Aproxima-se o fim de mais um ano. Inevitavelmente surge a necessidade de reflectir um pouco sobre este ano que finda. Essa reflexão poderá guiar-nos aos mais variados assuntos, mas eu vou-me centrar apenas num deles.
Na minha opinião este ano foi marcadamente um ano de reformas e de protestos. Como todos sabemos a economia portuguesa necessitava urgentemente de uma série de reformas. Ora vejamos, basta uma rápida análise comparativa face a outros países da União Europeia (como as que tivemos vindo a fazer ao longo deste semestre) para ver que algo tem de mudar rapidamente se não queremos ficar na “cauda” da Europa. Nesse sentido as medidas de desburocratização eram incontornáveis. Já medidas que visavam, por exemplo, a Administração Pública, a Educação, a Segurança Social e a Saúde foram alvo de cerradas críticas e protestos.
Mas neste momento uma questão que se levanta é se essas reformas tiveram (ou virão a ter) resultados positivos, se os “custos” que os portugueses estão a ter (resultantes dessas reformas) irão ter “retorno”. A resposta a esta questão não é fácil nem linear. Como refere Francisco Nabo, “Toda a gente reconhece que as reformas devem ser feitas – mas desde que não afectem os respectivos interesses”.
Parece assim consensual que as reformas tinham de ser feitas – de melhor ou pior forma, até porque não existe uma “fórmula mágica” que resolva os problemas da nossa economia sem quaisquer custos. Mas não basta fazer reformas, é necessário resolver os problemas de fundo que afectam a dinâmica da nossa economia. Como vimos, apesar das reestruturações operadas na Administração Pública ela continua bastante ineficiente, apesar das alterações na Segurança Social, os problemas com as reformas não estão resolvidos. E como estes, temos muitos outros exemplos. A resolução dos problemas que a nossa economia atravessa não se consegue apenas com reformas definidas pelo governo que rapidamente são esquecidas quando se aproxima a época eleitoral. Implica uma coordenação de políticas e um maior comprometimento por parte dos diversos agentes. Só assim um dos desejos dos portugueses para 2007 – a efectiva retoma económica – se poderá realizar em plenitude.
Vânia Silva
(doc. da série artigos de análise/opinião)
Na minha opinião este ano foi marcadamente um ano de reformas e de protestos. Como todos sabemos a economia portuguesa necessitava urgentemente de uma série de reformas. Ora vejamos, basta uma rápida análise comparativa face a outros países da União Europeia (como as que tivemos vindo a fazer ao longo deste semestre) para ver que algo tem de mudar rapidamente se não queremos ficar na “cauda” da Europa. Nesse sentido as medidas de desburocratização eram incontornáveis. Já medidas que visavam, por exemplo, a Administração Pública, a Educação, a Segurança Social e a Saúde foram alvo de cerradas críticas e protestos.
Mas neste momento uma questão que se levanta é se essas reformas tiveram (ou virão a ter) resultados positivos, se os “custos” que os portugueses estão a ter (resultantes dessas reformas) irão ter “retorno”. A resposta a esta questão não é fácil nem linear. Como refere Francisco Nabo, “Toda a gente reconhece que as reformas devem ser feitas – mas desde que não afectem os respectivos interesses”.
Parece assim consensual que as reformas tinham de ser feitas – de melhor ou pior forma, até porque não existe uma “fórmula mágica” que resolva os problemas da nossa economia sem quaisquer custos. Mas não basta fazer reformas, é necessário resolver os problemas de fundo que afectam a dinâmica da nossa economia. Como vimos, apesar das reestruturações operadas na Administração Pública ela continua bastante ineficiente, apesar das alterações na Segurança Social, os problemas com as reformas não estão resolvidos. E como estes, temos muitos outros exemplos. A resolução dos problemas que a nossa economia atravessa não se consegue apenas com reformas definidas pelo governo que rapidamente são esquecidas quando se aproxima a época eleitoral. Implica uma coordenação de políticas e um maior comprometimento por parte dos diversos agentes. Só assim um dos desejos dos portugueses para 2007 – a efectiva retoma económica – se poderá realizar em plenitude.
Vânia Silva
(doc. da série artigos de análise/opinião)
4 comentários:
Não podia estar mais de acordo com a minha colega, uma vez que como ela mesma referiu este ano foi marcado por diversas reformas e protestos que apesar de “dolorosas” para os portugueses eram inevitáveis para que a nossa economia evolua e cresça de forma saudável e sustentada. A meu ver estas reformas ainda não acabaram, uma vez que ainda faltam adoptar algumas medidas essenciais para eliminar ou pelo menos reduzir as falhas da nossa economia.
Céline Palhares nº40327
Concordo de todo com a opinião da minha colega. Se é verdade que as reformas que têm vindo a ser operadas geram protestos, já que embora todos os portugueses desejem a melhoria do seu bem-estar e nível de vida em geral poucos serão os que reconhecem que para isso é preciso fazer alguns "sacrifícios" em prole da melhoria das condições de vida colectivas. Como todos sabemos Portugal ocupava o lugar cimeira na UE ao nível de alguns indicadores menos bons e a cauda da nos aspectos positivos. Não podemos esperar que o atraso de alguns anos finde no curto prazo, terá que ser um processo evolutivo feito de pequenas vitórias e avanços. De facto, o papel activo dos agentes económicos em geral e não só por parte do governo é trivial.
Fátima Couto nº40319
o resumo do ano 2006 foi marcado por uma série de reformas que se tornaram benéficas para uns mas desastrosas para outros...avisinha-se um novo ano não muito diferente de 2006 dado que o caminho a percorrer será ainda muito longo e muito árduo.
muitos defendem que a geração que actualmente faz 18 anos será aquela que mais sofrerá. outros mostram uma visão mais optimista defendendo que a Economia está a florescer contudo de forma muito lenta.
Deste modo o futuro é incerto e penso que a pergunta que se torna necessário fazer será: "ANO NOVO, VIDA NOVA"?
Os portugueses são avessos à mudança, daí a dificuldade de implementação de reformas.
Criticam, criticam, mas toda a gente sabe que se o país quiser evoluir as coisas terão de mudar. O problema é que só criticam mesmo, ninguém dá alternativas aceitáveis para as medidas implementadas pelo Governo. Claro que ninguém quer ficar a perder, mas por vezes é necessário sacrificar-se uma parte para se beneficiar o todo.
Temos de ser mais unidos neste espírito de sacrifício e inter-ajuda. Desde que estas reformas não impliquem que os ricos fiquem cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres...
Patrícia Alves
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