Uma das conclusões que se pode retirar do relatório anual sobre a economia europeia é de que Portugal foi um dos países da zona euro que perderam mais velocidade em termos de crescimento económico desde a adopção da moeda única.
Relativamente á evolução das taxas de crescimento, comparando as médias observadas no período anterior à introdução do euro (1992-98) e as registadas nos anos seguintes (1995-2005), chega-se à conclusão que a economia portuguesa desacelerou de uma taxa de crescimento em torno dos 2,4% para apenas 1,6%. Por detrás deste fenómeno está uma fortíssima quebra no investimento que depois de ter crescido 5,7% na década de 90, retraiu-se 0,7% nos anos subsequentes à introdução do euro. No entanto, é também de realçar o facto da taxa de desemprego ter recuado de 6,2% para 5,4%. Os salários reais passaram a crescer de uma forma consideravelmente mais comedida após a entrada no euro (7,5% que compara com 4,3%). Já no que respeita à inflação a adesão ao euro teve um impacto claramente positivo em Portugal: se em 1992 e 1999 o crescimento médio dos preços andou acima dos 4% entre 1999 e 2005 este baixou para valores inferiores a 3%.
O comissário joaquín Almunia (responsável pelos assuntos económicos) acredita que “com As reformas que estão a ser aplicadas pelo actual governo e com o processo de ajustamento orçamental que está a ser seguido, Portugal pode ultrapassar os problemas que herdou do passado”.
De acordo com dados divulgados pelo INE (24/11/06) a “economia dá sinais de melhoria no 3º trimestre”.
Será que podemos mesmo acreditar numa possível retoma da economia portuguesa?
Relativamente á evolução das taxas de crescimento, comparando as médias observadas no período anterior à introdução do euro (1992-98) e as registadas nos anos seguintes (1995-2005), chega-se à conclusão que a economia portuguesa desacelerou de uma taxa de crescimento em torno dos 2,4% para apenas 1,6%. Por detrás deste fenómeno está uma fortíssima quebra no investimento que depois de ter crescido 5,7% na década de 90, retraiu-se 0,7% nos anos subsequentes à introdução do euro. No entanto, é também de realçar o facto da taxa de desemprego ter recuado de 6,2% para 5,4%. Os salários reais passaram a crescer de uma forma consideravelmente mais comedida após a entrada no euro (7,5% que compara com 4,3%). Já no que respeita à inflação a adesão ao euro teve um impacto claramente positivo em Portugal: se em 1992 e 1999 o crescimento médio dos preços andou acima dos 4% entre 1999 e 2005 este baixou para valores inferiores a 3%.
O comissário joaquín Almunia (responsável pelos assuntos económicos) acredita que “com As reformas que estão a ser aplicadas pelo actual governo e com o processo de ajustamento orçamental que está a ser seguido, Portugal pode ultrapassar os problemas que herdou do passado”.
De acordo com dados divulgados pelo INE (24/11/06) a “economia dá sinais de melhoria no 3º trimestre”.
Será que podemos mesmo acreditar numa possível retoma da economia portuguesa?
Fátima Filipa Teixeira Couto
(doc. da série artigos de análise/opinião)
6 comentários:
Acreditar podemos sempre mas se se irá ou nao realizar teremos de esperar para ver. Esperemos que as reformas do governo contribuam para o crescimento da economia e para minimizar os problemas estruturais herdados do passado. Visto que o indice de confiança é importante para a retoma da economia e sendo os dados do INE e a opinião do Comissário Joaquín Alumia credíveis podemos confiar numa possivel retoma da economia a medio prazo.
Lara Pinto nº40334
De facto o relatório anual sobre a economia europeia conclui que Portugal foi um dos países da Zona Euro que perdeu mais velocidade, em termos de crescimento económico, desde que foi adoptada a moeda única, em 1999.
No entanto, o relatório também conclui que até as maiores economias não se adaptaram inteiramente a viver em União Económica e Monetária, ou seja, a tendência de abrandamento foi também seguida por outros países da UEM, destacando-se só a Grécia e a Espanha que deram “saltos” consideráveis em matéria de crescimento económico na fase posterior à introdução da moeda única.
Quanto à questão levantada (se podemos acreditar numa possível retoma da economia), penso que, pelo menos, apresentamos sinais de melhoria.
