.
Enquanto prevalecer esta mentalidade comodista e conformista não há muita esperança para o desenvolvimento tecnológico do país..
Patrícia Alves
Nestes últimos tempos temos vindo a assistir a um crescimento bastante notório do sector terciário, sector este que engloba os serviços e todas as actividades ligadas ao software. Sendo o sector referido, um sector em clara expansão, é aqui que os empresários nacionais devem apostar cada vez mais. Além disto, os investidores internacionais consideram que Portugal, em termos de Investigação & Desenvolvimento, está ainda pouco evoluído, o que é pouco favorável à fixação de empresas internacionais no nosso território. Neste sentido, cerca de 41% dos investidores considera que o Plano Tecnológico é um plano integrado de acções especificas para aumentar o investimento em I&D e 37% desse universo considera-o como um programa governamental de investimento para o sector das tecnologias de informação. Logo, alem das empresas nacionais terem que apostar cada vez mais em novas tecnologias e seguirem o exemplo de outras que estão a ter sucesso neste sector, estas também devem apostar fortemente na componente de Investigação & Desenvolvimento.
Patrícia Silva
Nestes últimos tempos temos vindo a assistir a um crescimento bastante notório do sector terciário, sector este que engloba os serviços e todas as actividades ligadas ao software. Sendo o sector referido, um sector em clara expansão, é aqui que os empresários nacionais devem apostar cada vez mais. Além disto, os investidores internacionais consideram que Portugal, em termos de Investigação & Desenvolvimento, está ainda pouco evoluído, o que é pouco favorável à fixação de empresas internacionais no nosso território. Neste sentido, cerca de 41% dos investidores considera que o Plano Tecnológico é um plano integrado de acções especificas para aumentar o investimento em I&D e 37% desse universo considera-o como um programa governamental de investimento para o sector das tecnologias de informação. Logo, alem das empresas nacionais terem que apostar cada vez mais em novas tecnologias e seguirem o exemplo de outras que estão a ter sucesso neste sector, estas também devem apostar fortemente na componente de Investigação & Desenvolvimento.
Patrícia Silva
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