No caso Português, se calhar estamos a aproveitar pouco as capacidades de que dispomos nesta área, mas sempre se nota um aumento do usufruto das suas potencialidades, prevê-se que as receitas do turismo deverão crescer entre cinco e oito por cento em 2007 face a 2006, com base nos destinos já consolidados e em áreas emergentes como o Porto e região Norte, segundo o Instituto de Turismo de Portugal (ITP), sendo de realçar que este ano as receitas turísticas deverão ultrapassar sete mil milhões de euros, mais 8,2 por cento do que em 2005, enquanto as despesas rondarão os 3 mil milhões, saldo bastante positivo.
Segundo o especialista belga Norbert Vanhove, o Algarve não é suficientemente diferenciado, embora o possa vir a ser, acrescenta que esta região não pode ser uma cópia do Sul de Espanha. Uma das grandes lacunas que este especialista belga enuncia, no caso Português, para poder haver competitividade é a carência no domínio de outras línguas. Norbert Vanhove enuncia dez factores de competitividade (Jornal de Negócios – 22/11/2006) dos quais apenas concordo com quatro, são eles a inovação, o planeamento estratégico, qualidade e acessibilidades e atracções, aos quais acrescentava a diferenciação.
Qualquer que seja a área geográfica envolvida (local, regional ou nacional), os destinos turísticos devem desempenhar um papel activo na melhoria da sua posição de mercado e aumentar os retornos directos como a criação de emprego e indirectos, melhorar a imagem ou qualidade de vida do turismo.
Quase dez anos após a inauguração das primeiras rotas, as companhias aéreas de baixo custo estão a ter um grande impacto no sector do turismo. Em particular, complementam a oferta de transporte das companhias aéreas tradicionais em aeroportos regionais e secundários. Permitem muitas vezes uma extensão da época turística (viagens fora de época), criando novos mercados, em especial a meio da semana.
Segundo Luís Patrão, muito importante "para melhorar as condições de competitividade dos destinos turísticos", o negócio destas companhias aéreas tem sido, na sua opinião, "muito bem desenvolvido". "No Algarve, mais de 50 por cento dos passageiros já chegam em companhias 'low cost', enquanto no Porto e em Lisboa este número mais do que está a duplicar anualmente", salientou.
No conjunto, o turismo e a cultura podem funcionar como catalizadores de desenvolvimento económico, melhorar a atractividade de uma região e a sua competitividade. A cultura, e mais genericamente a economia da criatividade, festivais, eventos, entre outros, imprimem autenticidade e dinamismo a uma região. O turismo, se bem gerido, proporciona efeitos inevitáveis positivos no desenvolvimento cultural.
Daí que aumentar a competitividade dos destinos turísticos é um desafio permanente que envolve todos os agentes públicos e privados do sector do turismo. Os serviços turísticos são, em grande medida, dominados por pequenas e médias empresas (aquelas que organizam o transporte, a estadia, o alojamento) que desempenham um papel crucial no desenvolvimento e competitividade dos destinos turísticos.
Desenvolver estratégias que fomentem o potencial de crescimento e a qualidade do destino turístico e melhorem a sua competitividade a nível internacional é um desafio real, embora seja incerto o retorno dos investimentos.
O reposicionamento do destino turístico a nível internacional depende de uma alquimia complexa que envolve, o desenvolvimento de marcas comerciais a nível internacional, uma maior concentração nas actividades de base e segmentos mais rentáveis, diferenciando o destino turístico dos seus concorrentes em termos de clientes ou produtos e procurando maior flexibilidade.
Para ser competitivo, o turismo requer uma mistura complexa de factores, requer um sector empresarial dinâmico e moderno, em conjunto com o envolvimento efectivo do sector público. Este, tem como principal área de intervenção no turismo proporcionar uma concorrência justa e transmitir transparência máxima a operadores e consumidores, bem como ajudar os destinos a avaliar os seus desempenhos com vista a uma gestão eficaz.
É desejável reforçar a coesão e as ligações entre todas as políticas que influenciem o desenvolvimento do turismo. Do mesmo modo, uma cooperação estreita entre o sector público e privado, talvez, através de parcerias público/privado dinâmicas é a base da adopção de boas estratégias para melhorar a atractividade e a competitividade dos destinos turísticos, pois desempenham um papel fundamental.
Clara Rosa
(doc. da série artigos de análise/opinião)
Segundo o especialista belga Norbert Vanhove, o Algarve não é suficientemente diferenciado, embora o possa vir a ser, acrescenta que esta região não pode ser uma cópia do Sul de Espanha. Uma das grandes lacunas que este especialista belga enuncia, no caso Português, para poder haver competitividade é a carência no domínio de outras línguas. Norbert Vanhove enuncia dez factores de competitividade (Jornal de Negócios – 22/11/2006) dos quais apenas concordo com quatro, são eles a inovação, o planeamento estratégico, qualidade e acessibilidades e atracções, aos quais acrescentava a diferenciação.
