Portugal foi o país da Zona Euro que perdeu mais velocidade, em termos de crescimento económico, desde que foi adoptada a moeda única em 1999. Esta é uma das conclusões que se podem retirar do relatório anual sobre a economia europeia, este ano consagrado ao balanço de oito anos de euro.
Divulgado pela Comissão Europeia, o relatório conclui que diversos países ainda não se adaptaram inteiramente a viver em união económica e monetária, o que se reflecte na persistência de fortes assimetrias na evolução das taxas de crescimento e de inflação.
Neste contexto, Portugal destaca-se como um dos maus alunos quando se avalia a evolução da taxa de crescimento da economia. Comparando as médias observadas no período anterior à introdução do euro (1992-98) e as registadas nos anos seguintes (1999-2005), chega-se à conclusão de que a economia portuguesa desacelerou de uma taxa de crescimento em torno de 2,4% para apenas 1,8%, o que representa a maior travagem entre os doze países que adoptaram o euro. Já no que respeita à inflação, a adesão ao euro teve um impacto claramente positivo em Portugal: se entre 1992 e 1998, o crescimento médio dos preços andou acima dos 4%, entre 1999 e 2005 este baixou para valores inferiores a 3%.
No artigo, "Explosão e recessão em Portugal: lições para os novos membros do euro", publicado pela Direcção-Geral de Economia e Finanças da Comissão Europeia, estão sistematizados os erros cometidos por Portugal imediatamente a seguir à entrada na União Económica e Monetária, em 1999, com base nos quais se retiram cinco ensinamentos que devem ser seguidos pelos países que vierem a entrar na Zona Euro.
Em caso de forte crescimento da procura interna, seguir uma política orçamental restritiva;
Cuidado com os erros de sobreavaliação do crescimento do PIB nas fases altas do ciclo;
Aproveitar o maior dinamismo da procura interna para acelerar, e não adiar, reformas estruturais;
Manter controlado o crescimento dos salários, especialmente se a taxa de desemprego baixar;
Divulgado pela Comissão Europeia, o relatório conclui que diversos países ainda não se adaptaram inteiramente a viver em união económica e monetária, o que se reflecte na persistência de fortes assimetrias na evolução das taxas de crescimento e de inflação.
Neste contexto, Portugal destaca-se como um dos maus alunos quando se avalia a evolução da taxa de crescimento da economia. Comparando as médias observadas no período anterior à introdução do euro (1992-98) e as registadas nos anos seguintes (1999-2005), chega-se à conclusão de que a economia portuguesa desacelerou de uma taxa de crescimento em torno de 2,4% para apenas 1,8%, o que representa a maior travagem entre os doze países que adoptaram o euro. Já no que respeita à inflação, a adesão ao euro teve um impacto claramente positivo em Portugal: se entre 1992 e 1998, o crescimento médio dos preços andou acima dos 4%, entre 1999 e 2005 este baixou para valores inferiores a 3%.
No artigo, "Explosão e recessão em Portugal: lições para os novos membros do euro", publicado pela Direcção-Geral de Economia e Finanças da Comissão Europeia, estão sistematizados os erros cometidos por Portugal imediatamente a seguir à entrada na União Económica e Monetária, em 1999, com base nos quais se retiram cinco ensinamentos que devem ser seguidos pelos países que vierem a entrar na Zona Euro.
Em caso de forte crescimento da procura interna, seguir uma política orçamental restritiva;
Cuidado com os erros de sobreavaliação do crescimento do PIB nas fases altas do ciclo;
Aproveitar o maior dinamismo da procura interna para acelerar, e não adiar, reformas estruturais;
Manter controlado o crescimento dos salários, especialmente se a taxa de desemprego baixar;
Apertar a supervisão prudencial sobre os mercados financeiros, para incentivar uma política de crédito responsável.
O autor do trabalho, Orlando Abreu, considera oportuno lembrar o caso português aos países que vão entrar na Zona Euro: como os erros de condução de política fizeram com que à bonança se seguisse a recessão de 2002 e um período de baixas taxas de crescimento, de perda de competitividade, de défices excessivos e de elevadas taxas de endividamento das famílias.
Mª. Inês Peixoto
O autor do trabalho, Orlando Abreu, considera oportuno lembrar o caso português aos países que vão entrar na Zona Euro: como os erros de condução de política fizeram com que à bonança se seguisse a recessão de 2002 e um período de baixas taxas de crescimento, de perda de competitividade, de défices excessivos e de elevadas taxas de endividamento das famílias.
Mª. Inês Peixoto
(doc. da série artigos de análise/opinião)
1 comentário:
Este documento, servirá de base para os os dois novos países aderentes à União Europeia: Roménia e Bulgária. Portugal apontado como o exemplo a não seguir, denegrindo a sua imagem e credibilidade. No entanto, e não deixa de ser irónico, é sobretudo às restrições emanadas pela União Europeia que Portugal tem mais dificuldade em sair da posição em que se encontra (controlo do défice público). Apesar disso, concordo com a afirmação, que revela cautela, em relação aos aumentos salariais em períodos de diminuição do desemprego.
Estes aumentos prejudicam o dinamismo da economia do país, e estes aumentos só deverão ser indexados à inflação prevista, para que não haja quebra do poder de compra.
Enviar um comentário