Portugal apresenta algumas divergências económicas em relação à União Europeia, que resultam essencialmente do mercado de trabalho. Segundo o relatório anual da Comissão Europeia, “The EU Economy 2006 Review”, Portugal é o país com os salários mais rígidos, ou seja, os salários apresentam pouca sensibilidade relativamente às oscilações do ciclo económico, e assim não permitem o ajustamento em momentos de crise.
Um dos principais problemas da economia portuguesa é o facto do crescimento dos salários ser superior ao crescimento da produtividade, comparando com os restantes países da União Europeia. Desta forma, os custos de produção dos produtos portugueses tornam-se mais elevados, o que se irá reflectir nos preços das exportações, e portanto, a economia portuguesa perde competitividade relativamente aos seus parceiros económicos europeus os quais absorvem grande parte das nossas exportações. Este cenário tem como consequência o desemprego e por vezes a falência de várias empresas. Em períodos de recessão a procura doméstica diminui e a solução é escoar os nossos produtos através do mercado externo, no entanto, as empresas portuguesas não são suficientemente competitivas para alcançar poder de mercado, e assim a situação da economia portuguesa deteriora-se ainda mais. Segundo o economista francês Olivier Blanchard, “os salários nominais deveriam cair 20% em Portugal para a economia re
cuperar rapidamente”. No entanto, nenhum agente económico aceitaria serenamente a diminuição dos salários nominais, já que isto significaria uma diminuição do poder de compra. Por outro lado, o crescimento dos salários verificado em Portugal provoca o aumento da inflação, diminuindo ainda mais o nosso poder de compra e, consequentemente, a procura doméstica.
Na minha opinião, a solução para a economia portuguesa será por em prática politicas que visem o aumento da produtividade, pois só assim se poderá tornar mais competitiva. Já o crescimento dos salários deverá ser proporcional ao crescimento da produtividade, dado que só um aumento da produtividade poderá suportar salários mais elevados.
MARISA SILVA
Um dos principais problemas da economia portuguesa é o facto do crescimento dos salários ser superior ao crescimento da produtividade, comparando com os restantes países da União Europeia. Desta forma, os custos de produção dos produtos portugueses tornam-se mais elevados, o que se irá reflectir nos preços das exportações, e portanto, a economia portuguesa perde competitividade relativamente aos seus parceiros económicos europeus os quais absorvem grande parte das nossas exportações. Este cenário tem como consequência o desemprego e por vezes a falência de várias empresas. Em períodos de recessão a procura doméstica diminui e a solução é escoar os nossos produtos através do mercado externo, no entanto, as empresas portuguesas não são suficientemente competitivas para alcançar poder de mercado, e assim a situação da economia portuguesa deteriora-se ainda mais. Segundo o economista francês Olivier Blanchard, “os salários nominais deveriam cair 20% em Portugal para a economia re
cuperar rapidamente”. No entanto, nenhum agente económico aceitaria serenamente a diminuição dos salários nominais, já que isto significaria uma diminuição do poder de compra. Por outro lado, o crescimento dos salários verificado em Portugal provoca o aumento da inflação, diminuindo ainda mais o nosso poder de compra e, consequentemente, a procura doméstica.
Na minha opinião, a solução para a economia portuguesa será por em prática politicas que visem o aumento da produtividade, pois só assim se poderá tornar mais competitiva. Já o crescimento dos salários deverá ser proporcional ao crescimento da produtividade, dado que só um aumento da produtividade poderá suportar salários mais elevados.
MARISA SILVA
(doc. da série artigos de análise/opinião)
4 comentários:
Um facto curioso que vi uma vez no telejornal era que num estudo se chegou á conclusão que os portugueses eram daqueles que passavam mais horas a trabalhar.
No entanto, temos grandes problemas de produtividade.
Ora, isto dá uma terrível imagem de nós principalmente se pensar-mos que os nossos parceiros europeus trabalham menos horas e têm uma produtividade maior que nós.
Penso que a produtividade marginal deve-se a falta de técnicos especializados, e uma das principais causas é a falta de técnicos especializados, porque temos uma taxa de abandono e insucesso escolar das mais elevadas da europa.
Se este flagelo, fôr combatido, a produtivade marginal irá melhorar, e teremos pessoas com melhores "skills" para desempenhar as funções.
A relação entre produtividade e crescimento dos salários, na realidade económica portuguesa é muito interessante.
Se por um lado os portugueses são muito pouco produtivos, a verdade, é que quando vão trabalhar para o estrangeiro, são considerados muito produtivos e é do interesse das empresas estrangeiras contratar mão de obra portuguesa.
Então será que a falta de produtividade nacional não estará relacionada com os baixos salários praticados em Portugal, e que não servem de incentivo para se produzir mais!??
Se assim é teríamos de elevar os salários e só depois a produtividade cresceria, o problema é que para elevar os salários tem de se criar mais riqueza primeiro, ficamos assim num ciclo que parece não tem fim á vista.
Este artigo vem de encontro á minha opinião, ou seja, o aumento dos salário mínim em 3,6% é descabido para o momento conjuntural que atravessamos.
Sem ganhos de produtividade, com empresas a laborar na margem mínima, maior numero de empresas a fechar e a deslocalizar a produção para outros países com mão-de-obra barata e menos queixosa, perdemos assim na competitividade internacional. Seria de esperar um congelamento dos salários. 11,20€ pode não ser muito para um trabalhador mas para a entidade patronal com centenas de salários para pagar ao fim do mês, representa um enorme custo adicional. Enquanto não apostarmos na inovação e aumentarmos os níveis de produtividade e competitividade, não devemos pensar em aumentos salariais.
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