Qualquer que seja a área geográfica envolvida (local, regional ou nacional), os destinos turísticos devem desempenhar um papel activo na melhoria da sua posição de mercado e aumentar os retornos directos como a criação de emprego e indirectos, melhorar a imagem ou qualidade de vida do turismo.
Quase dez anos após a inauguração das primeiras rotas, as companhias aéreas de baixo custo estão a ter um grande impacto no sector do turismo. Em particular, complementam a oferta de transporte das companhias aéreas tradicionais em aeroportos regionais e secundários. Permitem muitas vezes uma extensão da época turística (viagens fora de época), criando novos mercados, em especial a meio da semana.
Segundo Luís Patrão, muito importante "para melhorar as condições de competitividade dos destinos turísticos", o negócio destas companhias aéreas tem sido, na sua opinião, "muito bem desenvolvido". "No Algarve, mais de 50 por cento dos passageiros já chegam em companhias 'low cost', enquanto no Porto e em Lisboa este número mais do que está a duplicar anualmente", salientou.
No conjunto, o turismo e a cultura podem funcionar como catalizadores de desenvolvimento económico, melhorar a atractividade de uma região e a sua competitividade. A cultura, e mais genericamente a economia da criatividade, festivais, eventos, entre outros, imprimem autenticidade e dinamismo a uma região. O turismo, se bem gerido, proporciona efeitos inevitáveis positivos no desenvolvimento cultural.
Daí que aumentar a competitividade dos destinos turísticos é um desafio permanente que envolve todos os agentes públicos e privados do sector do turismo. Os serviços turísticos são, em grande medida, dominados por pequenas e médias empresas (aquelas que organizam o transporte, a estadia, o alojamento) que desempenham um papel crucial no desenvolvimento e competitividade dos destinos turísticos.
Desenvolver estratégias que fomentem o potencial de crescimento e a qualidade do destino turístico e melhorem a sua competitividade a nível internacional é um desafio real, embora seja incerto o retorno dos investimentos.
O reposicionamento do destino turístico a nível internacional depende de uma alquimia complexa que envolve, o desenvolvimento de marcas comerciais a nível internacional, uma maior concentração nas actividades de base e segmentos mais rentáveis, diferenciando o destino turístico dos seus concorrentes em termos de clientes ou produtos e procurando maior flexibilidade.
Para ser competitivo, o turismo requer uma mistura complexa de factores, requer um sector empresarial dinâmico e moderno, em conjunto com o envolvimento efectivo do sector público. Este, tem como principal área de intervenção no turismo proporcionar uma concorrência justa e transmitir transparência máxima a operadores e consumidores, bem como ajudar os destinos a avaliar os seus desempenhos com vista a uma gestão eficaz.
É desejável reforçar a coesão e as ligações entre todas as políticas que influenciem o desenvolvimento do turismo. Do mesmo modo, uma cooperação estreita entre o sector público e privado, talvez, através de parcerias público/privado dinâmicas é a base da adopção de boas estratégias para melhorar a atractividade e a competitividade dos destinos turísticos, pois desempenham um papel fundamental.
Clara Rosa
(doc. da série artigos de análise/opinião)
6 comentários:
O turismo em Portugal na minha opinião é e continuará a ser um sector subaproveitado.
Um país rico em recursos naturais, com uma extensa faixa costeira, com um património histórico, cultural ,gastronómico…proeminente, beneficiando de um “melting pot” climatérico, tem todas as potencialidades para se tornar um pólo de atracção turística, o que se verifica na realidade é uma concentração do “universo” turístico a Sul mais precisamente no Algarve e na Madeira principalmente na época balnear, ou seja, turismo de praia. Esta situação verifica-se quer por culpa dos operadores turísticos, quer por culpa das entidades governativas, que descuram a promoção do país para além fronteiras. É importante criar uma imagem diferente do país como destino turístico, em que este não seja exclusivamente visto como destino de praia ou que esteja directamente associado ao Algarve ou á Madeira. Temos de promover o turismo cultural, apostar no turismo rural, explorar as potencialidades que todas as regiões têm para oferecer.
O turismo é só mais um sector em que continuamos subaproveitados…apesar do crescimento emergente que só acentuara as disparidades regionais verificadas neste sector, pela concentração das actividades e oportunidades turísticas a sul
Na minha opinião, efectivamente as companhias low-cost geraram uma mais-valia para o sector do turismo em Portugal, a única coisa que lamento é o facto de Portugal não ter feito um 'forcing' maior para trazer para o Porto o centro de operaçoes da Ryanair, o qual iria permitir a criaçao de mil postos de trabalho indirectos, mais 100 directos e um investimento de cerca de 166 milhões de euros, tendo sido este perdido para Espanha, mais concretamente para Madrid. Na certeza de que este investimento iria atrair novos investimentos, como é o caso de Madrid onde além da Ryanair opera já a Easyjet.
