Há 13 crimes económicos por dia em Portugal: indícios de fraudes, emissões de facturas falsas, corrupção, branqueamento de capitais, crimes fiscais, e infracções de tecnologias informáticas. O que me despertou nesta notícia foi saber que os fundos movimentados pela economia paralela poderão envolver cerca de 9% do PIB, deste modo, o combate à corrupção tem de passar a ocupar parte substancial do discurso político.
Esta situação, na minha modesta opinião, deve-se, entre outros factores, a duas vertentes: lacunas no nosso sistema judicial e questões culturais.
A crescente dificuldade de contra-resposta judiciária permite a este tipo de criminalidade, vantagens superiores aos riscos, pois o atraso que resulta da desorganização crónica da justiça tem conduzido na maioria das vezes à impunidade. Isto sem falar do “labirinto” legislativo típico no nosso país: os jurisconsultos e advogados que ajudam os governos e o Parlamento a fazer a lei são posteriormente aqueles que ajudam os promotores privados a encontrar as lacunas da lei que eles próprios ajudaram a fazer. É urgente acabar com o descrédito na justiça e com a banalização dos fenómenos nocivos para o país para fazer face à corrupção.
Também é curioso associar a corrupção à própria cultura do país, os países mediterrâneos têm uma economia paralela em % do PIB muito superior à dos países nórdicos.
No entanto, esta atitude corrupta, como já referi, não é apenas típica do nosso país. De acordo com a revista “Prémio” de 10 de Novembro de 2006, Portugal é 26º país menos corrupto. A lista da Transparency International colocou Portugal como o 26º país menos corrupto do mundo. O indicador de percepção de corrupção português melhorou em relação a 2005, mas Portugal continua a aparecer abaixo da Espanha e da Alemanha. No topo da lista estão a Finlândia, a Islândia, e a Nova Zelândia e no fundo estão países como Haiti, Guiné e Iraque.
Sara Veloso
(doc.da série artigos de análise/opinião)
Esta situação, na minha modesta opinião, deve-se, entre outros factores, a duas vertentes: lacunas no nosso sistema judicial e questões culturais.
A crescente dificuldade de contra-resposta judiciária permite a este tipo de criminalidade, vantagens superiores aos riscos, pois o atraso que resulta da desorganização crónica da justiça tem conduzido na maioria das vezes à impunidade. Isto sem falar do “labirinto” legislativo típico no nosso país: os jurisconsultos e advogados que ajudam os governos e o Parlamento a fazer a lei são posteriormente aqueles que ajudam os promotores privados a encontrar as lacunas da lei que eles próprios ajudaram a fazer. É urgente acabar com o descrédito na justiça e com a banalização dos fenómenos nocivos para o país para fazer face à corrupção.
Também é curioso associar a corrupção à própria cultura do país, os países mediterrâneos têm uma economia paralela em % do PIB muito superior à dos países nórdicos.
No entanto, esta atitude corrupta, como já referi, não é apenas típica do nosso país. De acordo com a revista “Prémio” de 10 de Novembro de 2006, Portugal é 26º país menos corrupto. A lista da Transparency International colocou Portugal como o 26º país menos corrupto do mundo. O indicador de percepção de corrupção português melhorou em relação a 2005, mas Portugal continua a aparecer abaixo da Espanha e da Alemanha. No topo da lista estão a Finlândia, a Islândia, e a Nova Zelândia e no fundo estão países como Haiti, Guiné e Iraque.
Sara Veloso
(doc.da série artigos de análise/opinião)
4 comentários:
Achei pertinente colocar aqui algumas citações de um artigo do Jornal de Negócios (edição de 25 de Outubro) sobre corrupção, que tem como título “Portugueses desconfiam mais das autarquias e do desporto”, passo a citar : “ A esmagadora maioria dos portugueses considera o nível de corrupção em Portugal preocupante. Ainda de acordo com uma sondagem da Aximage para o JN/CM, a maior parte dos inquiridos acredita que é nas autarquias e no desporto que mais se banalizaram as práticas ilícitas. Numa altura em que o Chefe do Estado e o novo procurador geral da República voltaram a recordar a eterna prioridade do combate á corrupção, os cidadãos fazem questão de enviar um alerta ao poder político e judicial: 90.5 %, dos 550 entrevistados, considera ”preocupante “ o nível de corrupção em Portugal , enquanto apenas 4,2% assume não relevar o problema, e 5,3% diz não ter opinião. E são precisamente os jovens aqueles que mais desvalorizam o problema, apesar da esmagadora maioria o considerar motivo de preocupação. Cinco em cada 100 jovens, entre os 18 e os 29 anos, sublinha que o assunto não é preocupante, enquanto 89% sustenta que o nível de corrupção deve ser motivo de reflexão…”; este artigo demonstra-nos que existe uma elevada preocupação por partes dos portugueses no que diz respeito á corrupção o que contrapõe de certa forma e citando um excerto do artigo da Sara “… é curioso associar a corrupção à própria cultura do país, os países mediterrâneos têm uma economia paralela em % do PIB muito superior à dos países nórdicos…”, isto é, o facto de existir uma economia paralela no nosso país ou em outros países do mediterrâneo, na minha opinião, não se prenderá tanto com a nossa “cultura corrupta” mas sim pela falta de uma “cultura combativa e fiscalizadora da corrupção”, o que verifica nos outros países.
Acho surpreendente a posição de Portugal relativamente aos seus níveis de corrupção comparativamente com o resto do mundo. Somos o 26º país menos corrupto do mundo! De certeza?! É de conhecimento de todos nós que a maioria dos portugueses faz de tudo para fugir ao fisco e muitos simplesmente nem sequer se preocupam em cumprir com as suas obrigações! Não quero dizer que Portugal é um país de corruptos mas todos nós temos o instinto embora por vezes inconsciente pois preferimos pagar um serviço “por fora” por ser mais barato porque não tem IVA, do que pagar mais 21% e saber que quem prestou o serviço vai ter de prestar contas ao Estado! O Governo ultimamente tem apostado fortemente no combate à corrupção e acho que faz muito bem porque quer os ricos, quer os pobres têm de cumprir com as suas obrigações consoante os seus reais rendimentos e não apenas consoante os seus rendimentos declarados!
Terá a corrupção em Portugal alguma coisa a ver com a Maçonaria e o Opus Dei ???
A corrupção tem sido um tema que se tem debatido mas com algumas restrições. Ora quando o nosso pais figura no 15º lugar numa lista de 30 há que parar e pensar o que pode ser feito a este respeito. Penso que devem ser fixados programas de combate à corrupção os quais devem ser divulgados para que quer os colaboradores da empresa quer os clientes e fornecedores tomem conhecimento das medidas a por em prática nestes casos. No entanto, quando estas práticas são feitas pelos mais altos membros de uma nação, aqueles que têm algo a dizer no que concerne a este assunto algo está mal, já que estes devem ser os primeiros a dar o exemplo positivo e não os primeiros a quebrar as regras. No mesmo estudo é-nos mostrado que estas práticas são sobretudo quando as empresas vão para o exterior o que também é de questionar pois estas levam a imagem do pais além fronteiras. Espero que algo sejas feito para combater práticas corruptas.
Fátima Couto nº40319
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