É certo que a economia portuguesa ainda apresenta dificuldades e, como muitas vezes já foi referido neste blog, ainda não curou as suas deficiências mais profundas, o que limita o seu processo de convergência real, no entanto, de acordo com dados divulgados pelo INE a economia dá sinais de melhorias: o indicador de clima é o mais elevado dos últimos dois anos; o indicador de actividade melhorou; o indicador de confiança dos consumidores verificou um aumento de 1,3 pontos em Outubro; as exportações aumentaram; e o mercado de trabalho apresentou também melhorias com a diminuição da taxa de desemprego.
Tudo isto leva-nos a concluir que estamos a passar por uma mudança de clima, isto é, a economia está a crescer e as previsões têm sido sucessivamente revistas em alta, resta-nos é saber se isto será para longo prazo.
Maria João
A adopção da moeda única em Portugal ainda é alvo de algumas controvérsias como foi debatido na aula de 23/11. A sua adopção implicou necessariamente um conjunto de restrições para o país ao nível das políticas mas, por outro lado, implicou também uma maior disciplina. O que nos podemos questionar é se estamos, de facto, a ter consciência das restrições que daí advieram e a agir em conformidade. Uma coisa é certa, as políticas que antes eram seguidas não eram sustentáveis e, embora os resultados a curto-prazo pudessem ser favoráveis a economia no longo-prazo poderia vir a ter problemas de sustentabilidade. Independentemente disto, a redução na velocidade de crescimento da economia portuguesa não deixa de ser problemática urgindo a necessidade de inverter esta trajectória.
Na minha opinião este relatório apenas confirma o que é do conhecimento comum, ou seja, o fraco desempenho da economia portuguesa, quando comparada com os outros países da zona euro.
É claro que a introdução da moeda única, levaria á necessidade de haver ajustamentos, que foram mais fáceis para alguns países, mas claramente mais difíceis para Portugal. De qualquer forma, entendo que o pior já passou, e os benefícios de pertencer a uma União Económica e Monetária serão notórios para a nossa economia, e teremos de saber tirar partido deles no futuro.
É verdade que depois da entrada do Euro ouvimos muitas pessoas a lamentarem-se que “o dinheiro não rende nada”. No fundo estas pessoas têm razão… Antes do euro por exemplo, por um café pagávamos setenta escudos (0,35€) e agora pagámos, em média, cinquenta cêntimos o que significa que teve um aumento próximo dos 50%. Dei o exemplo do café como poderia dar de muitos outros… Portugal é dos países que até ao momento menos beneficiou com a adesão à moeda única mas acredito que a médio prazo recolherá os benefícios dessa adesão. Eu penso que Portugal vai recuperar da crise económica que se estabeleceu no país e em grande parte esse mérito é do Governo porque está a tomar muitas medidas que embora sejam tardias serão muito benéficas para o nosso país. Não sou socialista e obviamente que não concordo com todas as medidas tomadas pelo Governo, mas pelo menos finalmente vejo algumas medidas concretas a serem postas em prática para o bem de todos e não só para alguns…
Segundo a Comissão Europeia vários foram os países da zona euro que ainda não se acostumaram à moeda única, um facto visível na continuação de fortes assimetrias na evolução das taxas de crescimento e inflação. Portugal foi um desses países, pois desde a introdução do euro a taxa de crescimento da economia portuguesa diminui de 2,4% para 1,8%. Por outro lado, tanto a economia da Grécia como a da Espanha evoluíram bastante. No caso de Espanha, esta registou um crescimento médio de cerca de 3,8%. De um modo geral, nos cinco anos que seguiram após a introdução da moeda única a economia europeia teve uma desaceleração. Na área euro, a taxa média de crescimento anual do PIB caiu para metade, tal como a taxa de crescimento anual da produtividade aparente do trabalho, enquanto a da produtividade total regrediu para um quinto. Em Portugal os resultados ainda são mais negativos. A evolução média do PIB caiu dos 4,1% para uns míseros 0,6%. A taxa de câmbio efectiva real, que mede a competitividade relativa da economia, apreciou-se à media anual de 2,5%, ao mesmo tempo que não houve compensação por parte da produtividade, já que, em média anual, a do trabalho não ultrapassou 0,3% e a total foi negativa, o que compara com os 2,2 e 1,3%, respectivamente, nos cinco anos antes do euro.
Patrícia Silva
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