Lê-se no site do ICEP que o “sector do turismo é um dos mais importantes da economia portuguesa, representando entre 7% e 8% do PIB e absorvendo perto de 10% do emprego. O aumento do número de turistas e a importância estratégica deste sector, traduzida nas receitas que proporciona, na mão-de-obra que ocupa e nos efeitos multiplicadores que induz em várias áreas, tem levado os agentes económicos, perante a concorrência internacional, a adoptar um conjunto de medidas dinamizadoras, especialmente no âmbito da oferta.” Ou seja, o turismo surge assim como um factor que poderá promover o desenvolvimento das regiões, nomeadamente, as regiões menos favorecidas. Ou seja, se apostarmos no desenvolvimento deste sector, para além dos rendimentos que seriam gerados para o país em geral, haveriam diversas regiões mais pequenas que poderiam melhorar a sua situação económica apostando num turismo local associado às suas características regionais. Claro que isto implica que haja uma “descentralização” dos destinos de turismo, de modo a aproveitar os recursos e competências das diferentes regiões.
Portugal possui uma vasta gama de atractivos turísticos, como por exemplo praia, neve, turismo rural, grande riqueza cultural e até mesmo “turismo religioso”. No entanto, todos estes factores não parecem ter sido suficientes para chamar a atenção dos investidores nacionais para os destinos “alternativos”. A ideia de que o principal destino turístico em Portugal é o Algarve deve ser ultrapassada, havendo inúmeros destinos que, com o necessário desenvolvimento, poderão proporcionar uma posição de destaque no sector do turismo. Até porque o turismo associado às praias já está “banalizado”, sendo necessário apostar em soluções inovadoras que acompanhem a evolução dos “desejos” dos turistas.
São vários os pontos que “jogam a favor” de Portugal nesta área: a grande variedade de atractivos que Portugal possui fazem com que os rendimentos que se podem obter com este sector não estejam sujeitos a elevadas variações sazonais. Associando a qualidade à diversidade natural que o país oferece poderemos atrair os turistas que proporcionarão, efectivamente, uma maior riqueza para o país. Com um clima de crescente instabilidade e insegurança a nível mundial, Portugal apresenta-se como uma alternativa “segura” a outros destinos mais exóticos. Por tudo isto o turismo manifesta-se como uma área a apostar fortemente, até porque os ganhos são vários, quer ao nível da geração de emprego, quer ao nível do desenvolvimento das regiões.
Se há alguma coisa em que Portugal é mesmo bom é a receber as pessoas que o vêm descobrir. As pessoas que cá vêm ficam impressionadas com a quantidade de património cultural e histórico de que dispomos... e ainda temos uma clima atractivo.
O turismo já tem um mportante peso no produto, e dentro de alguns anos talvez venha mesmo a ter um peso preponderante...
Mas para isso não é preciso o património (já o temos e aqui temos pouca concorrência) mas sim vontade e investimentos adequados.
Esta é uma área que me suscita particular interesse, e sobre este assunto é de salientar a nossa espectacular posição geográfica, património cultural, paisagens e simpatia para receber os visitantes. O Turismo em Portugal tem tido um bom desempenho nos últimos anos, contudo é um sector bastante frágil e receptível às modas. Deste modo, além dos habituais destinos como o Algarve e Lisboa é preciso apresentar um pacote mais diversificado. Para isso é preciso consolidar no exterior a marca Portugal, através dos nossos produtos de referência e apostar na promoção de circuitos alternativos como, a região Douro, o turismo sénior, a realização de eventos de grande envergadura, a rota dos vinhos, os campos de golfe, as praias, o Surf, as excelentes Pousadas de Portugal do Grupo Pestana, cultura, etc. Como fazê-lo? Com spots publicitários que criam impacto através de grandes figuras como é o caso de José Mourinho. Portugal deverá, além disso, estar atento aos preços de alojamento mais baixos que se praticam na vizinha Espanha. Uma questão que gostava de referir, e que me provoca alguma consternação são os ataques ambientais que disso advêm, bem como a desigualdade urbana que existe, por exemplo, entre Quarteira e Vale do Lobo, o que pensará um turista, que visite as duas localidades?
Concluo que Portugal, pode tornar-se uma Califórnia da Europa, O Potencial existe, é preciso é aproveitá-lo, e existe cada vez maior diversidade no tipo e gama de turismo pretendido, basta é promover, e seguir uma política adequada de ordenamento do território.
Portugal tem características únicas, para a prática do turismo, desde o clima, património histórico, grande faixa costeira com boas praias, boa gastronomia, segurança, etc…, mas tal como é referido em vários comentários, não estamos a explorar da melhor forma estas características, pois a imagem que passamos para o estrangeiro, é que apenas existe turismo de qualidade no Algarve.
Julgo que neste momento estamos a tentar alterar esta situação, pois cada vez mais passam anúncios na televisão que usam personalidades portuguesas de renome internacional, que chamam a atenção para o turismo do interior, que pode ser rentabilizado durante todo o ano, e não só na época balnear.
Na minha opinião este é um dos vários meios que podem ser utilizados para acabar com o subaproveitamento do turismo em termos nacionais.
Enviar um comentário